Dercy Gonçalves

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Dercy Gonçalves
Dercy Gonçalves
Dercy em 2004.
Nome completo Dolores Gonçalves Costa
Nascimento 23 de junho de 1907
Santa Maria Madalena, RJ
Nacionalidade brasileira
Morte 19 de julho de 2008 (101 anos)[1]
Rio de Janeiro, RJ
Ocupação
Atividade c 1924–2008[2]

Dolores Gonçalves Costa, artisticamente conhecida como Dercy Gonçalves (Santa Maria Madalena, 23 de junho de 1907Rio de Janeiro, 19 de julho de 2008), foi uma humorista, atriz, autora, diretora teatral, produtora teatral e cantora brasileira. Oriunda dos espetáculos circenses, tornou-se uma das maiores estrelas do auge do teatro de revista na década de 1930 e da produção cinematográfica brasileira a partir da décadas de 1940.[3] Foi reconhecida pelo Guinness Book como a atriz com maior tempo de carreira na história mundial, totalizando 86 anos.[4]

Celebrada por suas entrevistas irreverentes, bom humor e emprego constante de "palavrões", foi uma das maiores expoentes do teatro de improviso no Brasil.[5]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Primeiros anos: infância[editar | editar código-fonte]

Dercy veio de uma família miscigenada: a avó era negra africana, de Dacar,[6] e o avô, português de Coimbra.[7] Uma outra avó era “quase índia”.[8] Originária de família pobre, nasceu no interior do estado do Rio de Janeiro. Sua irmã Cecília, segundo o registro, difere de seis meses do seu nascimento. Na época era muito comum registrar os filhos mais tarde, pela falta de acesso a cartórios e informações da importância de um registro civil.

Era filha de um alfaiate, chamado Manuel Gonçalves Costa e de uma lavadeira, chamada Margarida Gonçalves Costa. Sua mãe abandonou o lar e os sete filhos ao descobrir a infidelidade do marido. Dercy, abandonada pela mãe ainda pequena, foi criada pelo pai alcoólatra. A menina, que foi crescendo, teve que conviver com um pai bêbado e violento em casa e sofreu muito com o abandono da mãe, que foi embora para o Rio de Janeiro para trabalhar como empregada doméstica e que anos mais tarde faleceu durante a Gripe espanhola.[9][10][11]

Sofria preconceitos na infância, sendo constantemente chamada de "negrinha", por ser neta de uma negra.

Para ajudar nas despesas de casa junto com os irmãos, Dercy foi trabalhar em uma bilheteria de cinema, no Cinema Ideal. Vendo os filmes nas horas de expediente do serviço, aprendeu a se maquiar e atuar como as artistas da época Pola Negri e Theda Bara. Seu grande sonho era seguir carreira artística. Mesmo não sendo ainda atriz profissional, apresentava-se em teatros improvisados para hóspedes dos hotéis em sua cidade natal.

Estreia no teatro circense[editar | editar código-fonte]

Aos dezessete anos fugiu de casa para Macaé embaixo do vagão de um trem, pois queria se juntar à uma trupe de teatro mambembe que lá estava, diversos atores de circo experientes no qual ela poderia trabalhar, a Companhia de Maria Castro.[2]

Dercy Gonçalves em cena, 1956. Arquivo Nacional

Após um tempo morando em Macaé e trabalhando no teatro circense, o circo teve que partir para se fixar em outra cidade e fazer apresentações novas. Então, ela foi junto com a Companhia de Circo para Minas Gerais, onde estreou, em Leopoldina, integrando o elenco da Companhia Maria Castro.

Fazendo teatro itinerante, formou dupla com Eugênio Pascoal em 1930, com quem se apresentou por cidades do interior de alguns estados, sob o nome de "Os Pascoalinos",[5] exibindo-se em circos ou integrando temporariamente outras companhias ambulantes, como as de João Rios e de Silva Filho dentre outras. No final de 1931, Pascoal deixa Dercy sozinha na capital, indo para Atibaia tratar de tuberculose. Considerada sua inexperiência, esta não teve êxito. Para sobreviver, foi cantora de números românticos e regionais na Companhia de Genésio Arruda.[12]

