Imperador do Divino

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Coroa do Divino)

O “Imperador do Divino” é o personagem principal da Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, na cidade de Pirenópolis, Goiás.

Imperador do Divino[editar | editar código-fonte]

Foto tirada durante a Procissão do Divino em 2008

A presença do Imperador, figura central da Festa, bem como sua corte, faz representar o Rei e a Corte lisbonense, com toda sua pompa. O trajeto feito da casa do Imperador à Igreja, para hora da Missa, quando o Imperador vai dentro do quadro formado por quatro varas e segurado nas pontas por quatro virgens, é também um resquício, do que, outrora , se fazia na corte de Lisboa.

Depoimento: A honra de ser Imperador[editar | editar código-fonte]

Foto tirada durante a Procissão do Divino em 2008.

Para o cidadão pirenopolino não existe honra nem glória maior do que ser Imperador do Divino. A escolha, realizada através de sorteio, é atribuída ao próprio Divino Espírito Santo, sendo considerada uma benção. A Festa do Divino é Bem Antiga. Começou no século XIII, em Portugal, com a Rainha Isabel (mais tarde Santa Isabel). A soberana, esposa de Dom Dinis, rei de Portugal, era filha de Dom Pedro III, Rei de Aragão (hoje, Espanha). Como Portugal e Aragão estavam em guerra, a Rainha Isabel, ofereceu a sua Coroa ao Divino Espírito Santo, suplicando-lhe que fizesse a paz. Alcançada esta, a rainha levou a coroa à igreja, em procissão, no Domingo de Pentecostes, pedindo que se repetisse a cerimônia todos os anos, nessa ocasião. A festa foi introduzida no Brasil na época da colonização. Tem-se notícia dela em Pirenópolis já na segunda metade do Século XVIII. Contudo, é escassa a literatura sobre o assunto. Cuidaram dele Jarbas Jaime (Esboço Histórico de Pirenópolis, 1971) e Glória Grace Curado (Pirenópolis - uma cidade para turismo, 1980). Esta publicação contém excertos do mencionado livro de Glória Grace Curado. O texto constitui mera transcrição do original, restrito aquilo que me pareceu mais apropriado ao objetivo da divulgação. É um breve relato sobre a festa e alguns de seus componentes. A relação dos Imperadores s do Divino, de 1819 a 1944, foi obtida do citado livro de Jarbas Jayme, de 1945 a 1971, de anotações deixadas por Braz Wilson Pompeu de Pina, e a partir de 1972, de dados coletados por Valdo Lúcio Cardoso Silva. Pelo registro histórico se verá que, em Pirenópolis, até 1988 a festa do Divino Espírito Santo teve cento e setenta imperadores. Sou, portanto 171º Imperador do Divino. Desejo manifestar meu profundo reconhecimento, não só aqueles que estão colaborando diretamente na organização e nos preparativos da festa, como também a todos os que, de um modo ou de outro, têm contribuindo para seu maior brilhantismo, fazendo dela um belo espetáculo de religiosidade e folclore. A festa do Divino pertence a todos os pirenopolinos, indistintamente, pois é feita com o entusiasmo de cada um. Sem a sua participação jamais haveria essa maravilhosa demonstração de fé, alegria e beleza, que a todos comove, encantam e seduzam.

Carlos Hercílio de Campos Curado 171º Imperador do Divino

Pirenópolis, 5 a 16 de maio de 1989.

Coroação[editar | editar código-fonte]

A solenidade é precedida de uma Procissão que leva à Igreja o Imperador, cujo mandato está vencendo. Há celebração de missa ou realização de cerimônia simples. Após a pregação, o padre convida o Imperador do ano, juntamente com o que promoverá a festa do ano seguinte, a se aproximarem do Altar. Ali, o padre depois de dá - lá a beijar, aos dois, coloca-se sobre a cabeça do novo Imperador. É um momento de tristeza para o imperador que sai, e de regozijo para o que entra.

Coroa e Cetro[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Coroa do Divino

Ambos em pura prata. Foram mandados fazer em 1826 pelo Padre Manuel Amâncio da Luz, quando Imperador.

