Colégios de aplicação

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Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Um colégio de aplicação é uma instituição de educação infantil, ensino fundamental e/ou ensino médio, mantido e gerido por uma instituição de ensino superior e dedicado a aplicar as práticas pedagógicas desenvolvidas por ela. Por ser ligado a uma universidade, um colégio de aplicação serve de campo de experimentação para inovações em didática e gestão escolar. Sua função social é integrar a teoria e a prática pedagógicas na formação de alunos e professores.

Universidades utilizam os colégios de aplicação como local de testes de novas pedagogias, bem como local de estágio profissional para os formandos das universidades. Nos colégios de aplicação, os professores costumam ser doutores, mestres e pesquisadores: por isso, os colégios de aplicação costumam se caracterizar por uma elevada qualidade de ensino. Existem mais de cem colégios de aplicação no mundo.[1] No Brasil, são 24 em universidades federais, mas há também colégios de aplicação vinculados a universidades estaduais e privadas.

Os colégios de aplicação têm a função de pôr em prática inovações que sejam estudadas e pesquisadas no campo da Educação como área de conhecimento. Idealmente, a pedagogia nas escolas deste tipo se orienta pelos princípios da experimentação, da aplicação e da demonstração. Como parte integrante de universidades, os colégios de aplicação têm o papel de ser espaços para o exercício do tripé universitário, que são as atividades de ensino, pesquisa e extensão (e não só ensino, como a maioria dos colégios convencionais). Portanto, professores de ensinos fundamental e médio nesses colégios são também professores da universidade (ainda que não dedicados ao ensino superior), muitos com titulação acadêmica de pós-graduação (mestrado, doutorado), e devem cumprir tarefas como pesquisadores (produzindo conhecimentos novos) e extensionistas (levando o conhecimento da instituição para a sociedade). Frequentemente, os alunos graduandos em cursos de Educação, Pedagogia e licenciaturas (em Letras, Matemática, Química, História, Biologia, Geografia, Física e Educação Física) de universidades que mantêm colégios de aplicação fazem seus estágios docentes nessas escolas.

Mesmo inseridos na estrutura institucional de universidades, nem sempre os colégios de aplicação têm instalações localizadas dentro de um campus universitário. Alguns podem ter prédios próprios, separados dos campi principais.

Colégios de aplicação no Brasil[editar | editar código-fonte]

O Decreto-Lei Nº 9053 de 12 de março de 1946 previa obrigatoriedade da criação de ginásios de aplicação nas Faculdades de Filosofia do País[2]. A denominação "Ginásio de Aplicação" foi, ao longo do tempo, sendo substituída por "Escola de Aplicação", uma vez que, ao lado do Curso Ginasial, muitos deles passaram a oferecer o Curso Colegial e/ou Curso Normal e, por último, as séries iniciais do 1º Grau[3]. Em 1979 havia 8 colégios de aplicação em instituições federais de ensino superior[4]. Em 2013 havia 17 colégios de aplicação em 16 universidades federais no país[5][5]. Em 2022, mais 7 unidades foram reconhecidas como colégios de aplicação pelo Ministério da Educação, com a inclusão de unidades universitárias federais de educação infantil, totalizando 24 colégios de aplicação em universidades federais no país[6].

Lista de colégios de aplicação[editar | editar código-fonte]

No Brasil, várias universidades mantêm colégios de aplicação, sejam públicas, privadas ou comunitárias.

Universidades federais[editar | editar código-fonte]

De acordo com o Ministério da Educação, 24 unidades são reconhecidas oficialmente como colégios de aplicação em universidades federais pelo país[6]:

