Diazepam

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Diazepam
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC 7-chloro-1,3-dihydro-
1-methyl-5-phenyl-
1,4-benzodiazepin-2(2H)-one
Identificadores
Número CAS 439-14-5
PubChem 3016
DrugBank APRD00642
ChemSpider 2908
Código ATC N05BA01,N05BA17
DCB n° 02904
Primeiro nome comercial ou de referência Valium (5,0 e 10 mg); Diazepam (5 mg/mL)
Propriedades
Fórmula química C16H13ClN2O
Massa molar 284.73 g mol-1
Ponto de fusão

125–126 °C [1]

Solubilidade em água 50 mg·l-1 a 25 °C[1]
Solubilidade solúvel em dimetilformamida e etanol[1]
Acidez (pKa) 3,4[2]
Farmacologia
Biodisponibilidade 93%
Via(s) de administração oral, intramuscular, intravenoso, via retal (supositório)
Metabolismo hepático
Meia-vida biológica 20 a 100 h
Excreção renal
Classificação legal

Lista de substâncias sujeitas a controle especial - Lista B1 (BR)



Riscos associados
Frases R R21/22
Frases S S36/37
LD50 249 mg·kg-1 (rato, per os) [1]
25 mg·kg-1 (camundongo, intravenoso) [1]
Compostos relacionados
Benzodiazepínicos (CH3, O, Cl e H) relacionados Nordazepam (H- em vez de metil na posição 1)
Halazepam (2,2,2-trifluoroetil em vez do metil na posição 1)
Pinazepam (prop-2-in-1-il em vez do metil na posição 1)
Prazepam (ciclopropilmetil em vez do metil na posição 1)
Medazepam (posição 2 reduzida de =O para (-H)2))
Camazepam ((N,N-dimetil-carbamoil)-oxi- na posição 3)
Temazepam (hidroxi na posição 3)
Carburazepam (carbamoil na posição 4)
Tetrazepam (tetrahidro no fenil)
Fludiazepam (fluor na posição 2')
Ro5-4864 (cloro na posição 4')
Nimatazepam (nitro- em vez de cloro- na posição 7)
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Diazepam é um fármaco da família dos benzodiazepínicos, heterocíclico, pó cristalino, usado como ansiolítico, anticonvulsivante, relaxante muscular e sedativo.[3] É comercializado por vários laboratórios sob marcas comerciais diferentes,[4] entre os quais o Valium, da companhia suíça Roche.[5]

Indicado para o tratamento da convulsões e espasmos musculares, além da insônia [6], também se usa antes de alguns procedimentos clínicos ou exames, como a endoscopia e tomografia, para reduzir ansiedade no paciente, e antes de procedimentos cirúrgicos, para induzir amnésia anterógrada.

História

A substância diazepam foi criada em 1954 pelo Dr. Leo Sternbach nos laboratórios da Roche. Sua comercialização iniciou em 1963,[5] após 8 anos de pesquisas, que consumiram cerca de 17 milhões de dólares. Comparado ao clorodiazepóxido, diazepam é duas vezes mais potente e tem meia-vida de eliminação mais longa, o que permite alcance de efeitos terapêuticos com doses menores. Após a entrada do diazepam no mercado, o clorodiazepóxido (comercializado como "Librium") começou a ser substituído por outros derivados benzodiazepínicos, como clonazepam, lorazepam, nitrazepam e outros.

Os benzodiazepínicos, incluindo o diazepam, ganharam uma grande popularidade entre os médicos por serem capazes de substituir os barbitúricos em vários tratamentos neurológicos e psiquiátricos.

Foi a droga mais prescrita em receitas entre 1969 e 1982.[5] O Valium chegou a dominar 81% do mercado de tranquilizantes nos Estados Unidos.[5] Em 1975, Valium já era encontrado nas ruas como droga ilegal.[5]

Farmacologia

O diazepam é um benzodiazepínico "clássico", pois foi um dos primeiros a serem sintetizados em laboratório. Também são benzodiazepínicos "clássicos": clonazepam, lorazepam, oxazepam, nitrazepam, bromazepam, flunitrazepam e o clorodiazepóxido. O diazepam, assim como outros benzodiazepínicos, atua nos receptores GABA e pode afetar o metabolismo da progesterona e causar influências no sistema reprodutor.

Farmacocinética

O diazepam pode ser administrado pelas vias oral, endovenosa, injeção intramuscular, terapia intravenosa e também como supositório.