Em 1932 Os Pascoalinos chegaram a "Casa de Caboclo", na Praça Tiradentes no Rio de Janeiro, aonde foi o maior sucesso de Dercy, que chegou a ter seu nome escrito nas portas, juntou se a Jararaca & Ratinho que eram estrelas máximas da casa e outros; com um repertório musical cantava "A Casinha aonde eu nasci", "Malandrinha" , " A Serra da Mantiqueira". Num desses espetáculos, substituindo a atriz Durvalina Duarte que apresentava o número principal, atendendo ao telefone, depois anunciando a entrada de Jararaca e Ratinho, a cantora se descobriu como atriz cômica.[13]

Dercy se apaixonou por Eugênio Pascoal, que foi seu primeiro namorado, aos 23 anos, no papel, e 25 na vida real. Dercy dissera uma vez em entrevista que, fora enganada por seu primeiro namorado, Pascoal, que a violentou sexualmente. Dercy conta que na noite em que perdeu a virgindade, usava uma camisola feita de saco de arroz: "Tinha escrito no peito: Indústria Brasileira de Arroz Agulhinha, arroz de primeira", contou. Anos depois, a atriz disse que, inocente na época, não sabia o que estava acontecendo e não entendeu por que estava sangrando. Ela foi convencida a fazer sexo e não sabia que esse convencimento, mediante ameaça de término do namoro, configura-se como estupro. Após alguns anos convivendo juntos, Eugênio ficou tuberculoso e foi internado em um sanatório, vindo a falecer.

Dercy Gonçalves e Ribeiro Fortes na peça teatral “Fé no Santo e Pé na Estrada”, 1966. Arquivo Nacional

Enquanto excursionava com a trupe pelo interior de Minas Gerais, Dercy descobriu estar com tuberculose, que contraíra de seu parceiro, tendo que se afastar do trabalho, sendo internada em Santos Dumont. Um exportador de café mineiro chamado Ademar Martins Senra a conheceu quando passava próximo à tenda do circo e se encantou por ela, apesar de ter ficado com pena da pobre moça doente. De bom coração, pagou todas as contas do sanatório para a internação da atriz, que não tinha dinheiro suficiente para custear o tratamento. Em 1936, já curada de uma tuberculose, com uma filha pequena e com dificuldades financeiras, começou a fabricar perfumes e vender na Praça Tiradentes.[12]

Em 1941, Dercy já estava trabalhando na Companhia de Revista Paradise, de Jardel Jércolis, trabalhando ainda na Companhia de Variedades do pai de Walter Pinto e na Companhia de Chianca de Garcia.[13] Em 1947 monta sua própria Companhia.

Especializando-se na comédia e no improviso, participou do auge do Teatro de revista brasileiro, nos anos 1930 e 1940, estrelando algumas delas, como "Rei Momo na Guerra", em 1943, de autoria de Freire Júnior e Assis Valente, na companhia do empresário Walter Pinto.

Início na Televisão[editar | editar código-fonte]

Na década de 1960 iniciou sua carreira-solo. Suas apresentações, em diversos teatros brasileiros, conquistavam um público cheio de moralismo. Nesses espetáculos, gradativamente introduziu um monólogo, no qual relatava fatos autobiográficos. Paralelamente a estas apresentações, atuou em diversos filmes do gênero chanchada e comédias nacionais.

Na televisão, chegou a ser a atriz mais bem paga da TV Excelsior em 1963, onde também conheceu o executivo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Depois passou para a TV Rio e já na TV Globo, convenceu Boni a trabalhar na emissora, junto de Walter Clark.

De 1966 a 1969 apresentou na TV Globo um programa de auditório de muito sucesso, Dercy de Verdade (1966-1969), que acabou saindo do ar com a intensificação da censura no país após o AI-5. Em 22 de Setembro de 1969, o programa foi suspenso pela Censura Federal por 15 dias.[14]

Anos 1970: Problemas com a Censura[editar | editar código-fonte]

Em 1970 se apresenta com a "A Dama das Camélias" em Lisboa, Portugal, sob a direção de Flávio Rangel.[15]

Em 1971 comandou o programa Dercy em Família, semelhante ao que apresentava anteriormente na TV Globo, mas sem a equipe de apoio com que a emissora lhe dava, durou pouco. No mesmo ano faz uma participação no documentário Cômicos e mais Cômicos de Jurandir Passos de Noronha.

