Desastre do show aéreo de Santa Ana

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Desastre do show aéreo de Santa Ana
Acidente aéreo
Desastre do show aéreo de Santa Ana
Hawk II F11 C da Força Aérea da Colômbia, similar ao avião destruído
Sumário
Data 24 de julho de 1938 (85 anos)
Causa erro do piloto
Local Colômbia Usaquén, Bogotá
Origem Madrid, Cundinamarca
Destino Campo de Marte de Santa Ana, Usaquén, Bogotá
Passageiros 0
Tripulantes 1
Mortos 1 (+60 em terra)[1]
Feridos +100 (em terra)
Sobreviventes 0
Aeronave
Modelo Estados Unidos Curtiss F11C Goshawk
Operador Força Aérea da Colômbia
Prefixo ??
Primeiro voo 1932

O Desastre do show aéreo de Santa Ana foi um acidente aéreo ocorrido durante um show aéreo em Bogotá na manhã de 24 de julho de 1938.[2]

Aeronave[editar | editar código-fonte]

O Curtiss F11C Goshawk, desenvolvido no início dos anos 1930, entrou em serviço em 1932. A Força Aérea da Colômbia adquiriu 30 aeronaves da versão de exportação Hawk II, que entrariam em serviço em 1932. Com velocidade máxima de 202 mph, o Hawk II, possuía como armamento fixo duas metralhadoras Browning M1919 de 7,62 mm e poderia transportar até 215 kg de bombas. Essas aeronaves seriam empregadas na Guerra Colômbia-Peru e ficariam em serviço até 1946.[3]

Acidente[editar | editar código-fonte]

Em 24 de julho de 1938, seria realizada uma cerimônia militar no Campo de Marte de Santa Ana, distrito de Usaquén, Bogotá. Dentre as apresentações, estava prevista a apresentação de 35 aeronaves comerciais e militares , onde algumas realizariam manobras acrobáticas.Para realizar manobras tão arriscadas, foram selecionados alguns dos melhores pilotos da força aérea. Entre eles figurava o capitão César Abadía. Com 2590 horas de voo, o Capitão Abadía era considerado um dos mais experientes pilotos colombianos e comandaria uma esquadrilha de 9 aviões Hawk durante o desfile.[4]

Na manhã do dia 24, uma esquadrilha de pilotos decolou da base aérea de Madrid, Cundinamarca, tendo alcançado Bogotá pouco tempo depois. O presidente Alfonso López Pumarejo chegaria ao Campo às 10h30 min, acompanhado de numerosa comitiva de ministros e membros do governo além do presidente eleito Eduardo Santos Montejo. Eles tomariam seus lugares na tribuna de honra. Presidindo a cerimônia, o presidente Pumarejo passou em revista aos mais de cinco mil membros das Forças Armadas do país reunidos no local.[5] Havia cerca de 20 mil pessoas no local, que presenciariam o show aéreo. Para evitar acidentes, a Direccion General de Aviación proibiu os pilotos de sobrevoarem o Campo a menos de 150 m de altura.

Durante a realização de um looping, o capitão Abadía perderia o controle de seu Curtiss, que se dirigia perigosamente contra a tribuna de honra. Num último esforço, o piloto evitaria a colisão direta com a tribuna e atingiria a escada da mesma, além de algumas telhas com o toque de uma de suas asas (causando ferimentos leves em alguns membros do governo). Desgovernada, a aeronave iria cair às 11h47 min atrás da tribuna (cerca de 20 metros atrás da mesma), explodindo logo em seguida.[2] A expolsão arremessaria pedaços da aeronave em chamas sobre a multidão que acompanhava o desfile, causando a morte de 60 pessoas (além do próprio capitão Abadía) e deixaria mais de 100, feridas. Algumas vítimas morreriam dias depois em hospitais, em decorrência dos ferimentos.[1]

Os presidentes Pumarejo e Santos sairiam praticamente sem ferimentos, embora tivessem sofrido (junto com as demais pessoas que estavam na tribuna) com o sufocante calor causado pela explosão da aeronave.[6]

Consequências[editar | editar código-fonte]

O acidente causaria muita comoção na Colômbia. O famoso toureiro mexicano Jesús Solórzano, que se encontrava naquela época na Colômbia, decidiu organizar uma tourada para arrecadar fundos aos feridos e às famílias dos mortos.[7] Após o acidente, o governo colombiano proibiu a realização de shows aéreos no país.

Referências

  1. a b El Tiempo (31 de julho de 1938). «Tres de los heridos de Sana Ana murieron y otros tres agonizan». Ano XXVII, número 9641. Consultado em 12 de julho de 2012 
  2. a b El Tiempo (25 de julho de 1938). «34 muertos y 110 heridos hubo en lacatastrofe de ayer». Ano XXVII, número 9635, páginas 1,2. Consultado em 11 de agosto de 2012 
  3. «Hawk II F11C». Fuerza Aerea Colombiana. Consultado em 11 de agosto de 2012 
  4. El Tiempo (25 de julho de 1938). «34 muertos y 110 heridos hubo en lacatastrofe de ayer». Ano XXVII, número 9635, páginas 1 e 2. Consultado em 11 de agosto de 2012 
  5. United Press (26 de julho de 1938). «Trágica ocorrência durante umae xibição de acrobacias aéreas na Colômbia». Folha de S. Paulo, Ano XIV, número 4408, página 3. Consultado em 12 de agosto de 2012 
  6. Eugenio Gómez Martínez (fevereiro de 2006). «La "Gran Pausa" de Eduardo Santos». Revista Credencial Historia (Bogotá - Colombia), Edição 194. Consultado em 12 de julho de 2012 
  7. El Tiempo. «A beneficio de las victimas desea torear Jesús Solórzano» 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]