Ciro Gomes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Ciro.
Ciro Gomes
Ciro Gomes
Deputado Federal pelo Ceará Ceará
Período 1 de fevereiro de 2007
até 1 de fevereiro de 2011
Ministro da Integração Nacional do Brasil Brasil
Período 1 de janeiro de 2003
até 31 de março de 2006
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Antecessor(a) Luciano Barbosa
Sucessor(a) Pedro Brito
Ministro da Fazenda do Brasil Brasil
Período 6 de setembro de 1994
até 1 de janeiro de 1995
Presidente Itamar Franco
Antecessor(a) Rubens Ricupero
Sucessor(a) Pedro Malan
52.º Governador do Ceará Ceará
Período 15 de março de 1991
até 6 de setembro de 1994
Vice-governador Lúcio Alcântara
Antecessor(a) Tasso Jereissati
Sucessor(a) Adalberto Barros Leal
43.º Prefeito de Fortaleza
Período 1 de janeiro de 1989
até 2 de abril de 1990
Antecessor(a) Maria Luíza Fontenele
Sucessor(a) Juraci Vieira de Magalhães
Deputado Estadual do Ceará Ceará
Período 15 de março de 1983
até 1 de janeiro de 1989
Dados pessoais
Nascimento 6 de novembro de 1957 (66 anos)
Pindamonhangaba, SP
Nacionalidade brasileiro(a)
Cônjuge Patrícia Saboya (1983–1999)
Patrícia Pillar (1999–2011)
Partido PDT
Profissão Advogado, Professor universitário e Escritor
Assinatura Assinatura de Ciro Gomes

Ciro Ferreira Gomes (Pindamonhangaba, 6 de novembro de 1957) é um advogado, professor universitário, escritor e político brasileiro.

Radicado em Sobral, Ceará, desde 1962.[1] É formado em direito pela Universidade Federal do Ceará,[2] porém também estudou economia na Harvard Law School.[3] Dois de seus quatro irmãos seguiram carreira política. Cid Gomes foi governador do Ceará por 2 mandatos, e Ivo Gomes é atualmente deputado estadual pelo Ceará.

Biografia

Em 1979 disputou as eleições da UNE, onde concorreu para vice-presidente na chapa Maioria, que na época era vista como uma tentativa da direita de buscar influência no âmbito estudantil.

Iniciou a carreira política no PDS, sucessor da Aliança Renovadora Nacional, a Arena, partido que dava sustentação à Ditadura Militar Brasileira. Em 1980 a agremiação passou a se chamar PDS, partido pelo qual disputou seu primeiro pleito, tendo se filiado ao partido poucos meses antes, elegendo-se deputado estadual em 1982.[4] Ciro afirmou anos depois que sua filiação ao PDS se deu por ocasião da eleição daquele ano.

Em 1983 trocou de partido, passando para o PMDB, partido pelo qual reelegeu-se deputado estadual em 1986. Em 1988 co-fundou, ao lado de políticos como Mario Covas e Tasso Jereissati, o PSDB. Foi eleito, neste mesmo ano, prefeito de Fortaleza.

Na eleição presidencial de 1989 apoiou no primeiro turno Mário Covas, candidato de seu partido, e Lula, no segundo.

Em 1990 foi eleito governador do Ceará, vencendo Paulo Lustosa. Foi o primeiro governador a ser eleito pelo PSDB. Ficou no posto entre 1991 e 1994. Deixou o cargo para assumir o Ministério da Fazenda em 6 de setembro daquele ano, a convite do então presidente Itamar Franco. Sucedeu, nesta ocasião, Rubens Ricupero, flagrado confidenciando ao jornalista Carlos Monforte que havia problemas no Plano Real no instante em que a Rede Globo estava se preparando para colocar no ar um programa jornalístico (no episódio conhecido como escândalo da parabólica).