Permanece quase toda a década de 1970 afastada da televisão, só retorna em 1977 em uma participação em A Praça da Alegria.[9]

Anos 1980[editar | editar código-fonte]

Em 1980, interpretou a vedete Dulcinéia, protagonista da novela Cavalo Amarelo, levada ao ar pela Rede Bandeirantes, revive a personagem na continuação Dulcinéa Vai à Guerra. Em 1980, é entrevistada pelo programa Canal Livre, cuja fita é apreendida pela censura. Recebe em 1981, o Troféu Imprensa de melhor atriz de 1980, empatando com Dina Sfat. Ainda por volta de 1981, grava um piloto de um programa para o SBT, chamado A Família Maluca, projeto que não teve continuação[16].

Em 1981 estava de volta a TV Record, graças a sua boa amizade com Paulo Machado de Carvalho, assumiu a apresentação do Dercy Sempre aos domingos, escrito e dirigido por Chico de Assis. O nome do programa parodiava uma antiga e bem cotada atração da TV Excelsior, o Bibi Sempre aos Domingos, apresentado no final da década de 1960 por Bibi Ferreira. No entanto, mesmo quinze anos depois , a referência ao programa da Excelsior, uma emissora que já nem mais existia , incomodou e o nome do programa teve que ser trocado para Dercy Povão. Com problemas financeiros, a emissora que em 1982 deixou de pertencer da família Machado de Carvalho, despediu Dercy.[9]

Permanece a primeira metade da década de 1980 afastada da televisão, exibindo se apenas em Os Astros na TV Educativa e no especial Dercy de Peito Aberto, gravado no Canecão.

No final dos anos 1980, quando a censura permitiu maior liberdade na programação, Dercy passou a integrar bancadas de jurados em programas populares, como em alguns apresentados por Silvio Santos. Voltou a TV Globo, onde fez até aparições em telenovelas. No SBT possuía contrato vitalício.[17]

Sua carreira foi pautada no individualismo, tendo sofrido, já idosa, um desfalque nas economias por parte de um empresário inescrupuloso — o que a fez retomar a carreira, já octogenária.

Recebeu, em 1985, o Troféu Mambembe, numa categoria criada especificamente para homenageá-la: Melhor Personagem de Teatro.

Em 1989, faz uma participação especial na novela Que Rei Sou Eu? vivendo a Baronesa Lenilda Eknésia, mãe da Rainha Valentine.

Anos 1990[editar | editar código-fonte]

Em 1991, foi enredo ("Bravíssimo - Dercy Gonçalves, o retrato de um povo") do desfile da Unidos do Viradouro, na primeira apresentação da escola no Grupo Especial das escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro. Na ocasião, Dercy causou polêmica ao desfilar, no último carro, com os seios à mostra.

Em 1992 participou da novela Deus Nos Acuda, de Silvio de Abreu, em um dos papéis centrais, o Anjo Celestina.[18]

Sua biografia, Dercy de Cabo a Rabo (1994), foi escrita por Maria Adelaide Amaral. Dercy de Verdade foi o título dado à minissérie sobre a vida da atriz, que também foi escrita por Maria Adelaide Amaral e direção de Jorge Fernando. A minissérie estreou no dia 10 de janeiro de 2012 e teve quatro capítulos.

Em 1997, volta aos palcos com a peça Dercy, Uma Lição de Vida, sob direção de Paulo José. Foi a última peça que a atriz fez de longa temporada.

Década de 2000: Últimos anos[editar | editar código-fonte]

Foi contratada pelo SBT, onde possuía contrato vitalício[17] e voltou a experimentar um programa próprio que, entretanto, teve curtíssima duração.[19] Posteriormente Dercy atuou na A Praça É Nossa com um quadro fixo junto a Carlos Alberto de Nóbrega.

Em 4 de setembro de 2006, aos 99 anos, recebeu o título de cidadã honorária da cidade de São Paulo, concedido pela câmara de vereadores desta capital.