Solenidade[editar | editar código-fonte]

A escolha do Imperador é feita por sorteio. Todos os Pirenopolinos que se julgam em condições de realizar a festa podem se inscrever. Não se faz distinção entre ricos e pobres. Se rico, promove a festa com suas posses, se pobre, com a ajuda do povo. Não há limite de vezes para uma pessoa ser Imperador, bastando ser sorteada, inclusive várias pessoas já o foram por duas ou três vezes, conforme a Lista Abaixo:

Relação dos imperadores (1819/presente)[editar | editar código-fonte]

(1819/1868)[editar | editar código-fonte]

  • 1º - Coronel Joaquim da Costa Teixeira (1819)
  • 2º - Padre José Joaquim Pereira da Veiga (1820)
  • 3º - Major Fidêncio Graciano de Pina (1821)
  • 4º - Padre Joaquim Gonçalves Dias Goulão (1822)
  • 5º - Comendador Joaquim Alves de Oliveira (1823)
  • 6º - Capitão José Francisco de Camargo (1824)
  • 7º - Capitão José Francisco de Camargo (1825)
  • 8º - Padre Manuel Amâncio da Luz (1826)
  • 9º - Alferes Aleixo Antônio (1827)
  • 10º -Alferes Domingos José de Sá (1828)
  • 11º -Padre Feliz Alves de Amorim (1829)
  • 12º -Comendador Joaquim Alves de Oliveira (1830)
  • 13º -Padre Manuel Amâncio da Luz (1831)
  • 14º -Capitão Braz Luiz de Pina (1832)
  • 15º - Padre José Joaquim Pereira da Veiga (1833)
  • 16º - Major João José do Couto (1834)
  • 17º - Alferes Antônio José Pereira (1835)
  • 18º - Tem - Cel. Francisco José Guimarães (1836)
  • 19º - Professor José Inácio do Nascimento (1837)
  • 20º - Alferes Antônio Manuel de Campos (1838)
  • 21º - Tinoco Coelho Magalhães (1839)
  • 22º - Alferes Manuel da Faria Albernaz (1840)
  • 23º - Alferes Francisco Mendes Vieira (1841)
  • 24º - Tenente Francisco da Costa Abrantes (1842)
  • 25º - Alferes Martinho Coelho do Magalhães (1843)
  • 26º - Alferes Francisco das Chagas Macedo (1844)
  • 27º - Alferes Domingos Alves de Almeida (1845)
  • 28º - Tenente Antônio Joaquim do Oliveira (1846)
  • 29º - Alferes Bernardo do Souza Lobo (1847)
  • 30º - Tenente Antônio Tomaz do Aquino (1848)
  • 31º - Capitão Braz Luiz de Pina (1849)
  • 32º - Capitão José Gomes de Siqueira (1850)
  • 33º - Justino Candido Batista (1851)
  • 34º - Alferes Braz Luiz de Pina (1852)
  • 35º - Tenente Antônio Gomes de Siqueira (1853)
  • 36º - Alferes José da Silva Carvalho (1854)
  • 37º - Tenente Boaventura José de Oliveira (1855)
  • 38° - Manuel da Costa Marques (1856)
  • 39° - Alferes Domingos Gonçalves da Costa (1857)
  • 40º - Capitão João Floriano Mendonça (1858)
  • 41° - Tenente Antônio Gomes de Morais (1859)
  • 42° - Alferes Luiz Manuel Moreira Farinha (1860)
  • 43° - Capitão Luiz de Souza Lobo Fleury (1861)
  • 44° - Tenente J. Gonzaga Jaime de Sá (1862)
  • 45° - Capitão Manuel Barbo de Siqueira (1863)
  • 46° - Capitão Roque José Pereira da Silva (1864)
  • 47° - Professor João Bonifácio Sardinha de Siqueira (1865)
  • 48° - Capitão Luiz de Souza Lobo Fleury (1866)
  • 49° - Major Antônio Tomaz de Aquino Corrêa (1867)
  • 50° - Timóteo Coelho de Magalhães (1868)

(1869/1918)[editar | editar código-fonte]

