Convento do Carmo (Lisboa)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Este artigo é sobre Igreja do Carmo em Lisboa. Para outros significados, veja Convento do Carmo.
Ruínas do Convento e Igreja do Carmo vistos do Rossio.
Convento do Carmo de Lisboa: portada.
Largo do Carmo com o chafariz e a entrada principal do Convento.
Ruínas da nave da igreja do Convento do Carmo.
Ficheiro:Túmulo de D. Fernando I.jpg
Túmulo gótico de Ferdinand_Ier_de_Portugal.

O Convento da Ordem do Carmo de Lisboa encontra-se no Largo do Carmo e ergue-se sobranceiro ao Rossio (Praça de D. Pedro IV), próximo ao morro do Castelo de São Jorge, na cidade e Distrito de Lisboa, em Portugal.

O monumento, que já foi a principal igreja gótica da capital, ficou em ruínas devido ao terramoto de 1755, não tendo sido reconstruído. Constitui-se em um dos principais testemunhos da catástrofe ainda visíveis na cidade. Actualmente as ruínas abrigam o Museu Arqueológico do Carmo.

É provável que a ruína do Convento do Carmo e do vizinho Convento da Trindade, aquando do terramoto, esteja na origem da expressão Cair o Carmo e a Trindade.

História

O Convento do Carmo foi fundado por D. Nuno Álvares Pereira em 1389. Foi ocupado inicialmente por frades carmelitas de Moura, chamados por D. Nuno para ingressar no convento em 1392. Em 1404, D. Nuno doou os seus bens ao convento e, em 1423, ele mesmo ingressou no convento como religioso.

O convento e a igreja foram erguidos aproximadamente entre 1389 e 1423 em estilo gótico mendicante, com certa influência do estaleiro do Mosteiro da Batalha, que havia sido fundado por D. João I e que também estava em construção à época.

No dia 1 de Novembro de 1755, o grande terramoto destruiu boa parte da igreja e do convento, que nunca chegou a ser totalmente reconstruído. No reinado de D. Maria I iniciou-se a reconstrução de uma ala do convento, sem respeito pelo estilo ou a traça originais, que foi ocupado pelos monges até à expulsão das ordens religiosas, em 1834, e convertido em instalações militares em 1836. A igreja permaneceu em ruínas até à actualidade.

Foi no Quartel do Carmo, sede do Comando-Geral da GNR, que o Presidente do Conselho do Estado Novo, Marcelo Caetano, se refugiou dos militares revoltosos, durante a Revolução dos Cravos. O cerco deste aquartelamento foi dirigido pelo capitão Salgueiro Maia.

No Largo do Carmo, em frente ao convento, encontra-se o Chafariz do Carmo, do século XVIII, desenhado por Ângelo Belasco e decorado com quatro golfinhos.

Características

A fachada da igreja do convento tem um portal de várias arquivoltas lisas com capitéis decorados. A rosácea que encima o portal está destruída. A fachada sul da igreja é sustentada por cinco arcobotantes, adicionados em 1399 após um desabamento durante a construção da igreja. O interior apresenta três naves e cabeceira com uma capela-mor e quatro absidíolos. O tecto da nave da igreja desapareceu com o terramoto, e só os arcos ogivais transversais que o sustentavam são visíveis hoje.

Museu Arqueológico do Carmo

O corpo principal da igreja e o coro, cujo telhado resistiu ao terramoto, foram requalificados e abrigam hoje um Museu Arqueológico com uma pequena mas interessante colecção. Do paleolítico e neolítico português destacam-se as peças provenientes de escavações de uma fortificação pré-histórica perto de Azambuja (3500 a.C. - 1500 a.C.).

O núcleo de túmulos góticos inclui o de D. Fernando Sanches (início do século XIV), decorado com cenas de caça ao javali, e o magnífico túmulo do rei D. Fernando I (1367-1383), transferido de um convento em Santarém para o museu. Destaca-se também uma estátua de um rei do século XIII (talvez D. Afonso Henriques), além de peças romanas, visigóticas e até duas múmias peruanas.

Ver também

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Convento do Carmo (Lisboa)

Ligações externas