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Foi casada com o jornalista Danilo Bastos, de 1942 até se desquitar em 1959.[20]

Ainda na adolescência foi noiva de Luís Pontes, mas o casamento não pode ser realizado por oposição da família do noivo.[21]

Em 1934 depois de curada da tuberculose, tendo largado o circo, teve um romance com o exportador de café mineiro Ademar Martins, mesmo ele sendo casado. Desse relacionamento de dois anos, nasceu sua única filha, em 1936, Maria Dercimar Gonçalves Senra.[22][23][24] O nome Dercimar é uma mistura do apelido de Dolores, Dercy, com o nome do pai dela, Ademar. Ademar descobriu que Dercy engravidou e, mesmo casado, decidiu assumir o filho fora do casamento e colocou Dercy em uma casa decente para se viver e ficou a ajudando nas despesas. Quando o bebê nasceu, Ademar registrou a criança e às vezes ia visitar Dercy e a neném. No entanto, não podiam morar juntos pelo fato de ele ser casado e o romance deles ser secreto. Um dia, porém, não apareceu mais, o que fez Dercy sofrer muito, além de ter que criar a filha sozinha. Ela, então, voltou a trabalhar em teatro.

Teve um relacionamento com o apresentador Ari Soares.[25]

Centenário[editar | editar código-fonte]

Dercy em 2007, acompanhada pelo então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, e pelo então presidente Lula

No dia 23 de junho de 2007, Dercy Gonçalves completou cem anos com uma festa na Praça Coronel Braz, no centro do município de Santa Maria Madalena (sua cidade natal), na região serrana do Rio de Janeiro. Na festa, Dercy comeu bolo, levantou as pernas fazendo graça para os fotógrafos, falou palavrão e saudou o povo, que parou para acompanhar a comemoração. Embora oficialmente tenha completado cem anos, Dercy afirmava que seu pai a registrou com dois anos de atraso, logo teria completado 102 anos de idade.[26]

Foi este também o mês em que Dercy subiu pela última vez num palco: foi na comédia teatral Pout-PourRir (espetáculo criado e dirigido pela dupla Afra Gomes e Leandro Goulart), onde comemorou "Cem Anos de Humor", com direito à festa, autógrafos de seu DVD biográfico e um teatro hiperlotado por um público de fãs, celebridades e jornalistas. À noite, inesquecível para quem estava presente, onde Dercy foi entrevistada por uma personagem interpretada pelo ator Luís Lobianco, ainda deixou para a história duas frases memoráveis. É perguntado à atriz se ela tem medo da morte, e Dercy, sempre de forma irreverente responde: "Não tenho medo da morte, a morte é linda... (ela repensa) ...mas a vida também é muito boa!", e no fim, após cortar o bolo com as próprias mãos e atirar nos atores, diretores e plateia, faz o público emocionar-se ainda mais, dizendo: "Eu vou sentir falta de vocês. Mas vocês também vão sentir a minha".

Morte[editar | editar código-fonte]

Mausoléu de Dercy, em Santa Maria Madalena, Rio de Janeiro

Dercy Gonçalves morreu no dia 19 de julho de 2008, aos 101 anos de idade,[nota 1][1] no Hospital São Lucas, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. Ela foi internada durante a madrugada. A causa da morte teria sido uma complicação decorrente de uma pneumonia comunitária grave que evoluiu para uma sepse pulmonar e insuficiência respiratória.[27] O estado do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias em memória à atriz.[28] Encontra-se sepultada em sua terra natal em Santa Maria Madalena. Na mesma semana, Afra Gomes e Leandro Goulart e o elenco de Pout-PourRir prestaram, em cena, uma última homenagem a Dercy.

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Cinema[editar | editar código-fonte]

Ano Título Personagem
1943 Samba em Berlim Empregada
1944 Abacaxi Azul Interiorana[29]
Romance Proibido Dercy
1946 Caídos do Céu Rita Naftalina
1948 Folias Cariocas
1956 Depois Eu Conto Ofélia
1957 A Baronesa Transviada Gonçalina / Baronesa
Absolutamente Certo Dona Bela[30]
Feitiço do Amazonas
1958 Uma certa Lucrécia Lucrécia
A Grande Vedete Jeanette
1959 Cala a Boca, Etelvina Etelvina
Entrei de Gaiato Anastácia da Emancipação
Minervina Vem Aí Minervina
1960 A Viúva Valentina Valentina
Dona Violante Miranda Violante Miranda
Só Naquela Base Ernestina
Com Minha Sogra em Paquetá Dona Faustina
1963 Sonhando com Milhões Agripina
1970 Se Meu Dólar Falasse Bisisica
1971 Cômicos e mais Cômicos Atriz
1980 Bububu no Bobobó Ex-vedete
1983 O Menino Arco-Íris Maria Marcha-à-Ré[31]
1993 Oceano Atlantis Mulher na gruta
2000 Célia & Rosita Ela Mesma
2008 Nossa Vida Não Cabe Num Opala Vovó no opala

