Colégio Técnico da UFMG

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Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais
COLTEC - UFMG
Colégio Técnico da UFMG
Informação
Localização Belo Horizonte,  Brasil
Av. Antônio Carlos, 6627
Tipo de instituição Pública federal
Fundação 1969 (55 anos)
Orçamento anual R$4 328 268,54 (2013)[1]
Cursos oferecidos ensino médio, ensino técnico
Mantenedora Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Diretor(a) Professora Kátia Pedroso Silveira[2]
Vice-diretor(a) Professor Humberto Nobuyoshi Honda[2]
Número de estudantes 600 [3]
Unidades 1
Página oficial
www.coltec.ufmg.br
Colégio Técnico em 2006, ainda sem as grades em volta da instituição.

O Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais[nota 1][5] (Coltec) é uma instituição de ensino técnico pública federal brasileira, com sede em Belo Horizonte, em Minas Gerais. Foi inaugurada em 1969, fruto da celebração de um convênio entre o Conselho Britânico e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) visando formar técnicos para atender à demanda do mercado de trabalho.

O colégio está muito bem classificado entre as quatro melhores instituições de ensino públicas do Brasil, de acordo com o resultado do exame nacional do ensino médio de 2013: o Coltec alcançou nota 660.80, estabelecendo-se como a quarta melhor instituição de ensino pública do país. Os dados consideram as médias dos alunos de cada instituição nas quatro provas objetivas que compõem o Enem, segundo dados do desempenho por instituição divulgados pelo Ministério da Educação (MEC). Em âmbito estadual, ele aparece como a terceira melhor instituição pública do estado de Minas Gerais e, em âmbito municipal, é a melhor instituição pública de Belo Horizonte, ocupando a primeira colocação no ranking, resultado já conquistado em vários outros anos.[6][7][8][9]

Com o respaldo de uma das mais renomadas universidades do país, a UFMG,[10] o Coltec vem ao longo dos anos demonstrando ser uma das melhores instituições de ensino do Brasil, alcançando excelentes resultados em avaliações de desempenho. Em 2011 e 2008, ele apareceu entre as melhores instituições de ensino públicas do Brasil, ocupando o oitavo e décimo primeiro lugar, respectivamente, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).[11][12][13]

O colégio oferece cinco cursos técnicos integrados: Química, Informática (Info), Automação Industrial (Instrum's), Eletrônica (Eletras) e Análises Clínicas (Patola ).[14][nota 2] Esses cursos contemplam as disciplinas de ensino médio e disciplinas de ensino técnico. A quem já tenha concluído o ensino médio o Coltec oferece o ensino técnico subsequente,[18] que são cursos técnicos cujo programa contempla exclusivamente disciplinas técnicas (não há disciplinas de ensino médio).

História[editar | editar código-fonte]

1969–2000[editar | editar código-fonte]

Sediado no prédio mais antigo do campus Pampulha (antigo Instituto de Mecânica),[19] o Coltec foi inaugurado em 1969, durante a gestão do reitor Gerson Boson, e foi planejado durante a gestão anterior, conduzida pelo professor Aluísio Pimenta. De acordo com a pesquisa realizada pela professora de História Anny Jackeline Torres Silveira, a iniciativa não foi isolada: ela estava inserida em um plano de reestruturação geral da UFMG que deu origem a novas unidades acadêmicas. Porém, possuía um caráter bastante particular: deveria atender à necessidade de formação profissional.[20]

A oferta de cursos adequava-se à proposta de preparação de técnicos e especialistas necessários às universidades, à indústria, aos serviços de saúde e às pesquisas científicas e tecnológicas”, relata texto produzido pela pesquisadora.
 
Anny Jackeline Torres Silveira[20].

Esse objetivo foi concretizado por intermédio de um convênio firmado entre o Conselho Britânico, a UFMG, o MEC e o CNPq, no final dos anos 60. De acordo com a pesquisadora, o apoio dos ingleses incluía serviço de aconselhamento especializado, treinamento de pessoal brasileiro em instituições inglesas e fornecimento de equipamentos e capital para instalação de laboratórios.

O projeto da nova escola propunha uma aprendizagem de qualidade, através do método empírico, valorizando o contato mais próximo entre alunos e professores.
 
Anny Jackeline Torres Silveira[20].

Em 1972 esse convênio quádruplo foi prorrogado por mais cinco anos até que, em 1977, o Coltec se emancipou do Conselho Britânico e passou à gestão do Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais (antigo Colégio de Aplicação da UFMG), mantido pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE).[21]

Até 1997, o Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais ofereceu o ensino médio na modalidade integrada ao ensino técnico com quatro cursos técnicos: Eletrônica, Patologia Clínica, Instrumentação e Química. Os alunos estudavam em horário integral. Com a publicação da Portaria UFMG nº 646, de 14 de maio de 1997, o colégio passou a oferecer ensino técnico concomitante ao ensino médio: o aluno passou então a poder se formar separadamente no ensino médio e no ensino técnico.

