Douglas DC-3

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de DC-3)
Douglas DC-3
Avião
Douglas DC-3
Um Douglas DC-3 da Scandinavian Airlines System
Descrição
Tipo / Missão Aeronave comercial
País de origem  Estados Unidos
Fabricante Douglas Aircraft Company
Período de produção 19361942, 1950
Custo unitário US$79,500 (US$1,367,516 em 2014)
Primeiro voo em 17 de dezembro de 1935 (88 anos)
Introduzido em 1936
Variantes C-47 Skytrain
Tripulação 2
Passageiros 21/32
Especificações
Dimensões
Comprimento 19,60 m (64,3 ft)
Envergadura 28,95 m (95,0 ft)
Altura 4,90 m (16,1 ft)
Área das asas 90,80  (977 ft²)
Alongamento 9.2
Peso(s)
Peso vazio 7 700 kg (17 000 lb)
Peso carregado 11 430 kg (25 200 lb)
Peso máx. de decolagem 14 980 kg (33 000 lb)
Propulsão
Motor(es) 2x Wright R-1820 Cyclone de 9 cilindros radiais a pistão
2x Pratt & Whitney R-1830-92 Twin Wasp, de 14 cilindros radiais à pistão de duas fileiras
Performance
Velocidade máxima 370 km/h (200 kn)
Velocidade de cruzeiro 333 km/h (180 kn)
Alcance (MTOW) 3 420 km (2 130 mi)
Teto máximo 7 100 m (23 300 ft)
Razão de subida 5.7 m/s

O Douglas DC-3 é um avião bimotor a pistão, de asas baixas e propulsão à hélices, desenvolvido e fabricado nos Estados Unidos pela Douglas Aircraft Company, de 1936 a 1950.[1]

Foi muito utilizado na aviação comercial e pelas forças aliadas na Segunda Guerra Mundial.

Histórico[editar | editar código-fonte]

O Douglas DC-3 foi desenvolvido a pedido da American Airlines, que desejava uma aeronave para transportar mais passageiros a médias distâncias, dentro do território norte-americano.

A Douglas Aircraft utilizou a plataforma de dois modelos que já estavam em produção, o DC-1 e o DC-2, para fazer um avião maior e configurado para voos diurnos, com 21 assentos, e voos noturnos, com 14 a 16 camas.

Foi equipado com motores Pratt & Whitney Twin Wasp, que produziam 1 200 hp, que permitiram uma velocidade de 207 km/h, veloz para um avião de seu tamanho para a época.

Em 26 de junho de 1936 foi lançado pela American Airlines, mas pelas suas capacidades, foi rapidamente encomendado por companhias aéreas de todo o mundo.

Foi pioneiro em muitas rotas, pois atravessava grandes extensões com maior conforto, segurança e confiabilidade e o primeiro avião capaz de transportar com lucro exclusivamente passageiros.[2]

Opera em pistas curtas e tem alcance de 1 500 milhas, sendo na época utilizado para voos transcontinentais nos EUA e na Europa.[3]

Uso militar[editar | editar código-fonte]

Quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu, o DC-3 estava em uso em todo o mundo. Com a entrada dos Estados Unidos no conflito, toda a produção foi voltada para versões militares,sendo denominado C-47 Skytrain, para uso geral, e C-53 Skytrooper, para o transporte de tropas. Foram produzidas mais de dez mil unidades, das quais cerca de duas mil foram utilizadas pela Royal Air Force (RAF - Força Aérea do Reino Unido), designandoa-as como Dakota.

Após o fim da guerra, o DC-3 serviu na Guerra da Coreia e Guerra do Vietnã, onde alguns exemplares ganharam metralhadoras. O C-47 Skytrain permaneceu em serviço com os militares dos EUA até 2008, quando o 6º Esquadrão das operações especiais aposentou sua última aeronave.[4]

Pós-guerra[editar | editar código-fonte]

Após a Segunda Guerra o mercado foi inundado com aviões de transporte militar excedentes, mas os altos custos impediram que a fabricante atualizasse o DC-3, tornando-se obsoleto nas rotas principais e substituídos por tipos mais avançados, como o Douglas DC-6 e o Lockheed Constellation, mas o design se mostrou adaptável e útil.

A produção civil do DC-3 terminou em 1942, com 607 unidades. As versões militares, incluindo o Douglas C-47 Skytrain (Dakota na RAF) e as versões soviética e japonesa, elevaram a produção total para dezesseis mil exemplares. Muitos continuam a prestar serviço em uma variedade de funções. Estimava-se que dois mil DC-3 e seus derivados militares ainda estavam voando em 2013.[5][6]

Versões[editar | editar código-fonte]

Abaixo estão descritas as versões civis e militares do DC-3. Entre parênteses, estão as denominações utilizadas pela Royal Air Force (Dakota).

  • DC-3: versão inicial civil;
  • C-47 (Dakota I): Versão militar inicial do DC-3;
  • R4D: versão naval do C-47;
  • C-47A (Dakota III): Sistema elétrico e 24 V substituindo o original de 12 V;
  • C-47B (Dakota IV): Motores R-1830-90 e capacidade extra de combustível, permitindo voo de rotas China-Burma-Índia
  • C-47D
  • C-48 a C-52: Inúmeras variações militares do DC-3 que entraram em serviço;
  • C-53 (Dakota II): Versão para passageiros e para-quedistas;
  • Showa L2D: cópia do DC-3, construída sob licença no Japão;
  • Lisunov Li-2: cópia do DC-3, construída sob licença na União Soviética;
  • Super DC-3: versão civil aperfeiçoada, com maior capacidade de carga e com uma nova asa;
  • R4D-8 (depois denominado C-117D): versão militar naval do Super DC-3.

