Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética

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O Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética[a] foi a liderança executiva do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), atuando entre sessões do congresso do PCUS. De acordo com o estatuto do partido, o comitê dirigia todas as atividades partidárias e governamentais. Seus membros eram eleitos pelo Congresso do Partido.

Durante a liderança de Vladimir Lenin, o Comitê Central do Partido Comunista funcionou como a autoridade máxima do partido entre congressos. Contudo, o 8.º Congresso do Partido (realizado em 1919) estabeleceu o Politburo do Partido Comunista da União Soviética para responder a questões que necessitassem de respostas imediatas. Alguns representantes rechaçaram a criação do Politburo e, em resposta, este foi subordinado ao Comitê Central, cujos membros poderiam, inclusive, participar de sessões do Politburo em caráter consultivo, mas não votar a menos que fossem membros. Depois da morte de Lenin em janeiro de 1924, Josef Stalin aumentou, gradualmente, seu poder no Partido Comunista através do cargo de Secretário-geral do Comitê Central, o principal secretário do Secretariado. Com a tomada de poder de Stalin, o papel do Comitê Central foi ofuscado pelo Politburo, que consistia de uma pequena camarilha de leais stalinistas.

Na época da morte de Stalin em 1953, o Comitê Central havia se tornado, essencialmente, um órgão simbólico, subordinado ao Politburo e não o inverso. A morte de Stalin revitalizou o Comitê central, que se tornou uma importante instituição durante a luta de poder para suceder Stalin. Depois da ascensão de Nikita Khrushchov, o Comitê Central ainda desempenhou um papel importante; ele reverteu a decisão do Politburo de remover Khrushchov do cargo em 1957. Em 1964, o Comitê Central derrubou Khrushchov e elegeu Leonid Brejnev como Primeiro Secretário. O Comitê Central foi um órgão importante no início do governo de Brejnev, mas perdeu poder de fato para o Politburo. A partir de então, até a era de Mikhail Gorbatchov (Secretário-geral de 1985 a 1991), o Comitê Central desempenhou um papel menor no governo do partido e do país — o Politburo, mais uma vez, operou como o maior órgão político da União Soviética.

History[editar | editar código-fonte]

Antecedentes: 1898–1917[editar | editar código-fonte]

No 1.º Congresso do Partido Operário Social-Democrata Russo (o antecessor do Partido Comunista da União Soviética), Vladimir Lenin conseguiu ganhar apoio suficiente para estabelecer um órgão central todo poderoso no próximo congresso.[1] Este órgão central se tornaria o Comitê Central, o qual tinha o direito de deliberar sobre todas as questões do partido, excetuando as questões locais.[1] O grupo que apoiava o estabelecimento de um Comitê Central no 2.º congresso chamava a si mesmo de bolcheviques e aos perdedores (a minoria) foi dado o nome de mencheviques por seu próprio líder, Julius Martov.[2] O Comitê Central seria composto de três membros e supervisionaria o conselho editorial de Iskra, o jornal do partido.[2] Os primeiros membros do Comitê Central foram Gleb Krzhizhanovsky, Friedrich Lengnik e Vladimir Noskov.[2] Ao longo de sua história, o partido e o Comitê Central foram minados por lutas internas entre facções e pela repressão das autoridades governamentais.[3] Lenin conseguiu persuadir o Comitê Central, depois de uma discussão longa e acalorada, a iniciar a Revolução de Outubro.[3] A maioria dos membros encarava com ceticismo a ideia de iniciar um revolução tão cedo e foi Lenin quem conseguiu convencê-los.[3] A moção para realizar a revolução em outubro de 1917 passou com dez votos a favor e dois contra pelo Comitê Central.[3]

Notas

  1. em russo: Центра́льный комите́т Коммунисти́ческой па́ртии Сове́тского Сою́за – ЦК КПСС, Tsentralniy Komitet Kommunistitcheskoi Partii Sovetskogo Soyuza – TsK KPSS

Referências

  1. a b Wesson 1978, p. 19.
  2. a b c Service 2000, pp. 156–158.
  3. a b c d Service 2000, pp. 162, 279, 293, 302–304.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]