Colônia de Santa Maria do Mundo Novo

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A Colônia de Santa Maria do Mundo Novo foi uma colônia para imigrantes alemães localizada no Rio Grande do Sul, Brasil. Ela compreendia o território dos atuais municípios de Igrejinha, Taquara e Três Coroas.

História[editar | editar código-fonte]

Casa de pedra em 2008

Em 1814 o governo português concedeu a Antônio Borges de Almeida Leães uma sesmaria localizada na costa do rio dos Sinos. Em 1845, Tristão José Monteiro e seu sócio Jorge Eggers adquiriram a sesmaria, então denominada Fazenda Mundo Novo, pertencente a Libânia Inocência Correa de Leães, viúva de Antônio Borges de Almeida Leães. Esta fazenda compreendia os atuais territórios de Igrejinha, de Taquara e de Três Coroas. Em 4 de setembro de 1846, Jorge Eggers vendeu sua parte para Tristão Monteiro. Este criou a Colônia de Santa Maria do Mundo Novo.

A partir de 1846, muitos colonos alemães, vindos de São Leopoldo e diretamente da Alemanha, fixaram-se nessa Colônia e, aos poucos se espalharam pelas margens do rio Santa Maria (hoje Rio Paranhana), rumo ao norte. Grandes partes de terra dessa Colônia foram vendidas a baixo preço aos novos colonizadores, os quais encontraram muitas dificuldades quanto ao cultivo do solo. Eram comuns os conflitos com bugres. A região era montanhosa e não havia estradas, sendo o rio o único meio de escoamento dos produtos colhidos na região, os quais eram transportados em pequenos barcos até Sapiranga, onde eram distribuídos.[1]

A Colônia dividia-se em três seções: Baixa Santa Maria – hoje Taquara, Média Santa Maria – hoje Igrejinha e Alta Santa Maria – hoje Três Coroas. Devido as rivalidades existentes entre os colonos alemães foram criadas novas denominações pejorativas a estes locais: a seção do sul chamaram em seu dialeto de Mau Canto (em alemão: Schlechtes Viertel), a do meio, de Ruela dos Judeus (em alemão: Judengasse) e a mais ao norte de Terra Relaxada (em alemão: Lappland).[2]

Foi na Média Santa Maria, que Tristão Monteiro construiu uma grande casa de alvenaria em estilo Português, a chamada "Casa de Pedra". Esta casa foi construída para instalar a capatazia e o armazém de abastecimento dos primeiros colonos e do pessoal que procedia a medição das terras do vale.

O primeiro censo da região foi realizado por Daniel Hillembrand em 1848. Segundo este levantamento a região contava com 400 habitantes. Em 1854 Tristão Monteiro realizou o segundo censo e constatou que a população havia dobrado, e em 1864 este número aumentou para 1427 moradores.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «História de Igrejinha». Consultado em 8 de abril de 2008. Arquivado do original em 31 de maio de 2008 
  2. a b Igrejinha - Uma história em construção, livro da Secretaria Municipal de Educação, 2004 - p.18

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BRUSSIUS, Marina. FLECK, Sigrid Izar. Igrejinha - História que o tempo registra, da Secretaria Municipal de Educação, 1991.
  • INGERS. Origens - Boletim informativo do Instituto Geanealógico do Rio Grande do Sul, 1997.
  • ENGELMANN, Erni. A Saga dos Alemães I - Do Hunsrück para Santa Maria do Mundo Novo, 2004.
  • ENGELMANN, Erni. A Saga dos Alemães II - Do Hunsrück para Santa Maria do Mundo Novo, 2005.
  • ENGELMANN, Erni. A Saga dos Alemães III - Do Hunsrück para Santa Maria do Mundo Novo, 2007.
  • REINHEIMER, Dalva Neraci. Terra, gente e fé: Aspectos históricos da Taquara do Mundo Novo, 2005.
  • REINHEIMER, Dalva Neraci. SMANIOTTO, Elaine. 160 anos da cultura alemã em Igrejinha, da AMIFEST e SME, 2006.
  • SANDER, Berenice Fülber. MOHR, Flávia Corso. Igrejinha - Uma história em construção, da Secretaria Municipal de Educação, 2004.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]