Televisão[editar | editar código-fonte]

Ano Título Personagem Notas
1963–64 Vovo Deville Vários personagens
1964–65 Dercy Beaucoup Apresentador
1964 My Fair Show Vários personagens
1965 Noites Cariocas
1966–67 Dercy Espetacular Apresentadora[32]
1967 Dercy Comédias Vários personagens
1967–70 Dercy de Verdade[33] Apresentadora
1971 Família Trapo Gigi Episódio: "A Namorada do Bronco"
1971–72 Dercy em Família Apresentadora
1972 Programa Flávio Cavalcanti Jurada
1972 Band Teleteatro Silvana Episódio: "Uma Viúva Psicodélica"
1980 Cavalo Amarelo Dulcinéa Amorim
Dulcinéa Vai à Guerra
1981–82 Dercy Sempre aos Domingos Apresentadora
1982 Dercy Povão
1984 Humor Livre Vários personagens
1985 Aventura Musical Drª. Neme Lufar[34] Episódio:" As Mil e Uma Noites de Pompeu Loredo"
1988 Cocó, My Darling Coco Baisos Especial de fim de ano
1989 Que Rei Sou Eu? Baronesa Lenilda Eknésia
1989–93 Domingão do Faustão Ela mesma Quadro: "Jogo da Velha"[35]
1990 La Mamma Dona Rosária (Mamma)
1991 Dercy Gonçalves: Bravo, Bravíssimo Ela mesma Especial TV Globo[36]
1992 Deus nos Acuda Celestina
1994 Brasil Especial Dona Anita Episódio: "Feliz Aniversário Dona Anita"[37]
1996 Caça Talentos Miss Dayse Episódio: "TV Galera"
Sai de Baixo Leopoldina Mathias Episódio: "A Estátua da Libertinagem"
2000 Fala Dercy Apresentadora
2001–04 A Praça é Nossa Ela mesma
2002 SBT Palace Hotel Avó de Laraiah Especial de final de ano
2002–05 Teleton Apresentadora [38]
2003 Maria Gazogênio Maria Gazogênio Especial de fim de ano
2004 Meu Cunhado Loira Sexy Episódio: "Bronco Connection"
2008 Nada Além da Verdade Participante / Vencedora Episódio: "24 de fevereiro"

Teatro[editar | editar código-fonte]

Como atriz[editar | editar código-fonte]

Ano Título[39] Cidade
1924–1930 Espetáculos circenses com
a Companhia Maria Castro
Várias localidades
1930–1932 Espetáculos circenses na
dupla Os Pascoalinos
1932 Quequé Qué Rio de Janeiro RJ
1932 Gente de Fora
1932 Viva as Muié
1933 Carnaval do Sertão
1933 Coisas de caboclo
1933 Promessa
1934 Coisinha Boa
1934 Foi seu Cabral
1941 Filhas de Eva
1941 Do que Elas Gostam
1942 Rumo a Berlim
1942 Passo de Ganso
1943 Rei Momo na Guerra
1944 A Barca da Cantareira
1944 Momo na Fila
1945 Canta Brasil
1945 Bonde da Laite
1946 Fogo no Pandeiro
1946 Jogo Franco
1947 Sinhô do Bonfim
1947 Deixa Falar
1947 Que Medo Ó!
1948 É com Esse que Eu Vou!
1948 Tem Gato na Tuba
1948 Manda Quem Pode
1949 Quero Ver Isso de Perto
1949 Pro Cacete Vou a Pé
1950 Nega Maluca
1950 Catuca por Baixo
1951 Zum, Zum!
1951 Ó do Penacho!
1952 Sou Tarada!
1952 Mulheres de Todo o Mundo
1953 Bomba da Paz
1953 Túnica de Vênus
1954 Uma Certa Viúva São Paulo SP
1955 Um Marido Pelo amor de Deus Rio de Janeiro RJ
1956 A Dama das Camélias São Paulo SP
1956 Escândalos Romanos
1957 A Sempre Viúva
1958 Vinde Ensaboar Vossos Pecados
1958 Dona Violante Miranda
1959 La Mama
1962 Escândalos Romanos
1963 Senhora Presidenta
1963 Siamo Tutti Tarados
1968 A Virgem Psicodélica Rio de Janeiro RJ
1969 A Viúva Recauchutada
1970 Sepulcro para Casal
1970 A Dama das Camélias Lisboa (Portugal)
1970 A Gatatarada Rio de Janeiro RJ
1971 A Difa... Amada
1972 Os Marginalizados
1974 A Dama do Camarote
1974 Tudo na Cama São Paulo SP
1977 Dercy Biônica
1978 Dercy Biônica Rio de Janeiro RJ
1979 Dercy Beaucoup São Paulo SP
1982 Dercy Vem Aí Rio de Janeiro RJ
1983 Dercy de Cabo a Rabo
1984 Dercy de Peito Aberto
1987 Dercy 80 Anos - Adeus, Amigos
1989 A Grande Revista
1990 Burlesque São Paulo SP
1991 Bravíssimo Rio de Janeiro RJ
1997 Dercy, uma Lição de Vida
2007 Pout-PourRir

