Otávio Rodrigues de Oliveira

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Otávio Rodrigues de Oliveira
Otávio Rodrigues de Oliveira
Data de nascimento 6 de outubro de 1962
Local de nascimento Santo Antônio do Monte, Minas Gerais
Data de morte 27 de agosto de 2000 (37 anos)
Local de morte Cela de prisão em Formiga, Minas Gerais
Nacionalidade(s) Brasil brasileira
Crime(s) Cinco assassinatos
Pena Não foi julgado
Situação Morto (suicídio)

Otávio Rodrigues de Oliveira (1962 - Arcos, 27 de agosto de 2000) foi um criminoso brasileiro.

Destacou-se por uma acusação de assassinato em série, ao matar cinco pessoas da mesma família em Arcos, cidade do Centro-Oeste de Minas Gerais, em 31 de julho de 2000. Fez três filhos de reféns e foi detido no mesmo dia.

No dia 27 de agosto, após menos de um mês na prisão, cometeu suicídio por enforcamento.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Teve um filho em 1983, fruto de seu primeiro casamento, mas anos depois se divorciou.[2]

No ano seguinte (1984) começou a trabalhar na Infraero, no Aeroporto Internacional de Confins, próximo a Belo Horizonte.[2]

Casou-se em segunda núpcias, tendo mais quatro filhos, todos com o sobrenome Dias Rodrigues de Oliveira:[2] Suzana (nascida em 1983), Gregory (em 1985), Renatha (em 1988) e Angélica (em 1989).[1]

Em 1996, candidatou-se a vereador na cidade de Lagoa Santa, mas não conseguiu eleger-se.[2]

Após 14 anos de trabalho na Infraero, aposentou-se por invalidez em janeiro de 1998, por problemas psiquiátricos.[2]

Em fevereiro de 2000, separou-se de sua esposa, Maria Célia Dias, em litígio judicial. Havia, entretanto, um acordo verbal entre o ex-casal, de que cada um ficaria uma semana com os filhos.[2] Na penúltima vez em que esteve com os filhos, o aposentado extrapolou os termos desse acordo e permaneceu com os filhos por duas semanas.[2] Por esse motivo, em 30 de julho de 2000, um domingo, quando quis rever os filhos, Otávio foi impedido pela sua ex-esposa.[2]

Assassinatos[editar | editar código-fonte]

No dia seguinte, 31 de julho, revoltado com a ex-esposa que o impedira de ver os filhos no dia anterior, Otávio saiu da sua residência por volta das 14 horas e foi à casa da mãe, Leopoldina Cândido de Mendonça.[2] Ao chegar, o irmão, José Rodrigues de Souza, constatou que era ele e abriu-lhe a porta.[2]

Ainda à porta da casa da mãe, Otávio pediu dinheiro ao irmão para fugir com os filhos.[2] Diante da recusa de José Rodrigues, Otávio sacou um revólver e assassinou-o com seis tiros. Em seguida entrou na residência e também assassinou a própria mãe, com dois tiros: um no peito e outro na cabeça. Ainda na residência, encontrou a filha Suzana, que amarrou e amordaçou, para levá-la em seguida à residência da ex-esposa.[2]

Ao chegar na residência da ex-esposa, encontrou-se com a ex-sogra, Terezinha Fernandes Dias, que assassinou a tiros, e a própria ex-esposa e o cunhado, Antônio Henrique Dias, que também assassinou. Tentou assassinar um outro cunhado, Daniel Fernandes Dias, contra quem disparou um tiro no peito, mas que ao ser levado para o Hospital de Divinópolis, na mesma cidade, ainda com vida, sobreviveu.[2]

Em seguida, Otávio evadiu-se do local. Os vizinhos da casa da ex-esposa, que ouviram vários disparos, chamaram a polícia pelo telefone.[2]

Ao ser descoberto pela polícia e perseguido, Otávio refugiou-se no início da manhã na própria residência (que estava com 8 botijões de gás abertos e com pólvora pela casa), mas a filha Suzana conseguiu fugir. Em seguida, manteve os três filhos (Gregory, Renatha e Angélica) como reféns, ameaçando matá-los.[2]

