Batalha de Dorostolo

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Batalha de Dorostolo
Guerra rus'-bizantina de 970–971

Guerreiros de Esvetoslau sacrificando prisioneiros aos deuses pagãos durante o cerco de Dorostolo, de Henryk Siemiradzki
Data 971
Local Dorostolo (atual Silistra, na Bulgária)
Coordenadas 44° 7' N 27° 16' E
Desfecho Vitória bizantina
Beligerantes
Império Bizantino Rússia de Quieve Rússia de Quieve
Comandantes
Império Bizantino João I Tzimisces Rússia de Quieve Esvetoslau I
Rússia de Quieve Icmor
Forças
30 000 homens[1]
(talvez 40 000?)[2]
300 navios[2]
50 000[3]
(talvez 60 000?)[2]
Baixas
Desconhecido, 350 mortos na última batalha[4] 38 000[a], 15 000 dos quais mortos na última batalha.[2]
Dorostolo está localizado em: Bulgária
Dorostolo
Localização de Dorostolo (Silistra) no que é hoje a Bulgária

A Batalha de Dorostolo (em grego: Δουρόστολον; romaniz.:Dorostolon), também chamada de Cerco de Dorostolo, foi travada em 971 entre as forças do Império Bizantino e dos russos de Quieve. Os bizantinos, liderados pelo imperador João I Tzimisces, se saíram vitoriosos.

Contexto[editar | editar código-fonte]

No decorrer da guerra rus'-búlgara, Esvetoslau I de Quieve invadiu toda a parte oriental do Primeiro Império Búlgaro e estabeleceu sua capital em Pereiaslavets, às margens do Danúbio. Logo depois de usurpar o trono, João I Tzimisces lançou uma contra-ofensiva. Depois de derrotar as forças reunidas de rus' e búlgaros na Batalha de Arcadiópolis e recapturar Pereyaslavets, Esvetoslau foi forçado a fugir para as fortalezas mais ao norte de Dorostolo (Drustur ou Dorostoro).

Cerco[editar | editar código-fonte]

Invasão da Bulgária e o cerco de Dorostolo.
Iluminura na Crônica de Constantino Manasses.

João imediatamente cercou a fortaleza, uma operação que duraria sessenta e cinco dias. Seu exército foi reforçado por uma frota de 300 navios equipados com fogo grego.[2] Diversas escaramuças ocorreram perante as muralhas da cidade, o que demonstra que faltava aos russos conhecimentos sobre o uso de cavaleiros na guerra. Entre as baixas durante o cerco estava um parente do imperador, João Curcuas, cuja cabeça decepada foi exibida pelos rus' no alto de uma das torres defensivas, e o segundo no comando do exército de Esvetoslau, um tal Icmor, que foi morto por Anemas, um dos filhos do emir de Creta Abdalazize ibne Xuaibe, para se vingar da morte do pai pelas mãos dele durante o cerco bizantino de Creta.

Os rus' e seus aliados búlgaros foram reduzidos a uma situação miserável pela fome. Para apaziguar seus deuses, eles afogaram galinhas no Danúbio, mas estes sacrifícios não melhoraram em nada a situação. Conforme as dificuldades aumentavam, 2 000 guerreiros rus' (inclusive algumas mulheres) conseguiram realizar uma operação-relâmpago durante a noite e escaparam do cerco em busca de suprimentos. Posteriormente, eles entraram novamente na cidade.

Os rus' perceberam que não conseguiriam levantar o cerco e concordaram em assinar um tratado de paz com os bizantinos pelo qual eles renunciavam a quaisquer interesses pelas terras búlgaras e pela cidade de Quersoneso na Crimeia. Esvetoslau lembrou amargamente que todos os seus aliados (os magiares e os pechenegues) o traíram no momento mais decisivo de sua campanha. Ele recebeu permissão para evacuar seu exército para a ilha de Berezan enquanto os bizantinos tomavam a cidade, rebatizando-a de Teodorópolis em homenagem à imperatriz bizantina Teodora, consorte de João I.

Fontes primárias[editar | editar código-fonte]

O cerco foi descrito em detalhes por João Escilitzes e por Leão, o Diácono, embora algumas de suas afirmações (como a morte de Esveneldo durante o cerco) parecem ser apócrifas. Leão, caracteristicamente, atribuiu a vitória bizantina à intervenção de São São Teodoro Estratelate, que teria liderado as forças bizantinas.

Notas[editar | editar código-fonte]

[a] ^ Número calculado pela diferença entre a força inicial do exército de Esvetoslau de acordo com Leão, o Diácono, (60 000) e o número de guerreiros rus' que receberam rações de pão para sua viagem para casa depois da trégua (22 000).

2

  1. J. Haldon, The Byzantine Wars, 149
  2. a b c d e W. Treadgold, A History of the Byzantine State and Society, 509
  3. J. Norwich, Byzantium: The Apogee, 215
  4. Segundo Leão, o Diácono.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]