Clash by Night

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Clash by Night
Clash by Night
Barbara Stanwyck em cena do trailer do filme
 Estados Unidos
1952 •  pb •  105 min 
Gênero drama, noir
Direção Fritz Lang
Produção Harriet Parsons
Roteiro Alfred Hayes
Baseado em Clash by Night de Clifford Odets
Elenco Barbara Stanwyck
Paul Douglas
Robert Ryan
Marilyn Monroe
Música Roy Webb
Cinematografia Nicholas Musuraca
Edição George Amy
Companhia(s) produtora(s) RKO Radio Pictures
Wald/Krasna Productions[1]
Distribuição RKO Radio Pictures
(1952) (EUA) (cinema)
Warner Home Video
(2005) (EUA) (DVD)
Lançamento Estados Unidos 18 de junho de 1952
Portugal 03 de fevereiro de 1953
Idioma inglês
Receita US$ 1,500,000 (EUA)[2]

Clash by Night (br: Só a Mulher Peca[3]) é um filme americano de 1952, do gênero drama com alguns aspectos de film noir, dirigido por Fritz Lang.[4]

O filme, lançado pela RKO Radio Pictures, teve seu roteiro escrito por Alfred Hayes, baseado na peça de mesmo nome escrita por Clifford Odets.

A produção é estrelada por Barbara Stanwyck, Paul Douglas, Robert Ryan, Marilyn Monroe e Keith Andes.

Durante as gravações, o agora famoso calendário com fotos de Marilyn nua veio à tona e os repórteres passaram a se aglomerar em volta e perseguir a atriz, criando uma considerável distração para os produtores do filme.[5]

Enredo[editar | editar código-fonte]

Mae Doyle (Barbara Stanwyck) retorna à sua cidade natal, a vila de pescadores de Monterey, Califórnia depois de dez anos na costa leste. Seu irmão pescador Joe (Keith Andes) não está particularmente feliz por vê-la, mas a aceita de volta à casa da família. Sua namorada Peggy (Marilyn Monroe) é mais acolhedora. Quando Joe pergunta a Mae sobre o homem rico que ela estava vendo, ela explica que ele era um político casado. Ele morreu e deixou-lhe algum dinheiro, mas sua mulher e parentes a levaram ao tribunal e ganharam.

Mae começa a namorar Jerry (Paul Douglas), um pescador de boa índole mas sem sofisticação que possui seu próprio barco. Mae despreza instantaneamente o amigo de Jerry, Earl Pfeiffer (Robert Ryan), um amargo e insatisfeito projecionista de cinema. O político, amante de Mae, tinha feito ela se sentir mais confiante sobre si mesma; em contraste, Earl tem uma baixa opinião sobre as mulheres em geral, e não faz nenhum esforço para escondê-la. Sua esposa é uma artista de vaudeville que frequentemente está viajando em turnê.

Earl, percebendo nela um familiar espírito inquieto, se sente atraído por Mae instantaneamente. Jerry, alheio à tensão entre os dois, logo pede a Mae para se casar com ele, apesar dela adverti-lo de que ela não serve para ele. Mae decide aceitar, mesmo embora ela não ame e nem mesmo respeite o seu futuro marido, por segurança e na esperança de que ela possa mudar.

Depois de ter um bebezinha com Jerry, Mae fica entediada e inquieta após um ano. Earl, agora divorciado, dá em cima de Mae. Ela resiste no começo, mas depois começa um caso com ele. O tio de Jerry, Vince (J. Carrol Naish), que guarda um rancor contra Mae, conta a seu sobrinho incrédulo sobre o caso dos dois. Quando Jerry confronta o casal, Mae admite que ela quer deixar Jerry para ficar com Earl.

Depois de algumas bebidas, e incitado por Vince, Jerry encontra e começa a estrangular Earl, até que Mae chega e interrompe a briga. Jerry vai embora, horrorizado com o que quase aconteceu. Quando Mae vai para casa para levar seu bebê embora, ela encontra o berço vazio. Earl tenta convencer Mae a partir com ele assim mesmo, sem o bebê, mas Mae não aceita isso. Após trocarem amargas recriminações, ela rompe com ele. Mae se arrepende e convence Jerry a aceitá-la de volta.

Elenco[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Clash by Night de Odets foi originalmente montada em 1941 como uma peça da Broadway neo-realista, com Tallulah Bankhead no papel de Stanwyck. Fritz Lang mudou o local de Staten Island para uma vila de pescadores na Califórnia, mas manteve intacta a opressiva atmosfera costeira.[6]

O drama está estruturado em duas partes quase iguais e cada uma é quase um drama completo por si próprio. As duas partes são separadas pelo tempo de um ano. Cada seção começa com um olhar não-ficional e de documentário sobre a indústria da pesca, em Monterey, Califórnia. Em seguida, ela passa para a história. De certa forma, a película é dois filmes: cada um com cerca de uma hora de duração e amarrados juntos como um série.