Em 1998, o colégio passou a oferecer durante a noite o ensino médio para adultos que não haviam completado a educação básica: o Projeto de Ensino Médio de Jovens e Adultos (PEMJA), similar à Educação de Jovens e Adultos (EJA).[nota 3] No mesmo ano foi instituído o Programa de Vocação Científica (PROVOC), em parceria com o Centro de Pesquisas René Rachou (Fiocruz Minas Gerais), como uma forma de disponibilizar bolsas de iniciação científica júnior.[22] O programa que já existia desde 1986 na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, mas até então não existia em nenhuma escola de Minas Gerais.

Reformas em 2009 ao redor do Coltec (edifício ao fundo), para instalação de grades em volta do colégio e remodelagem do estacionamento, que é compartilhado com a Escola de Engenharia da UFMG.

2001–atual[editar | editar código-fonte]

Com a publicação da Resolução UFMG nº 5, de 3 de maio de 2007, o Coltec passou a ser subordinado à Escola de Educação Básica e Profissional (EBAP) e então o Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais passou a ser apenas o nome da escola fundamental da EBAP. Com isso, o nome do colégio foi alterado de Colégio Técnico do Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais para o atual Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais.[4]

Até 2008 o Coltec possuía 4 cursos técnicos integrados. Em 2008, com a construção do anexo da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, a entrada do estacionamento do colégio passou a ser por trás do colégio, não mais pela frente. No final desse mesmo ano foi aprovado o curso técnico de Informática, que começou a funcionar a partir do ano letivo de 2009. Em 2009 algumas alterações elevaram de 136 para 176 o número de vagas para os cursos técnicos integrados, e os cursos de Instrumentação e Patologia Clínica foram renomeados respectivamente para Automação Industrial e Análises Clínicas. A grade curricular do ensino médio também voltou a ser integrada ao ensino técnico.

Os cursos técnicos subsequentes estão estruturados sobre uma base de conhecimentos gerais e específicos, possuindo carga horária destinada ao núcleo comum (conhecimentos gerais) e à formação profissional específica (conhecimentos específicos). Para a conclusão da formação profissional o estudante deve cumprir 320 horas de estágio obrigatório, sendo esse em empresas, institutos ou até mesmo dentro da própria Universidade.[23]

Processo seletivo[editar | editar código-fonte]

Aqueles que querem se matricular devem fazer uma prova de seleção (anual), semelhante a um vestibular, da qual apenas 122 alunos são aprovados. O exame de seleção consiste em prova escrita com 60 questões de múltipla escolha sobre as seguintes matérias: Língua Portuguesa, Ciências Naturais, Matemática, Geografia e História Geral e do Brasil. Em ano de 2015 o colégio optou por incluir peso dois nas questões de matemática e português totalizando 90 pontos a nota geral da prova[24] A prova é um processo de seleção tão (ou mais) concorrido quanto diversos vestibulares de universidades,[25] chegando há ter 40 candidatos por vaga.[26] No ano de 2015, o número de candidatos por vaga chegou a 37,3 na modalidade 1 (livre concorrência).[27]

Alternativamente, o aluno pode ingressar caso haja se formado no ensino fundamental do Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais, ou ainda caso seja aprovado no processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec):[28] neste caso, o candidato usará a nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).[29]

Relação Candidato/Vaga - Processo Seletivo COLTEC UFMG 2015.[27]
Vagas Candidatos Candidatos por Vaga
Téc. em Análises Clínicas - Livre Concorrência 13 557 42,85
Téc. em Automação Industrial - Livre Concorrência 13 433 33,31
Téc. em Eletrônica - Livre Concorrência 13 443 34,08
Téc. em Informática - Livre Concorrência 13 494 38
Téc. em Química - Livre Concorrência 13 503 38,69
Total 65 2430 37,3