Emprego na Força Aérea Portuguesa[editar | editar código-fonte]

Dakota em exposição no Museu do Ar (Polo de Sintra)

Em 1944, resultante de uma aterragem de emergência em Lisboa, um avião americano deste tipo foi apreendido. Durante a Segunda Guerra Mundial, o estatuto de Portugal como país não beligerante proibia a utilização do espaço aéreo por aviões envolvidos no conflito. Antecipando-se à apreensão, o embaixador americano ofereceu a aeronave a Portugal. A partir de 1958, a Força Aérea Portuguesa adquiriu 29 aviões Dakota provenientes de diversas origens e de vários modelos.[7]

Operaram em missões de carga e transporte de passageiros. Durante a Guerra do Ultramar nas três frentes executaram missões de reconhecimento aéreo, lançamento de pára-quedistas, transporte de feridos, busca e salvamento e até de bombardeamento na Guiné-Bissau.

Com o fim da Guerra do Ultramar foram abatidos ao serviço. Muitos deles foram oferecidos aos novos países africanos, antigas colónias portuguesas.

Emprego na Força Aérea Brasileira[editar | editar código-fonte]

Visão do interior de um C-47

Versões anteriores da série DC da Douglas já vinham sendo empregadas pelo Exército Brasileiro desde 1936, com a compra de 2 DC-2, que voavam com designação C-32, a seguir foram encomendados outros 18 DC-2, na configuração C-33.[8]

Quando o antigo Corpo Aéreo deu origem à Aviação do Exército Brasileiro, em 1941, o C-47 Skytrain veio a consolidar-se como o avião de transporte padrão.

Essa extraordinária aeronave operou em todos os continentes, participou de todas as batalhas mais importantes e permaneceu em operação muito tempo depois de terminada a 2ª Grande Guerra.

No Brasil existe em operação um Douglas DC-3, de propriedade do empresário Arruda Botelho. Alguns exemplares permanecem em exposição, como no Museu Aeroespacial, na entrada da antiga VEM (Varig Engenharia e Manutenção, atual TAP Manutenção e Engenharia Brasil) na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, e no Museu da Tecnologia em São Paulo. No Museu TAM, junto ao Aeroporto de São Carlos, em São Carlos e ainda em condições de voo, encontra-se o DC-e "Rose", que foi uma doação. Esse avião preserva algumas marcas de balas, pois foi usado no dia D, na Segunda Guerra Mundial.[9]

Um DC-3 de matrícula PP-ANU, foi exposto durante décadas no extinto museu da Varig, em Porto Alegre. Quando o museu encerrou suas atividades, foi abandonado e agonizou ao tempo durante anos, hoje restaurado, encontra-se em exposição ao lado do aeroporto Salgado Filho, no Shopping Boulevard Laçador. É possível adentrar à aeronave em datas pre-estabelecidas.

Há exemplares expostos ao ar livre. Um deles numa praça na cidade de Canarana – MT, avião é do tipo Douglas C-47-5-DK, conforme especificações da época, com número de série 12 303. Este avião serviu na segunda guerra mundial e pertenceu as forças aéreas americanas, depois foi transferido a força aérea britânica.[10] Outro na cidade de Alta Floresta, em exposição na Praça da Cultura da cidade. Esse avião foi fabricado em 1942 nos Estados Unidos, pertenceu à Cruz Vermelha Internacional e foi usado durante a 2º Guerra Mundial. Após o fim do conflito, foi para a Força Aérea, em Belém, no estado do Pará. No final dos anos 70 os aviões começaram a ser vendidos pela força aérea Brasileira, foi adquirido para o transporte de colonos, garimpeiros e cargas. No dia 28 de janeiro de 2006 o avião foi doado ao município pelos pilotos e proprietários Wilson Clever Lima e William José Lima.[11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Galeria de imagens[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Douglas DC-3 (C-47B) Skytrain | Douglas Aircraft - MUSAL». www2.fab.mil.br. Consultado em 3 de julho de 2022 
  2. Burke, Kathleen. «How the DC-3 Revolutionized Air Travel». Smithsonian (em inglês). Consultado em 12 de dezembro de 2019 
  3. «Como o DC-3 mudou a aviação comercial para sempre». AEROIN. 2 de fevereiro de 2020. Consultado em 3 de julho de 2022 
  4. Gabriel, Luis. «Douglas C-47 Skytrain». www.sentandoapua.com.br. Consultado em 3 de julho de 2022 
  5. Glancey, Jonathan. «The Douglas DC-3: Still revolutionary in its 70s». www.bbc.com (em inglês). Consultado em 12 de dezembro de 2019 
  6. «Aviação Home Page». www.vetorial.net. Consultado em 3 de julho de 2022 
  7. «UNIVERSIDADE DE LISBOA - GÉNESE DA FORÇA AÉREA PORTUGUESA» (PDF). Universidade de Lisboa - Repositório. Consultado em 3 de julho de 2022 
  8. «O Douglas C-47 está de volta - MUSAL». www2.fab.mil.br. Consultado em 3 de julho de 2022 
  9. «DC3 abandonado depois de tantos sonhos ter inspirado». Asas e Flaps. 21 de outubro de 2011. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  10. Redação (19 de janeiro de 2021). «Avião da Praça de Canarana atuou na Segunda Guerra Mundial». O Pioneiro. Consultado em 1 de novembro de 2022 
  11. «Avião DC-3 patrimônio histórico de Alta Floresta será reformado». Consultado em 17 de dezembro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Douglas DC-3
Ícone de esboço Este artigo sobre aviação é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.