Colégio Internato dos Carvalhos

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O Colégio Internato dos Carvalhos MHIP é uma escola secundária fundada em 1889 e localizada exactamente no Lugar de Moeiro, na povoação de Carvalhos, na atual freguesia de Pedroso e Seixezelo, no Município de Vila Nova de Gaia[1].

Historial[editar | editar código-fonte]

Fundado no ano 1889, o Colégio Internato dos Carvalhos funcionava como complemento do Seminário Diocesano de Nossa Senhora do Rosário dos Carvalhos.

No ano lectivo de 1907/1908, o seu director, Pe. António Luís Moreira, decidiu criar o Curso Liceal, o que abriu o Colégio a todos os alunos que o quisessem frequentar, sem a obrigatoriedade de frequentarem o Seminário.

Em 1910, com a implantação da República Portuguesa e o consequente encerramento do Seminário Diocesano, o Colégio Internato dos Carvalhos (CIC), passa a viver exclusivamente da população escolar que frequentava os cursos liceais. Esta é, propriamente falando, a data histórica do Colégio Internato dos Carvalhos como instituto docente independente.

Foi fundador e director durante 51 anos o Pe. António Luís Moreira, natural de Santa Clara do Torrão, que, já idoso, convidou os seus sobrinhos para a direcção do Colégio.

A 3 de Agosto de 1950 o Pe. António Luís Moreira informou a assembleia geral da sociedade titular do CIC da sua disposição de ceder a sua quota à Província Portuguesa da Congregação dos Missionários do Coração de Maria (PPCMCM) e, a 4 de Agosto do mesmo ano, consentiu na cessão da sua cota.

Em resultado daquela cedência, a 23 de Agosto de 1950, na secretaria notarial de Vila Nova de Gaia compareceram os sócios para procederem à dissolução da sociedade. O Colégio Internato dos Carvalhos entrava, então, numa nova fase.

O estado do edifício era bastante precário, mas o entusiasmo dos seus primeiros directores levou à realização de profundas modificações e restaurações. A consequência imediata foi a recuperação do estatuto de um dos melhores estabelecimentos de ensino particular do país e, consequentemente, o crescimento da frequência.

O primeiro director claretiano foi o Pe. João Roberto Marques, que dirigiu o Colégio entre 1950 e 1956. A população colegial era muito reduzida, pelo que lhe foi confiada a missão de reabilitar o Colégio. Foi o responsável pela compra dos terrenos anexos ao Colégio, que permitiriam, mais tarde, a sua expansão.

Seguiu-se o Pe. José Rodrigues Parola, entre 1956 e 1959, período em que se deram as alterações mais significativas na estrutura do Colégio, dando-se uma completa remodelação do edifício, do qual restaram apenas as paredes exteriores. Foram criadas novas camaratas, remodelados os salões de estudo, aulas e laboratórios.

Entre 1959 e 1962, coube ao Pe. Alfredo Esteves, então director, consolidar a posição do Colégio dos Carvalhos entre os melhores estabelecimentos de ensino privado de Portugal. Fruindo das remodelações, o 3.º director claretiano viu multiplicada por cinco a frequência de 1950. O aumento da frequência leva à necessidade de ampliar o espaço, pelo que é encomendado ao arquitecto Fontes Lopes o projecto para um novo pavilhão (o actual edifício do Bloco 1, onde funciona o ensino básico).

A 27 de Maio de 1962 deu-se início à renovação do Colégio, tendo em Julho do mesmo ano regressado à direcção o Pe. José Rodrigues Parola, que de novo se envolve energicamente na reabilitação dos espaços do Colégio. As obras concluem-se em 1965, e o número de alunos aumenta consideravelmente, passando de 193 para 233 nos internos e de 150 para 192 nos externos.

Nos anos de 1968 a 1971 foi director o Pe. Maximino Fidalgo. Foi a pedido da sua direcção que, por despacho ministerial de 7 de Maio de 1970, foi cancelada a este estabelecimento de ensino a autorização concedida para ministrar o ensino primário, fixando-se a lotação em 650 alunos do sexo masculino, dos quais 280 podiam ser internos.

Foi nomeado para 6.º director claretiano o Pe. Eduardo Joaquim Videira, tendo administrado a instituição no triénio de 1971 a 1974. A população escolar cresceu acima do que era permitido pelo alvará concedido, pelo que o Colégio fica superlotado. Porém, apesar deste crescimento, assiste-se a alguma estagnação no desenvolvimento da instituição.