O título do filme vem do poema de Matthew Arnold, "Dover Beach" (1851). Especificamente: É um lugar "onde exércitos ignorantes se enfrentam à noite."[nota 1]

Joan Crawford fora originalmente anunciada como a estrela do filme.[7]

Recepção[editar | editar código-fonte]

Recepção crítica[editar | editar código-fonte]

Quando o filme primeiro estreou, a equipe da revista Variety foi dura com o filme, mas apreciou o trabalho de Barbara Stanwyck, escrevendo, "Clash by Night de Clifford Odets, apresentado na Broadway mais de uma década atrás, chega às telas em um drama de luxúria e paixão sem muito objetivo. Clash captura muito da monotonia de uma costeira cidade piscatória, pano de fundo da película, mas apenas ocasionalmente a sugerida intensidade da narrativa entra em cena... Barbara Stanwyck interpreta a itinerante que retorna com seu habitual ar desafiador e seu mau humor. Esta é uma de suas melhores performances. Robert Ryan interpreta o outro homem, que tem uma brutalidade sinistra, enquanto Marilyn Monroe é reduzida a um papel pequeno."[8]

O crítico Sam Adams escreveu sobre o estilo de direção de Fritz Lang, "Restrição nunca foi o problema de Fritz Lang. De fato, sua versão de Clash by Night de Clifford Odets é exagerada beirando o camp... No reino selvagem de Clash, mulheres fortes só ficam satisfeitas com a ameaça da violência masculina: Após se casar com o robusto Paul Douglas, Stanwyck fica infalivelmente atraída pelo volátil odiador de mulheres interpretado por Ryan, enquanto a enlatadora de peixes Marilyn Monroe mostra a sua afeição pelo noivo Keith Andes golpeando-lhe no braço, um gesto que ele ameaça revidar com brutalidade. Lang encabeçou o mesmo tema dois anos depois em Human Desire ("Desejo Humano"), uma amostra semelhantemente pesada da natureza bestial do homem. Talvez Lang deveria ter ficado com o estilo de abertura extraordinário, quase em palavras, de Clash, que começa com cenas de gaivotas e focas e lentamente mistura os atores em seus habitats naturais."[9]

O crítico Dennis Schwartz escreveu: "As performances são exageradamente teatrais mas cheias de emoção. Os artistas são capazes de trazer à tona as complexidades subjacentes de cada um de seus personagens enquanto eles lutam entre si, na esperança de não morrer de solidão ou de cinismo. Tudo sobre esses personagens e sua alienação parecia natural, algo que foi conseguido por Lang ao mostrá-los no trabalho, nunca cortando-os de todas as outras agruras pelas quais eles estavam passando. O ponto de Lang é mostrar o quão fácil é não ver os próprios erros, tão fácil quanto é vê-los em outra pessoa. Clash by Night brilhantemente diz como algumas pessoas solitárias saem de sua existência sombria, como se aquela escuridão fosse uma prisão onde o que importa é a sobrevivência a qualquer custo."[6]

O site de críticas Rotten Tomatoes relatou que 92% dos críticos deram ao filme uma crítica positiva, com base em 11 comentários, marcando o filme como "Fresh" ("Fresco").[10]

Adaptações[editar | editar código-fonte]

Outra produção da peça de Odets foi dirigida por John Frankenheimer para a série televisiva Playhouse 90 em 13 de junho de 1957, com Kim Stanley no papel principal.

Notas

  1. No original: Specifically: It is a place "where ignorant armies clash by night."

Referências

  1. «CLASH BY NIGHT(1952): Additional Details - Production Co» (em inglês). TCM. Consultado em 7 de setembro de 2014 
  2. «Top Box-Office Hits of 1952». Nova York: Penske Business Media. Variety (em inglês). 7 de janeiro de 1953 
  3. Assuntos Gerais (Filmes em Cartaz), página 6, Folha da Manhã, 3 de fevereiro de 1953
  4. «CLASH BY NIGHT(1952): Cast & Crew - Director» (em inglês). TCM. Consultado em 7 de setembro de 2014 
  5. Peter Bogdanovich (1967). Fritz Lang in America (em inglês). EUA: Praeger. p. 81. 143 páginas. Consultado em 8 de setembro de 2014 
  6. a b Dennis Schwartz (4 de outubro de 2000). «CLASH BY NIGHT» (em inglês). Ozus' World Movie Reviews. Consultado em 12 de setembro de 2014 
  7. «RKO Prepares to Start Films Costing 10 Million». Los Angeles Times (em inglês): 22. 5 de fevereiro de 1951 
  8. Variety Staff (31 de dezembro de 1951). «Review: 'Clash by Night'». Variety (em inglês). Consultado em 22 de setembro de 2014 
  9. Sam Adams (18–24 de agosto de 2005). «screen picks: Film Noir Classic Collection, Vol. 2». Philadelphia City Paper (em inglês). Consultado em 22 de setembro de 2014. Arquivado do original em 17 de junho de 2008 
  10. «Clash By Night (1952)» (em inglês). Rotten Tomatoes. Consultado em 22 de setembro de 2014