Universidade Colégio Ano de fundação
Universidade Federal do Acre (UFAC) Colégio de Aplicação 1982
Universidade Federal de Goiás (UFG) Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (CEPAE) 1966
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Colégio de Aplicação João XXIII da UFJF 1965
Universidade Federal do Pará (UFPA) Escola de Aplicação da UFPA (antigo NPI) 1963
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Colégio de Aplicação da UFPE (CAp-UFPE) 1958
Universidade Federal de Roraima Colégio de Aplicação da UFRR (CAp-UFRR) 1995
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Colégio de Aplicação da UFSC 1961
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) 1980
Universidade Federal de Sergipe (UFS) Colégio de Aplicação da UFS (CODAP/UFS) 1959
Universidade Federal de Viçosa (UFV) Colégio de Aplicação da UFV (CAp-COLUNI) 1965
Universidade Federal do Rio de Janeiro Colégio de Aplicação da UFRJ (CAp-UFRJ) 1948
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Núcleo de Educação Infantil (NEI) 1979
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Colégio de Aplicação da UFRGS (CAp UFRGS) 1954
Universidade Federal Fluminense (UFF) Colégio Universitário Geraldo Reis (Coluni UFF) 2006
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Unidade de Educação Infantil Ipê Amarelo (UEIIA) 1989
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Unidade Acadêmica de Educação Infantil (UAEI) 1978
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Escola de Educação Básica (EEBAS) 1988
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) Centro de Educação Infantil Criarte 1976
Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Unidade de Educação Infantil Profª Telma Vitória (UEIPTV) 1984
Universidade Federal de Lavras (UFLA) Núcleo de Estudos da Infância (NEDI)
Universidade Federal do Ceará (UFC) Unidade Universitária de Educação Infantil (UUNDC) 1978
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Centro Pedagógico (CP/UFMG) 1954
Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Colégio Universitário (COLUN) 1968
Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Escola de Educação Básica (ESEBA) 1977

Outras universidades[editar | editar código-fonte]

Conselho Nacional dos Dirigentes das Escolas de Educação Básica das Instituições Federais de Ensino Superior (CONDICAP)[editar | editar código-fonte]

No âmbito das instituições federais de ensino superior brasileiras, o CONDICAP, constituído pelos dirigentes em exercícios nos colégios de aplicação, tem por objetivo a inserção dos Colégios de Aplicação nas políticas de ensino, pesquisa e extensão e a integração dos Colégios de Aplicação das instituições federais de ensino superior, sua valorização e sua defesa[10].

ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Centro pedagógico UFMG. Disponível em http://www.cp.ufmg.br/index.php/colegios-de-aplicacao. Acesso em 28 de fevereiro de 2017.
  2. «DECRETO-LEI Nº 9.053, DE 12 DE MARÇO DE 1946». www2.camara.leg.br. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  3. Repensando as Escolas de Aplicação, Série Institucional, vol. V (PDF). [S.l.]: MEC 
  4. Colégios de Aplicação terão novo encontro. Folha de Goiaz, Goiânia, 31/01/1979. Acesso em: 12/11/2022. Disponível em: https://memoria.cidarq.ufg.br/uploads/r/centro-de-informacao-documentacao-e-arquivo-da-ufg/1/7/a/17a018157d8be3369c4980f715853dbfa38e7893c255ec542c99e0e8936eaaf5/Folha_de_Goiaz_31.01.1979__acontecimento_e_evemto_.pdf
  5. a b Nova escola. Disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/1471/colegios-de-aplicacao-sao-ilhas-de-excelencia-no-brasil. Acesso em 28 de fevereiro de 2017.
  6. a b BRASIL (23 de setembro de 2022). «PORTARIA Nº 694, DE 23 DE SETEMBRO DE 2022». Consultado em 12 de novembro de 2022 
  7. a b c Colégios Técnicos. Disponível em https://www2.unesp.br/portal#!/ensino/colegios-tecnicos/ Acesso em 15 de agosto de 2020
  8. Cotel. Disponível em https://cotel.eel.usp.br/ Acesso em 15 de agosto de 2020
  9. Escola de Aplicação. Disponível em http://www4.fe.usp.br/estagios/projeto-escola-de-aplicacao Acesso em 15 de agosto de 2020
  10. «Estatuto do Conselho Nacional dos Dirigentes das Escolas de Educação Básica das Instituições Federais de Ensino Superior (CONDICAP)» (PDF). 31 de maio de 2016. Consultado em 16 de abril de 2020