  • 51º - Padre Antônio Tomaz de Aquino (1869)
  • 52º - Joaquim Fleury de Sousa Lobo (1870)
  • 53º - Modesto Pires da Penha (1871)
  • 54º - Alferes Francisco Antônio Rodrigues Ferreira (1872)
  • 55º - Bernardo Lobo de Sousa Fleury Júnior (1873)
  • 56º - Alferes Francisco Antônio Rodrigues Ferreira (1874)
  • 57º - Antônio Pereira da Veiga (1875)
  • 58º - Joaquim Pereira Valle Júnior (1876)
  • 59º - Capitão Joaquim Gomes Mendonça (1877)
  • 60º - Padre Simeão Estelita Lopez Zedes (1878)
  • 61º - Francisco de Assis Gomes (1879)
  • 62º - Ten. - Cel. Bernardo Lobo de Sousa Fleury (1880)
  • 63º - Antônio Bernardo Lobo Fleury (1881)
  • 64º - Francisco de Assis Gomes (1882)
  • 65º - Antônio Gomes de Sousa Lobo (1883)
  • 66º - Braz Aristófanes de Pina (1884)
  • 67º - Alferes Virgílio José do Nascimento (1885)
  • 68º - José Nunes da Costa Santos (1886)
  • 69º - Antônio Gomes de Sousa Lobo (1887)
  • 70º - Alferes Joaquim Pereira Valle Junior (1888)
  • 71º - Francisco Herculano de Pina (1889)
  • 72º - Joaquim Fleury de Sousa Lobo (1890)
  • 73º - Domingos Batista Ferreira (1891)
  • 74º - Tenente João Gonzaga Jaime de Sá Júnior (1892)
  • 75º - Manuel Moreira de Melo (1893)
  • 76º - Comendador Manuel Batista de Siqueira (1894)
  • 77º - José Lourenço Dias (1895)
  • 78º - José Pereira Guimarães (1896)
  • 79º - Pedro Batista Ferreira (1897)
  • 80º - Joaquim Manuel da Paixão (1898)
  • 81º - Manuel D’Assunção Bastos (1899)
  • 82º - Romero Batista (1900)
  • 83º - José Gutemberg (1901)
  • 84º - Sebastião José de Siqueira (1902)
  • 85º - Benedito D’Abadia Mendonça (1903)
  • 86º - Bion Melchisédch de Siqueira (1904)
  • 87º - Aristildes Hildebrando de Siqueira (1905)
  • 88º - Antônio José da Veiga (1906)
  • 89º - Luis de Araújo Goudinho (1907)
  • 90º - Carlos D’Abadia Mendonça (1908)
  • 91º - José Lourenço Dias (1909)
  • 92º - José Lourenço Dias (1910)
  • 93º - Gedeão de Siqueira (1911)
  • 94º - Absalão Gonçalves Lopes (1912)
  • 95º - Ermano Gomes da Silva (1913)
  • 96º - Joaquim de Faria Lobo (1914)
  • 97º - Benedito Nominato Gomes (1915)
  • 98º - Francisco Raul Lobo (1916)
  • 99º - Coronel Francisco José de Sá (1917)
  • 100º - Antônio José da Veiga (1918)

(1919/1968)[editar | editar código-fonte]

  • 101º - Cristóvão José da Veiga (1919)
  • 102º - Sansão Mamedes Lopes (1920)
  • 103º - Emílio de Carvalho (1921)
  • 104º - Joaquim Mendonça (1922)
  • 105º - Joaquim Propício de Pina (1923)
  • 106º - Virgílio de Araújo Goudinho (1924)
  • 107º - Horácio Alfredo de Sá (1925)
  • 108º - Aquiles de Pina (1926)
  • 109º - Aristel Jacinto da Silva (1927)
  • 110º - Gastão Jaime de Siqueira (1928)
  • 111º - João Luiz Pompeu de Pina (1929)
  • 112º - Joaquim de Carvalho (1930)
  • 113º - Homero Gomes da Silva (1931)
  • 114º - Major Félix Jaime (1932)
  • 115º - Coronel Francisco José de Sá (1933)
  • 116º - Luis D’Abadia de Pina (1934)
  • 117º - João Alves da Costa (1935)
  • 118º - Braz Wilson Pompeu de Pina (1936)
  • 119º - Coronel Francisco José de Sá (1937)
  • 120º - Cinval de Carvalho (1938)
  • 121º - Sansão Mamedes Lopes (1939)
  • 122º - Jácome de Siqueira (1940)
  • 123º - José Gomes da Rocha (1941)
  • 124º - Braz Wilson Pompeu de Pina (1942)
  • 125º - José Pereira Farinha (1943)
  • 126º - José Antônio da Abadia (1944)
  • 127º - Joaquim Basílio de Oliveira (1945)
  • 128º - Ulisses Jaime (1946)
  • 129º - José D’Abadia de Pina(1947)
  • 130º - Dário Mendonça (1948)
  • 131º - Dário Mendonça (1949)
  • 132º - Oliveira da Veiga (1950)
  • 133º - Francisco Arruda (1951)
  • 134º - Pompeu Cristóvão de Pina (1952)
  • 135º - Agostinho de Pina (1953)
  • 136º - Salomão Afonso (1954)
  • 137º - Sandoval da Veiga (1955)
  • 138º - José Cristóvam Lobo (1956)
  • 139º - Eloi Basílio de Oliveira (1957)
  • 140º - Oliveira da Veiga (1958)
  • 141º - Aguinaldo de Sá (1959)
  • 142º - Aguinaldo de Sá (1960)
  • 143º - Joaquim Carvalho (1961)
  • 144º - Wildo Luiz Pompeu de Pina (1962)
  • 145º - Ronaldo Jaime (1963)
  • 146º - Sebastião Balduino (1964)
  • 147º - Inácio Félix (1965)
  • 148º - Mauro de Pina (1966)
  • 149º - Abrão Luis Pereira (1967)
  • 150º - Décio de Carvalho (1968)