Referências

  1. BRASIL. «Gastos Diretos por Órgão Executor». Portal da Transparência. Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  2. a b Coltec (15 de março de 2017). «Direção». Consultado em 13 de julho de 2017 
  3. UBES (1 de dezembro de 2014). «Eleições para o Grêmio Estudantil do COLTEC». Consultado em 16 de fevereiro de 2015 
  4. a b BRASIL (29 de dezembro de 2008). «Lei nº 11.892». Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Presidência da República. Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  5. BRASIL. «Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica em Minas Gerais». Ministério da Educação (MEC). Consultado em 7 de abril de 2017 
  6. «50 melhores escolas de Belo Horizonte (MG)». São Paulo: Universo Online. UOL Educação. 3 de abril de 2008. Consultado em 17 de fevereiro de 2015 
  7. «SP, RJ e MG reúnem maioria das cem melhores escolas; apenas 7 são públicas». São Paulo. 22 de dezembro de 2014. Consultado em 28 de dezembro de 2014 
  8. «Enem 2013 por Escola: conheça as 20 melhores de Minas Gerais». São Paulo: Universo Online. UOL Educação. 22 de dezembro de 2014. Consultado em 28 de dezembro de 2014 
  9. «Minas tem sete escolas entre as 20 melhores do Enem 2013». Estado de Minas. 22 de dezembro de 2014. Consultado em 23 de janeiro de 2015 
  10. BRASIL (8 de setembro de 2014). «UFMG tem o melhor ensino do país, segundo ranking da Folha». Minas Gerais: Universidade Federal de Minas Gerais. Consultado em 17 de fevereiro de 2015 
  11. «Ensino público só emplaca escolas "modelo" entre as mil melhores no Enem 2011». São Paulo: Universo Online. UOL Educação. 23 de novembro de 2012. Consultado em 27 de dezembro de 2014 
  12. Calgaro, Fernanda (28 de abril de 2009). «Só 10 escolas públicas estão entre as 100 melhores do Enem 2011». São Paulo: Universo Online. UOL Educação. Consultado em 22 de novembro de 2012 
  13. Calgaro, Fernanda (28 de abril de 2009). «MEC divulga as melhores e as piores escolas no Enem 2008». São Paulo: Globo. G1. Consultado em 27 de dezembro de 2014 
  14. BRASIL. «Cursos técnicos». Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais. Consultado em 4 de janeiro de 2015 
  15. BRASIL. Conselho Federal de Medicina (CFM). «Resolução CFM nº 1763/2005». Publicada no Diário Oficial da União de 9 de março de 2005, Seção I, págs. 189 a 192. Portal Médico. Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  16. BRASIL (29 de setembro de 2008). «Decreto nº 6.583». Promulga o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990. Presidência da República. Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  17. Duarte, Vânia Maria do Nascimento. «Letras maiúsculas e minúsculas – circunstâncias de uso». Português. Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  18. BRASIL. «Cursos ofertados». Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais. Consultado em 4 de janeiro de 2014 
  19. BRASIL. «História UFMG». Minas Gerais: Universidade Federal de Minas Gerais. Consultado em 23 de janeiro de 2015. Arquivado do original (SHTML) em 24 de janeiro de 2015 
  20. a b c BRASIL (20 de abril de 2009). ano nº 35. «Na idade da razão» (SHTML). Minas Gerais: Universidade Federal de Minas Gerais. Boletim da UFMG (1649). Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  21. a b BRASIL (2013). «A História do Coltec». Universidade Federal de Minas Gerais. Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  22. Cirino, Priscila (25 de novembro de 1998). ano nº 25. «Pesquisa no Coltec – Quanto mais cedo melhor». Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais. Boletim da UFMG (1212). Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  23. BRASIL (2014). «Informações Gerais e Normas» (PDF). item 2.2 — Estágio Curricular Obrigatório. Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais. p. 10. 23 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  24. «UFMG abre na próxima semana inscrições para seleção do Coltec, Centro Pedagógico e TU.». Minas Gerais. Estado de Minas. 4 de setembro de 2012. Consultado em 23 de janeiro de 2015 
  25. «Processo seletivo concorrido». Universia. 14 de setembro de 2006. Consultado em 23 de janeiro de 2015 
  26. «Cota está indefinida nos colégios federais da capital». Estado de Minas. 11 de setembro de 2012. Consultado em 23 de janeiro de 2015 
  27. a b BRASIL (2015). «Processo Seletivo do Colégio Técnico» (PDF). Minas Gerais: Universidade Federal de Minas Gerais. Consultado em 23 de janeiro de 2015 
  28. «MEC divulga a primeira chamada de aprovados no Sisutec». Minas Gerais: Globo. G1. 14 de agosto de 2014. Consultado em 23 de janeiro de 2015 
  29. «UFMG divulga resultado do processo seletivo do Coltec para 2013». Minas Gerais: Globo. G1. 6 de dezembro de 2012. Consultado em 3 de janeiro de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Commons Categoria no Commons
  • Coltec. Website oficial. Visitado em 7 de abril de 2017.
  • Pronatec - Coltec-UFMG. Página do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) no website do Coltec. Visitado em 7 de abril de 2017.


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