Controvérsia da queima do Alcorão de 2010

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Manifestantes protestam contra a queima do Alcorão na Índia.

A controvérsia da queima do Alcorão de 2010 foi referente a uma tentativa de incendiar alguns exemplares do livro sagrado Alcorão planejada pelo líder da pequena igreja não denominacional Dove World Outreach Center, o pastor Terry Jones, em protesto contra a construção da mesquita Park51 próxima ao Marco Zero dos ataques de 11 de setembro e receberia o título de Dia Internacional da Queima do Alcorão.[1][2]

Reações[editar | editar código-fonte]

Os bombeiros de Gainesville não autorizaram a queima do Alcorão no recinto da Igreja e nem a céu aberto por não ser permitido na cidade a queima de objetos devido ao perigo de incêndio e risco de ferir civis.[3]

O evento foi seguido por milhares (fãs, críticos e outros) em comunidade do Facebook.[4]

Logo após o evento foi anunciada a Associação Nacional de Evangélicos recomenda-se que o evento fosse cancelado.[5] A Aliança Evangélica Mundial "pede aos países vizinhos muçulmanos de reconhecer que os planos anunciados por um grupo de Florida para queimar exemplares do Corão em 11 de setembro não representam a vasta maioria dos cristãos. "Ele desonra a memória daqueles que morreram nos ataques de 11 de setembro e perpetua a violência inaceitável". O evento é amplamente condenada por líderes religiosos americanos.[6]

Em Faizabad, no nordeste do Afeganistão, uma multidão atacou a base da OTAN, uma pessoa morreu durante o conflito.[7]

Na Indonésia, o presidente Susilo Bambang Yudhoyono, advertiu em um discurso televisionado que os planos para queimar o Alcorão ameaçava a paz mundial.[8]

No Irão/Irã, o presidente Mahmoud Ahmadinejad disse que o plano é uma conspiração sionista que é contra os ensinamentos de todos os profetas divinos.[9]

No Iraque, o grão-aiatolá Ali al-Sistani disse que a ameaça de Jones era uma "expressão de ódio ao Islã", mas pediu calma nas reações.[10]

No Líbano, o presidente Michel Suleiman, denunciou os planos dizendo que condena o anúncio de um grupo religioso nos Estados Unidos da sua intenção de abertamente queimar exemplares do Corão. Queimar o livro sagrado do Islã é uma clara contradição com os ensinamentos das três religiões abraâmicas e de diálogo entre as três religiões (cristianismo, judaísmo e islamismo). O cristianismo ensina amor e respeito uns pelos outros e as pessoas devem refletir sobre isso.[11]

Na Palestina, Faixa de Gaza, o primeiro-ministro do Hamas Ismail Haniyeh chamou Terry Jones de pastor louco que reflete uma atitude louca ocidental com relação ao Islã e da nação muçulmana".[12]

Nos Estados Unidos, o presidente dos Barack Obama pediu Jones desistir de queimar o Alcorão, o livro sagrado do Islã, pois tal atitude poderia colocar em risco tropas americanas no Afeganistão e incentivar radicais islâmicos da Al-Qaeda.[13]

O Vaticano advertiu que queimar o Corão seria uma grave ofensa.[14]

Fatos sobre Terry Jones[editar | editar código-fonte]

Terry Jones fundou a Dove World Outreach Center uma pequena congregação em Gainesville, Florida, com cerca de 50 membros. A igreja é liderada por ele e por sua mulher, Sylvia. A igreja ganhou notoriedade no final do ano 2000 por suas mensagens homofóbicas e islamofóbicas.[15] Em 2009, a Dove World colocaram um sinal no seu gramado que afirmou, em grandes letras vermelhas "O Islã é do diabo". Os membros da igreja, também enviaram seus filhos para o novo ano escolar com uma camiseta a dizer na frente "Respondeu Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por mim. Estou na confiança com a Dove Outreach Center e nas costas "o Islã é do diabo".[16] Jones afirmou que pretende conversar com o Imame Feisal Abdul Rauf sobre a construção da mesquita Park51. No dia 11 de setembro de 2010, Jones afirmou definitivamente que não pretende mais queimar o Alcorão.[17]

Referências

  1. Yahoo! News. «Pastor nixes Quran-burning, claims NYC mosque deal». 09/09/2010 
  2. «Pastor americano queima exemplar do 'Corão' em igreja». 21 de março de 2011 
  3. CBS News. «Pastor: I Know Quran Burning is Insulting». 07/09/2010 
  4. Medienmagazin pro. «Terry Jones ist kein Evangelikaler». 08/09/2010 
  5. DER SPIEGEL ONLINE. «Terry Jones Accused of 'Spiritual Abuse' at Cologne Church». 09/09/2010 
  6. Indiatimes. «Florida church plans to burn Quran on 9/11 anniversary». 01/08/2010 
  7. Rodrigo Craveiro, Correio Braziliense. «Protestos contra planos de queimar Corão deixa um morto no Afeganistão». 11/09/2010 
  8. Renascença. «Mundo muçulmano reage ultrajado à ameaça de queima do Corão». 10/09/2010 
  9. ClickPB. «Ahmadinejad diz que plano de queimar Alcorão é complô sionista». 10/09/2010 [ligação inativa]
  10. O Globo. «Ameaça de queima do Alcorão gera protestos no Afeganistão‎». 10/09/2010 
  11. Estadão. «Pastor desafia Washington, mantém queima do Alcorão e revolta islâmicos». 09/09/2010 
  12. Diário de Notícias - Lisboa. «Primeiras vítimas no caso da queima do Alcorão‎». 11/09/2010 [ligação inativa]
  13. O Estado de S. Paulo. «Obama pede a pastor da Flórida que desista de queimar Alcorão». 09/09/2010 
  14. Correio Braziliense. «Vaticano adverte que queimar o Corão seria uma grave ofensa». 08/09/2010. Consultado em 11 de setembro de 2010. Arquivado do original em 12 de setembro de 2010 
  15. El Periodico de Aragon. «Antigais y antiislam». 08/09/2010 [ligação inativa]
  16. The New Work Times. «City Disavows Pastor's Talk of Burning Koran». 11/09/2010 
  17. Agencia EFE. «Pastor Jones confirma que não vai queimar o Corão "nem hoje, nem nunca"». 11/09/2010