Para colmatar a lacuna de ideias da anterior direcção, é nomeado um novo director, o Pe. João de Freitas Ferreira, que esteve à frente dos destinos do Colégio dos Carvalhos entre 1974 e 2001. A sua intervenção começou por uma forte aposta no desporto. Para tal, lançou a construção do pavilhão gimnodesportivo (o actual bloco 2). A comemoração dos 75 anos do Colégio, em 1984, serviu para o lançamento dos Cursos Técnico-Profissionais e, volvidos três anos, deu-se o início dos cursos de apoio à juventude e ao primeiro emprego. Nesse mesmo ano de 1987 deu-se a implementação da informatização do ensino. Em 1988 foi inaugurado o Bloco 4, com cantina para os alunos do ensino complementar.

A 26 de Outubro de 1984 foi feita Membro-Honorário da Ordem da Instrução Pública.[2]

De 2001 a Dezembro de 2007 foi director o Padre Manuel António Rocha, apoiado por uma equipa de directores que tudo fizeram para levar longe o nome do Colégio. Destaca-se como principal momento do seu mandato à frente dos destinos da instituição a criação dos cursos científico-tecnológicos para o ensino secundário a saber[1]:

  • Área de Ciências e Saúde
    • Animação Sócio-Desportiva (Desporto; Saúde);
    • Biotecnologia (Medicina; Bioengenharia);
    • Química, Ambiente e Qualidade (Ciências e afins; Ambiente).
  • Área de Ciências e Tecnologias
    • Electrotecnia e Automação (Engenharia na área da electrotecnia e mecânica, por exemplo);
    • Electrónica e Telecomunicações (Engenharias na área electrónica e afins.);
    • Informática ( Informática).
  • Área de Ciências Económicas
    • Contabilidade e Gestão (Contabilidade; Economia);
    • Informática de Gestão (Gestão);
    • Marketing e Estratégia Empresarial (Marketing; Administração).
  • Área de Ciências Sociais e Humanas
    • Assessoria Jurídica e Documentação (Direito; Solicitadora; Ciências da Informação; Bibliotecas; Sociologia);
    • Línguas e Relações Empresariais (Ciências da Comunicação; Filosofia; Psicologia; Línguas, Literaturas e Culturas; Tradução; Relações Internacionais);
    • Património e Turismo (Turismo; Hotelaria; Geografia; Relações Públicas; Museus/Galerias de Arte; Organização de Eventos; Educação Básica).
  • Área de Artes Gráficas
    • Artes e Indústrias Gráficas (Arquitectura; Design e afins; Artes e afins; Conservação e Restauro).

Estes cursos permitem o atraso da escolha da via a seguir em um ano. Assim, só no 11.º ano, o aluno decide se pretende optar pela via Científica (antiga via de Ensino),que se caracteriza por um maior aprofundamento dos conhecimentos teóricos, ou pela via científico-tecnológica, direccionada para os alunos que pretendem ingressar de imediato no mercado de trabalho e com maior aprofundamento dos conhecimentos técnicos.

Ambas as vias permitem o ingresso ao Ensino Superior desde que se realizem os exames nacionais necessários como prova de ingresso para o respectivo curso. Apesar disso, a grande maioria dos alunos opta pela via científico-tecnológica, sendo que apenas cerca de 20% escolhe a via científica.

O Colégio Internato dos Carvalhos recebeu a visita do Presidente da República no ano lectivo 2006/2007. Celebra em 2008 o seu centenário.

A partir de Janeiro de 2008 passa a dirigir os destinos do colégio o Pe. Joaquim Cavadas, já bem conhecido da instituição, dado que já desde há alguns anos ocupava o cargo de administrador do CIC.

Em setembro de 2014 assume o cargo de Diretor Pedagógico o Dr. José Pedrosa, tendo como Administrador o Pe. Joaquim Cavadas, como Diretor Administrativo o Sr. Fernando Gomes e como Representante da Entidade Titular o Pe. Carlos Candeias.

Em setembro de 2016 o Pe. José Maia assume as funções de Representante da Entidade Titular e Presidente da Direção, continuando o Dr. José Pedrosa como Diretor Pedagógico. Neste ano o Colégio alarga a oferta de ensino secundário aos cursos científico-humanísticos, em regime privado.

Em setembro de 2018 o Colégio Internato dos Carvalhos passa a funcionar, apenas, em regime de cursos científico-tecnológicos com planos próprios de nível secundário, financiados pelo Estado, tendo o ensino privado, do 5º ao 12º ano, passado a ser ministrado num novo estabelecimento de ensino denominado Colégio Internato Claret.

A partir deste mês de setembro de 2018 o Colégio Internato dos Carvalhos (CIC), ao completar 111 anos de existência, passa a ter como Presidente do Conselho Diretivo e Representante da Entidade Titular o Pe. José Maia, como Diretor Pedagógico o Dr. José Pedrosa e como Administrador o Dr. Paulo Pinho.

Notas

Ligações externas[editar | editar código-fonte]