Foi membro do PSDB até 1996, quando filiou-se ao recém-criado PPS (do antigo Partido Comunista Brasileiro, presidido por Roberto Freire - fundado em 19 de março de 1992) para concorrer à presidência da República em 1998. Foi o terceiro mais votado com 7 426 190 de votos, ficando atrás de Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva. Em 2002 disputou novamente eleições presidenciais pelo PPS, e terminou o pleito em quarto lugar com 10 170 882 de votos, atrás de Lula, José Serra e Anthony Garotinho. No segundo turno, apoiou Lula. Nessa campanha, afirmou que havia combatido a ditadura militar.[4]

Em março de 2006 Ciro renunciou ao cargo de Ministro da Integração Nacional para concorrer à Câmara dos Deputados Federais pelo Estado do Ceará. A candidatura ocorreu devido à chamada "cláusula de barreiras". Ela minava partidos políticos que não tivessem pelo menos 5% de votos em âmbito nacional. Assim, Ciro quis "salvar" o PSB da degola política e se candidatou, pois sabia que teria ampla votação. Caso contrário ele estaria na disputa pelo governo do Ceará ou como candidato a vice-presidente na chapa com Luiz Inácio Lula da Silva. Foi eleito o deputado federal proporcionalmente mais votado do Brasil com mais de 16% dos votos. "Salvou" o PSB. Seu irmão Cid Gomes foi eleito governador do Ceará no mesmo ano.

Em 22 de abril de 2008 afirmou em sabatina da Folha que poderia se candidatar à presidência do Brasil em 2010.[5] Já em 18 de junho de 2009, admitiu ponderar sobre candidatura ao cargo de governador do estado de São Paulo.[6] Mas não se candidatou a nenhum cargo público nas eleições de 2010. Ciro resolveu não participar da campanha de Dilma durante o 1º Turno, e somente se integrou para ajudar na disputa durante o 2º Turno.[7]

Em janeiro de 2015 tornou-se Secretário Estadual de Saúde do estado do Ceará.[8], sob o governo de Camilo Santana.

Em 16 de setembro de 2015, após breve passagem pelo PROS, filiou-se ao PDT. No final de agosto de 2015, afirmou em entrevista ao jornalista Paulo Henrique Amorim, que poderá ser candidato nas eleições presidenciais de 2018.[9]

No dia 22 de janeiro de 2016, Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, confirmou no Encontro Nacional do partido que Ciro Gomes é pré-candidato a presidente da República em 2018[10].

Polêmicas

Em 2003 filiou-se ao PSB, por não concordar com Roberto Freire quanto à oposição do PPS ao governo. Aceitou então convite de Lula para assumir o Ministério da Integração Nacional, responsável pelo desenvolvimento regional e obras de infraestrutura.

Em 2005 defendeu Lula no caso do mensalão.[11]

Em 2007 foi divulgado que Victor Samuel Cavalcante da Ponte, amigo pessoal de Ciro e responsável pela arrecadação da campanha dele e de seu irmão Cid Gomes em 2006, e diretor-administrativo do Banco do Nordeste, respondia a processo administrativo por reduzir, por meio de acordo, sem possuir os poderes legais, uma dívida do banco com a empresa Frutas do Nordeste do Brasil S.A. (Frutan) de 65 milhões para 6,6 milhões de reais. Na época do acordo, Ciro havia enviado cartas a empresários dizendo que Ponte falava em seu nome e de seu irmão em relação à contribuição para suas campanhas políticas.[12] Ciro Gomes informou que nunca interveio nas operações do banco e que ligar seu nome ao caso "é forçar notoriamente a barra".[13]

Em 2010, a revista Veja divulgou uma investigação da Polícia Federal sobre o suposto desvio de 300 milhões de reais de verbas do Ministério da Integração Nacional, entre 2003 e 2009, quando Ciro era o titular da pasta, para financiar campanhas políticas. A investigação também levantou o suposto envolvimento de Cid Gomes e do político cearense Zezinho Albuquerque no esquema de desvio de recursos.[14] O esquema contaria também com a participação do empresário Raimundo Morais Filho, segundo ele próprio afirmou aos seus advogados, em vídeo obtido pela revista Época.[15]