Prisão[editar | editar código-fonte]

O desfecho do sequestro foi proporcionado por um descuido do próprio aposentado. O filho, Gregory, tomou-lhe a arma, saindo da casa imediatamente. A polícia invadiu então o local e libertou as duas meninas.[2]

Otávio permaneceu acuado em um cômodo. Entretanto, devido ao uso de fortes medicamentos durante o crime, estava tão sonolento que não ofereceu resistência à prisão.[2]

Revoltada pelo violentíssimo crime, a população de Arcos tentou aproximar-se do assassino, ameaçando linchá-lo, sendo contida pela polícia.[2]

Funeral e enterro das vítimas[editar | editar código-fonte]

Horas depois dos crimes, os corpos dos familiares, Leopoldina Cândido de Mendonça, José Rodrigues de Souza, Terezinha Fernandes Dias, Maria Célia Dias, Antônio Henrique Dias foram velados e sepultados no município de Arcos (31 de julho).[2]

Internação[editar | editar código-fonte]

Horas depois dos crimes, Otávio Oliveira foi levado pela polícia para a Santa Casa de Misericórdia de Arcos, tendo entrado em coma após os assassinatos. Naquela instituição os médicos descobriram que ele tentou o suicídio pela ingestão de uma mistura de guaraná, raticida e agrotóxico.[3]

Confissão[editar | editar código-fonte]

O réu afirmou à polícia, após ser detido, que pretendia matar dez pessoas. De acordo com o delegado João Pedro de Rezende, responsável pelo inquérito que apura os crimes, o aposentado pretendia matar "todas as pessoas que conspiravam para tirar os filhos de perto dele".[3]

Oliveira chegou a dizer para o delegado o nome de duas vítimas: o ex-sogro, Albertino Francisco Dias, e a vizinha, Geralda Clementina Valadão. Segundo o delegado, o assassino considerava que os dois faziam parte do grupo que "conspirava" para afastá-lo dos filhos, classificando a vizinha como "fofoqueira", mas o delegado disse ainda não saber quais motivos contribuíram para que Oliveira não cumprisse por completo o seu intento.[3]

Depoimentos[editar | editar código-fonte]

Até dia 3 de agosto, 11 testemunhas já prestaram depoimento.[3]

Transferência[editar | editar código-fonte]

Em 8 de agosto, foi transferido de Arcos para Formiga, a 30 quilômetros do local onde ocorreram os assassinatos, numa cela vazia.[4]

Suicídio[editar | editar código-fonte]

Em 27 de agosto de 2000, foi encontrado morto[5] por volta das 06:30h em sua cela. Segundo o investigador de polícia Jairo Silva, o réu premeditou o seu suicídio com precisão: pegou dois palitos de fósforo e colocou-os dentro da fechadura do cadeado que fechava a sua cela; em seguida, pegou um pedaço do fio do chuveiro e improvisou uma espécie de torniquete com a sua escova de dentes. Depois matou-se deitado na cama, debaixo dos cobertores. "Os policias tiveram de arrebentar o cadeado para entrar na cela (…). Os policiais desconfiaram que algo estava errado depois de que ele já havia se matado. Ele calculou tudo", disse.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Ranier Bragon. «Aposentado teria deixado carta antes de suicidar-se na prisão». Folha de S.Paulo. Consultado em 1 de agosto de 2010 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s «Aposentado mata 5 familiares». O Liberal. 1º de agosto de 2000. Consultado em 1 de agosto de 2010 
  3. a b c d Ranier Bragon (3 de agosto de 2000). «Aposentado que matou 5 parentes pretendia matar 10, diz delegado». Folha Online. Consultado em 2 de agosto de 2010 
  4. a b Larissa Squeff (27 de agosto de 2000). «Polícia diz que aposentado que matou 5 em Arcos se suicidou com pedaço de fio». Folha Online. Consultado em 2 de agosto de 2010 
  5. «Aposentado que matou família em Arcos (MG) foi encontrado morto em cadeia». Folha Online. 27 de agosto de 2000. Consultado em 2 de agosto de 2010 
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