Cultura ibero-maurisiana

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Território das culturas Ibero-Maurisiana e Capsiana.

Ibero-Maurisiano, ou Oraniano,[1] ou Ouchtatiano[2] foi uma indústria arqueológica que se espalhou na África do Norte durante o período epipaleolítico. Supõe-se que essa cultura surgiu como resultado da migração do povo Cro-Magnon da Península Ibérica, daí o nome, ou, então, a partir a Cultura Ateriana. A cultura existiu entre 10120 e 8550 a.C. O povo ibero-maurisiano pertencia ao tipo antropológico Mechtoide.[2]

A cultura Ibero-maurisiana se estendeu para oriente desde Marrocos (sem ultrapassar o sul da Cordilheira do Atlas) a Tunísia e para sul, no deserto do Saara, no sitio arqueológico de Gobero no sul de Niger[3] .

Os mechtoides foram assimilados durante o Neolítico e Idade do Bronze Inferior por portadores de línguas afro-asiáticas.

Em resumo, as várias linhas de evidências, usadas para argumentar a derivação da capsiana do leste, de fato, sugerem o oposto, levando à simples conclusão de continuidade entre a Ibero-Maurisiana e Capsiana. No início do Holoceno como as populações ibero-maurisianas se moveram para o interior para tirar proveito da melhoria das condições climáticas do final do Pleistoceno causou uma divergência adaptativa, que resultou na variabilidade inter-regional.[4].

A indústria lítica da cultura Ibero-Maurisiana é caracterizada pela utilização de lâminas líticas. A parte detrás destas foi reduzido de forma abrupta e semi-abrupta. O levantamento de um micro buril e uma lâmina de dorso rebaixado permitia a obtenção de uma ponta triédrica. Essas lâminas deixaram extremidades marcadas apareceram com frequência nos achados arqueológicos e é muito característico da cultura.

Um pequeno fragmento de cerâmica representando um carneiro Bardary selvagem encontrado na Caverna de Tamar Hat na Argélia, foi atribuído a cultura Ibero-Maurisiana.[5][6]

Referências

  1. «Оранская культура». Consultado em 24 de outubro de 2010. Arquivado do original em 9 de outubro de 2006 
  2. a b Les Ouchtatiens
  3. Sereno P.C., Garcea E.A.A., Jousse H., Stojanowski C.M., Saliège J-F., et al. 2008. Lakeside Cemeteries in the Sahara: 5000 Years of Holocene Population and Environmental Change. PLoS ONE 3(8): e2995. doi:10.1371/journal.pone.0002995
  4. 1991 P. Sheppard & D. Lubell. Early Holocene Maghreb prehistory: an evolutionary approach. Sahara 3: 63-9
  5. «The process of Neolithization in South-eastern Europe: From ceramic female figurines and cereal grains to entoptics and human nuclear DNA polymorphic markers» (PDF). Consultado em 25 de outubro de 2010. Arquivado do original (PDF) em 2 de outubro de 2011 
  6. «The transition to farming and the ceramic trajectories in Western Eurasia from ceramic figurines to vessels» (PDF). Consultado em 25 de outubro de 2010. Arquivado do original (PDF) em 22 de julho de 2014 
  • (em francês) D. Lubell, « Continuité et changement dans l'Épipaléolithique du Maghreb », in : Le Paléolithique en Afrique, l'histoire la plus longue, Artcom' , Errance, 2005, ISBN 2-87772-297-X

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