Dois dias após a reportagem da Veja, a Polícia Federal emitiu uma nota oficial negando qualquer envolvimento de Ciro Gomes ou de seu irmão Cid em um esquema de corrupção, como publicado pela revista. Revelou ainda na nota que a investigação corria em segredo de justiça, portanto qualquer acusação feita pela revista seria infundada e sem base.[16]

Vida pessoal

Foi casado com Patrícia Saboya Gomes, sua aliada política, ex-deputada estadual e senadora pelo Ceará.

Também foi casado com a atriz Patrícia Pillar, de quem se separou em dezembro de 2011.[17]

Livros publicados

Ciro Gomes é também autor de livros na área de Economia Política:

  • No País dos Conflitos (1994)
  • O Próximo Passo – Uma Alternativa Prática ao Neoliberalismo (1995), em parceria com o professor Mangabeira Unger
  • Um Desafio Chamado Brasil (2002).

Referências

  1. Álvaro Pereira (2002). Geração Editorial, ed. Depois de FHC: Personagens do Cenário Político Analisam o Governo Fernando Henrique Cardoso e Apontam Alternativas para o Brasil. [S.l.: s.n.] ISBN 857509064X 
  2. «Biografia de Ciro Gomes no site da Câmara». Camara.gov.br 
  3. «Biografia de Ciro Gomes». UOL Educação 
  4. a b «Os incômodos do passado». Globo.com. Revistaepoca.globo.com 
  5. «Ciro Gomes admite sair candidato em 2010 e diz ter aprendido com erros de 2002». Folha.com 
  6. «Ciro Gomes admite refletir sobre candidatura em SP». Globo.com 
  7. Dilma anuncia Ciro Gomes como coordenador de campanha. Eleições.uol.com.br.
  8. «Secretário de saúde». Secretaria de Saúde. 22 de janeiro de 2015. Consultado em 16 de fevereiro de 2015 
  9. Ciro Gomes se filia ao PDT nesta quarta (16) às 14h em Brasília PDT, 6/9/2015
  10. Jornal do Brasil. PDT confirma Ciro Gomes para 2018. Disponível em: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/01/22/pdt-confirma-ciro-gomes-para-2018/. Acesso em 24 de janeiro de 2018.
  11. «Teoria da conspiração: Deputado diz que Severino Cavalcanti, o homem do mensalinho, salvou o presidente Lula de um golpe». Veja 
  12. «O amigo-problema de Ciro». Globo.com. Revistaepoca.globo.com 
  13. «Ciro Gomes nega envolvimento com fraude no Banco do Nordeste». G1 
  14. «Polícia Federal investiga escândalo que envolve os irmãos Ciro e Cid Gomes». Veja 
  15. «Operador entrega esquema no Ceará». Globo.com. Colunas.epoca.globo.com 
  16. «As jogadas inescrupulosas da Veja». JornalGGN. 21 de setembro de 2010. Consultado em 11 de fevereiro de 2016 
  17. «Ciro Gomes se separa de Patrícia Pillar». R7.com. Entretenimento.r7.com 

Ligações externas

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikiquote Citações no Wikiquote
Commons Categoria no Commons


Precedido por
Maria Luíza Fontenele
Prefeito de Fortaleza
1989 — 1990
Sucedido por
Juraci Magalhães
Precedido por
Tasso Jereissati
Governador do Ceará
1991 — 1994
Sucedido por
Francisco Aguiar
Precedido por
Rubens Ricupero
Ministro da Fazenda do Brasil
1994 — 1995
Sucedido por
Pedro Malan
Precedido por
Luciano Barbosa
Ministro da Integração Nacional
2003 — 2006
Sucedido por
Pedro Brito