Cooperativa Operária Mataronense

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Nau Gaudí na atualidade.

A Cooperativa Operária Mataronense, atualmente conhecida como Nau Gaudí, é uma antiga fábrica situada em Mataró, na província de Barcelona, uma das primeiras obras do arquiteto modernista Antoni Gaudí.

História e descrição[editar | editar código-fonte]

Interior original da Nau Gaudí, com os seus arcos parabólicos.

A Cooperativa foi criada em Barcelona pelo industrial Salvador Pagès i Anglada em 1864, mas foi transferida para Mataró em 1874, tendo o engenheiro Joan Brunet i Alsina ficado encarregado das obras.[1] Gaudí recebeu em 1878 o encargo de construir a sede social, constituída por uma fábrica, um bairro de casas económicas, um casino com jardim e um edifício de serviços. Gaudí trabalhou no projeto entre 1878 e 1882, tendo finalmente construído apenas a fábrica, o edifício de serviços e um pavilhão. Este último foi a primeira construção onde Gaudí utilizou arcos parabólicos, um dos elementos mais utilizados nas suas obras posteriores, com um sistema de montagem com pernos concebido por Philibert de l'Orme.[2] Gaudí concebeu o conjunto com base na orientação solar, incorporou no mesmo zonas ajardinadas e usou azulejos para decorar o edifício de serviços, outros elementos característicos das suas obras posteriores. Gaudí desenhou também o emblema da Cooperativa, com a figura de uma abelha, símbolo do trabalho.[3]

No final do século XIX, a Cooperativa foi mutilada de um dos lados devido à ampliação da rua adjacente. Após décadas de abandono, foi adquirida pelo município no final do século XX, que conduziu obras de restauro com o objetivo de lhe devolver o aspeto original. Após a conclusão do restauro, foi inaugurada em 26 de setembro de 2008 com um novo nome, Nau Gaudí.

Originalmente utilizada como centro de informação e orientação profissional para jovens menores que 25 anos,[4] a Nau Gaudí é desde novembro de 2010 a sede provisória do Museu de Arte Contemporânea da Catalunha, expondo parte da coleção de arte contemporânea catalã doada por Lluís Bassat i Coen, que constituirá a futura coleção permanente do museu.[5][6] A coleção inclui obras de artistas como Antoni Tàpies, Josep Guinovart, Joan Miró, Pablo Picasso, Albert Ràfols-Casamada, Joaquín Torres García, Arranz Bravo, Àngel Jové, Joan Ponç, Josep Maria de Sucre e Joan Brotat.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Bassegoda i Nonell, El gran Gaudí, p. 100
  2. Flores, Les lliçons de Gaudí, p. 26
  3. Bassegoda i Nonell, Gaudí o espacio, luz y equilibrio, p. 46
  4. «El Telecentre i el Servei d'Ocupació Jove es traslladen de la Nau Gaudí» (em catalão). Ajuntament de Mataró. 16 de abril de 2010. Consultado em 11 de janeiro de 2012 
  5. a b «Una casa de Gaudí para el arte de hoy» (em espanhol). La Vanguardia. 11 de novembro de 2010. Consultado em 11 de janeiro de 2012 
  6. Márquez, Teresa (11 de novembro de 2010). «Gaudí de l'art català» (em catalão). El Punt Avui.cat. Consultado em 11 de janeiro de 2012 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BASSEGODA I NONELL, Joan (1989). El gran Gaudí (em espanhol). Sabadell: Ausa. ISBN 84-86329-44-2 
  • BASSEGODA I NONELL, Joan (2002). Gaudí o espacio, luz y equilibrio (em espanhol). Madrid: Criterio. ISBN 84-95437-10-4 
  • FLORES, Carlos (2002). Les lliçons de Gaudí (em catalão). Barcelona: Empúries. ISBN 84-7596-949-6