Darma

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Darma (em sânscrito: धर्म, transl. Dharma; em páli: धम्म, transl. Dhamma) significa "Lei Natural" , "Realidade" , "Presente de Deus" ou "vida" no modo geral. Com respeito ao seu significado espiritual, pode ser considerado como o "Caminho para a Verdade Superior". O darma é a base das filosofias, crenças e práticas que se originaram na Índia.

A mais antiga dessas, conhecida como hinduísmo, é a Sanatana Dharma (ou "Dharma Eterno"). No budismo, no jainismo e no siquismo, o darma também tem um papel axial. Nessas tradições, seres que vivem em harmonia com o darma alcançam mais rapidamente o mocsa, o Dharma Yukam, o nirvana ou libertação da roda das samsaras, ou ciclo de reencarnações.

O darma também se refere aos ensinamentos e doutrinas de diversos fundadores de tradições, como Siddhartha Gautama no budismo e Mahavira no jainismo. Como doutrina moral sobre os direitos e deveres de cada um, o Dharma se refere geralmente ao exercício de uma tarefa espiritual, mas também significa ordem social, conduta reta ou, simplesmente, virtude.

Etimologia e variantes linguísticas

Dharma é derivado do Telugu do "Dharmam", que significa "o que está estabelecido, lei, dever, direito". A palavra derivada em prácrito é Dhamma.[1]

Na Ásia Oriental, o ideograma de Dharma é 法, pronunciado em chinês mandarim, em japonês e beop em coreano. Em tibetano é chos (em tibetano: ཆོས་, dialeto lhasa AFI: tɕǿʔ ).[carece de fontes?] Em uigur, mongol e alguns outros idiomas da Ásia Central, é nom, que deriva o nomos (νόμος), palavra do grego clássico que significa "lei".[2]

Etimologicamente, a palavra Dhamma (em sânscrito: Dharma) é derivada da raiz "Dham", que significa "manter" ou "apoiar",

O conceito de Darma nas religiões indianas

A religião na Índia vem da extensão geral do conceito de Dharma. Dharma significa Lei no sentido mais amplo, bem como a vida que é vivida de acordo ou em harmonia com a lei (seja por estatutos legais ou pela lei natural). Dharma neste último sentido é "o caminho da justiça, "a maneira correta", comportamento "adequado", "decente " ou "apropriado". As diferentes tradições religiosas da Índia são concebidos como tantas variações deste caminho da retidão. Portanto, um jainista pratica o Jain-dharma, um hindu segue o Sanatana-dharma e um budista pratica o Buddha-dharma.

Historicamente, a mentalidade indiana tem sido caracterizada pela inclusão e pluralismo religioso.[3] Todas as religiões são consideradas uma questão de leis eternamente válidas da natureza (sanatana dharma) devido ao sofrimento e a escravidão e o caminho para a liberdade e para a libertação é concebido (mesmo se a pessoa acredita em um Deus pessoal) em termos de causas e efeitos.

Embora cada caminho do dharma (jainista, budista, hindu, entre outros) significa uma forma religiosa em particular com as suas próprias regras e práticas, há uniformidade geral entre essas tradições relativas a filosofia subjacente da libertação. Trilhar o caminho para a libertação é desemaranhar e reorganizar as emaranhadas e desarmoniosas estruturas psico-físicas formadas no curso do caminho da ação inábil [4] e os principais meios pelos quais se consegue isso é através da ioga, uma característica central das religiões indianas. Ioga é o caminho ascético de purificação pelo qual os efeitos dos maus procedimentos (akusla kamma) podem ser desfeitos. A maioria das formas de religião indiana utilizam alguma forma de disciplina iogue como uma ferramenta importante, se não central, no processo de purificação do corpo-mente.

Ver também

Referências

  1. Turner, Ralph 1939, entrada # 6753 em "A Comparative and Etymological Dictionary of the Indo-Aryan Languages"; http://dsal.uchicago.edu/dictionaries/soas/
  2. "The Dhamma of Islam: A Conversation with Snjezana Akpinar and Alex Berzin." Inquiring Mind (Berkeley, California), vol. 20, no. 1 (outono 2003).
  3. Derivada em parte de um ethos instituído entre seu povo, o imperador Ashoka, um das primeiras figuras do mundo-histórico à promover a tolerância religiosa e o diálogo inter-religioso.
  4. Em uma história tradicional, o Buda é visitado por um ser angelical que diz: "Um emaranhado interior, um emaranhado exterior. Esta geração é presa em um emaranhado. Peço-vos, ó Gautama, Quem pode desemaranhar esta emaranhado?" (Samyutta Nikaya.i.13). O grande estudioso budista Buddhaghosa explica que neste versículo o emaranhado mencionado refere-se à rede de desejo (dentro da psique). O Buda responde ao deva, "Quando um homem sábio, bem estabelecido em virtude, desenvolve a consciência e compreensão, então, como um bhikkhu ardente e sagaz, ele consegue desemaranhar esse emaranhado". Visuddhimagga Ch.1