(1969/2019)[editar | editar código-fonte]

  • 151º - Geraldo D’Abadia de Pina (1969)
  • 152º - Duílio Pompeu de Pina (1970)
  • 153º - Alexandre Luiz Pompeu de Pina (1971)
  • 154º - Clóvis de Oliveira (1972)
  • 155º - José Inácio Gomes da Silva (1973)
  • 156º - Balduino Pereira (1974)
  • 157º - Benedito Néli Clapini (1975)
  • 158º - Sonil Jacinto da Silva (1976)
  • 159º - Antônio P. Gonçalves (1977)
  • 160º - Lélio B. Figueiredo (1978)
  • 161º - Manuel Inácio D’Abadia Aquino de Sá Filho (1979)
  • 162º - Geraldo do Espírito Santo Lopes (1980)
  • 163º - Benedito de Arruda (1981)
  • 164º - Wesley Magalhães Batista (1982)
  • 165º - Benedito da Luz (1983)
  • 166º - Samuel Pompeu de Pina (1984)
  • 167º - Antoni Wildes Peixoto (1985)
  • 168º - Valdo Lúcio Cardoso (1986)
  • 169º - Otávio Francisco de Morais (1987)
  • 170º - Geraldo do Espírito Santo Lopes (1988)
  • 171º - Carlos Hercílio de Campos Curado (1989)
  • 172º - Joviano Sousa Moreira (1990)
  • 173º - Wilno Luiz Pompeu de Pina (1991)
  • 174º - Alvarino Zanelli (1992)
  • 175º - Everton Jesus Tavares (1993)
  • 176º - Leoni Mendonça Sobrinho (1994)
  • 177º - Olímpio Jaime (1995)
  • 178º - José Machado Neto (1996)
  • 179º - Wagner de Jesus Canedo (1997)
  • 180º - Wilson José Nogueira (1998)
  • 181º - Arnaldo Peixoto de Oliveira (1999)
  • 182º - Vicente Batista dos Santos (2000)
  • 183º - Inácio Túlio de Oliveira (2001)
  • 184º - Horácio Alfredo de Sá (2002)
  • 185º - Luiz Pereira Gomes (2003)
  • 186º - Raimundo José Miranda da Silva (2004)
  • 187º - Joventino Nogueira Filho (2005)
  • 188º - 2º Sgtº/PM Luiz Pereira da Silva (2006)
  • 189º - Benedito Consuelo da Veiga (2007)
  • 190º - Adão Rosa Pires (2008)
  • 191º - Marcus de Siqueira (2009)
  • 192º - Raimundo José Miranda da Silva (2010)
  • 193º - Thales José Jaime (2011)
  • 194º - Rafael Samuel Nonato (2012)
  • 195° - Benedito Felix da Costa Ferreira (2013)
  • 196° - Pompeu Cristóvão de Pina (2014)
  • 197º - João Geraldo da Costa Pina (2015) 
  • 198º - Jenivaldo Sá (2016) 
  • 199º - Luiz Carlos Cardoso da Silva (2017)
  • 200º - João Paulo Ferreira Vieira (2018)

(2019/presente)[editar | editar código-fonte]

  • 201º - Celmo Afonso de Souza (2019)
  • 202º - Heráclito D'Abadia (2020)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikidata Base de dados no Wikidata
  • [1]Video do Cortejo com o 189º Imperador em 2007.