Como diretora[editar | editar código-fonte]

Ano Título Cidade
1953 Bomba da Paz Rio de Janeiro RJ
1955 Um Marido Pelo amor de Deus
1963 Siamo Tutti Tarados São Paulo SP
1966 Cocó My Darling
1968 A Virgem Psicodélica Rio de Janeiro RJ
1970 A Gatatarada
1970 Sepulcro para Casal
1971 A Difa... Amada
1974 A Dama do Camarote
1977 Dercy Biônica São Paulo SP
1978 Dercy Biônica Rio de Janeiro RJ
1979 Dercy Beaucoup São Paulo SP
1982 Dercy Vem Aí Rio de Janeiro RJ
1983 Dercy de Cabo a Rabo
1984 Dercy de Peito Aberto
1987 Dercy 80 Anos - Adeus, Amigos
1990 Burlesque São Paulo SP
1991 Bravíssimo Rio de Janeiro RJ

Como autora[editar | editar código-fonte]

Ano Título Cidade
1982 Dercy Vem Aí Rio de Janeiro RJ
1983 Dercy de Cabo a Rabo
1984 Dercy de Peito Aberto
1987 Dercy 80 Anos - Adeus, Amigos
1991 Bravíssimo

Como produtora[editar | editar código-fonte]

Ano Título Cidade
1958 A Valsa dos Toreadores São Paulo SP
1958 Vinde Ensaboar Vossos Pecados
1958 Society em Baby Doll

Frases célebres[editar | editar código-fonte]

Wikiquote
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O Wikiquote possui citações de ou sobre: Dercy Gonçalves
  • "Quem me criou foi o tempo, foi o ar. Ninguém me criou. Aprendi como as galinhas, ciscando, o que não me fazia sofrer eu achava bom."
  • "Tudo que passou, acabou. Eu sobrevivi."
  • "O ontem acabou. Não tenho mágoa de nada e nem saudade de nada. Vivo o hoje. Tenho alegria de viver, adoro a vida."
  • "Eu já fui acusada de tudo. Eu era "negrinha" [a avó era negra], menina de rua, mas nada disso me atingiu porque eu não sabia o que era o mundo. Não tinha nem amigos. Passeava na rua e era perseguida com 7, 10 anos, porque o negro é perseguido há séculos."[40]
  • "Não podia levantar o braço na passarela. Arriei e fui dançando e cantando. Tinha os seios lindos naquela ocasião. Mostrei. Houve gritaria, escândalo, mas por quê? Os seios são a coisa mais linda na mulher."

Notas

  1. De acordo com o registro de nascimento

Referências

  1. a b «Biografia de Dercy Gonçalves.». FUNARTE, 2006. Consultado em 13 de setembro de 2012 
  2. a b «Morre Dercy Gonçalves aos 101 anos». Portal G1. 19 de julho de 2008. Consultado em 20 de julho de 2008 
  3. Abril.com. «Dercy Gonçalves será enterrada em pé». Consultado em 17 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 7 de julho de 2015 
  4. Folha.com. «Dercy Gonçalves está no 'Guinness 2012'». Consultado em 16 de novembro de 2011 
  5. a b «Gonçalves, Dercy (1907)». Enciclopédia Itaú Cultural - Teatro. Itaú Cultural. 11 de outubro de 2007. Consultado em 20 de julho de 2008. Arquivado do original em 18 de abril de 2009 
  6. DERCY GONÇALVES CONTANDO COMO FOI A SUA EXPULSÃO DO BAILE EM MADALENA. Youtube. Em cena em dur: 02.24. Consultado em 24 de janeiro de 2022 
  7. Lima, Renata Moreira. «Última Entrevista de Dercy Gonçalves, aos 102 anos». 50 e mais. Arquivado do original em 3 de julho de 2017 
  8. Maria de Souza Maisano Namur, Virginia. «Dercy Gonçalves». doi:10.47749/t/unicamp.2009.777906. Consultado em 28 de março de 2024 
  9. a b c Namur, Virginia Maria de Souza Maisano (2009). Dercy Gonçalves - o corpo torto do teatro brasileiro. [S.l.: s.n.] 
  10. TALK SHOW COM DERCY NO PROGRAMA FALA DERCY. Participação do cantor Pedro Garcia, consultado em 18 de dezembro de 2021 
  11. Sun, André. «Dercy Gonçalves, matriz do artista popular brasileiro». Consultado em 18 de dezembro de 2021 
  12. a b «Dercy Gonçalves». 9 de julho de 2018. Consultado em 18 de outubro de 2022 
  13. a b «DERCY GONÇALVES». Museu da TV, Rádio & Cinema. Consultado em 30 de julho de 2022 
  14. Cunha, Gabriela (4 de agosto de 2021). «Há 54 anos, Dercy Gonçalves comandava programa marcado por polêmicas, saia justa com patrocinadores e censura». Contigo!. Consultado em 13 de setembro de 2022 
  15. Cultural, Instituto Itaú. «A Dama das Camélias». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 22 de setembro de 2022 
  16. «SBT resgata fita com piloto de programa de Dercy Gonçalves». OFuxico. 2 de agosto de 2019. Consultado em 1 de abril de 2023 
  17. a b Redação; TV, Memoria da (1 de agosto de 2022). «Globo e SBT mantem alguns artistas com 'contrato vitalício'; veja quem são!». memoriadatv.com.br. Consultado em 26 de agosto de 2022 [ligação inativa]
  18. «Há 30 anos, "Deus nos Acuda", novela da Globo fez Dercy Gonçalves morder a língua». BCharts Fórum. 31 de agosto de 2022. Consultado em 3 de setembro de 2022 [ligação inativa]
  19. «Fala Dercy». Isto É Gente. Consultado em 31 de julho de 2022. Arquivado do original em 31 de julho de 2022 
  20. «Adeus à rainha do deboche». Isto É Gente. Consultado em 26 de agosto de 2022. Arquivado do original em 26 de agosto de 2022 
  21. «Biografia de Dercy Gonçalves». Letras.com.br. Consultado em 13 de setembro de 2022 
  22. «Dercy Gonçalves». Portal Terraacessodata=20 de julho de 2008. Consultado em 20 de julho de 2008. Arquivado do original em 18 de agosto de 2007 
  23. Corpo de Dercy é levado para Santa Maria Madalena Arquivado em 8 de julho de 2015, no Wayback Machine. Agenciário (21 de julho de 2008)
  24. Filha de Dercy diz que última diversão da mãe foi ir ao bingo Portal Terra (19 de julho de 2008)
  25. «As tardes do povo com o ex-marido da Dercy». Bem Paraná. Consultado em 13 de setembro de 2022 [ligação inativa]
  26. «Dercy Gonçalves completa 100 anos neste sábado». Brasil Online. 22 de junho de 2007. Consultado em 20 de julho de 2008 
  27. Daniella Machado (19 de julho de 2008). «Morre no Rio Dercy Gonçalves». Globo.com. Consultado em 20 de julho de 2008 [ligação inativa]
  28. «Governo do estado do Rio decreta luto oficial de três dias pela morte de Dercy Gonçalves». O Globo. 19 de julho de 2008. Consultado em 20 de julho de 2008 
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  30. Cinemateca Brasileira Absolutamente Certo [em linha]
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