Quando administrado pela via oral, sua absorção ocorre em aproximadamente 20 minutos. Quando por via de injeção intramuscular, sua absorção ocorre entre 15 e 25 minutos e por via de terapia intravenosa, sua absorção ocorre em aproximadamente 3 minutos. A duração do efeito depressor do Sistema Nervoso Central (SNC) dura aproximadamente 3 horas. Entretanto, seu metabólito ativo, o 3-desmetil-diazepam possui um efeito de aproximadamente 8 horas. A transformação do diazepam em 3-desmetil-diazepam ocorre após sua distribuição no plasma sangüíneo (aproximadamente 1 hora e 15 minutos após a administração). Diazepam é altamente solúvel em meio aquoso e é amplamente distribuído pelo organismo após sua administração. Ele atravessa facilmente a barreira hemato-encefálica e é encontrado na placenta e no leite materno. Após a absorção do diazepam, seu metabólito o 3-desmetil-diazepam é redistribuído e encontrado no tecido muscular e no tecido adiposo. Diazepam é metabolizado através do processo de oxidação pelos citocromos P-450 da família 3A. Diazepam, incluindo seus metabólitos ativos, pode ter uma meia-vida de até 5 dias. Seu principal metabólito, o 3-desmetil-diazepam (também conhecido como Nordazepam), tem uma meia-vida de até 200 horas. O Diazepam também possui outros metabólitos, tais como o temazepam e o oxazepam. Após o metabolismo do diazepam, apenas 3% da droga inalterada foi encontrada nas fezes e na urina.

Indicações

Diazepam é amplamente usado para o tratamento da ansiedade e da insônia. Ele também é prescrito para:

Diazepam também é usado em animais, principalmente em cães e gatos, antes de pequenos procedimentos cirúrgicos.

Efeitos colaterais

Os mais comuns são: ataxia, coordenação anormal, esquecimento de fatos recentes, sonolência, perda de equilibrio, perda de peso, vertigem, tremores.

Interações medicamentosas

Os benzodiazepínicos, incluindo o diazepam, causam efeitos depressores aditivos no SNC quando administrados concomitantemente a outros depressores do Sistema Nervoso Central como álcool, barbitúricos, antipsicóticos, sedativos/hipnóticos, ansiolíticos, analgésicos narcóticos, anti-histamínicos, anticonvulsivantes e anestésicos.

Superdosagem

Os sintomas de superdosagem com Diazepam, similares àqueles causados por outros depressores do SNC, incluem sonolência, confusão mental, coma, reflexos diminuídos, parada respiratória e em casos extremos, morte.

Riscos

Estudos ainda não comprovaram a alta incidência de anomalias genéticas e deficiências congênitas em bebês de mulheres tratadas com diazepam. Diazepam não deve ser usado por mulheres grávidas a partir do terceiro mês de gestação, por causa do risco elevado de complicações na hora do parto, tais como hipotermia e dificuldades para o bebê respirar. Diazepam só deve ser usado por mulheres grávidas somente se o tratamento clínico a mãe supere os riscos potenciais ao feto. Diazepam é encontrado em pequenas quantidades na placenta e no leite materno. Pacientes em tratamento com Diazepam podem ter sua capacidade de operar ou dirigir veículos reduzidas.

Dependência

O uso de benzodiazepínicos pode causar dependência física e psicológica. O risco de dependência aumenta com doses mais altas e com o uso por períodos mais prolongados e aumenta ainda mais em pacientes com história de alcoolismo ou abuso de drogas/medicamentos ou em pacientes com transtornos de personalidade significantes. O potencial de dependência é reduzido quando o Diazepam é utilizado na dose adequada em tratamento de curto prazo.

Ver também

Notas e referências

  1. a b c d e Sicherheitsdatenblatt für Diazepam Sigma-Aldrich 30. November 2007
  2. [S.l.: s.n.]  Parâmetro desconhecido |Titel= ignorado (|titulo=) sugerido (ajuda); Parâmetro desconhecido |Verlag= ignorado (|editora=) sugerido (ajuda); Parâmetro desconhecido |Jahr= ignorado (|ano=) sugerido (ajuda); Parâmetro desconhecido |Herausgeber= ignorado (|editors=) sugerido (ajuda); Parâmetro desconhecido |Ort= ignorado (|local=) sugerido (ajuda); Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  3. Portal Farmácia. «Diazepam». Consultado em 11 de outubro de 2009 
  4. Consulta Remedios. «Diazepam». Consultado em 11 de julho de 2011 
  5. a b c d e Valium addiction, History of Valium [em linha]
  6. P.R. Vade-mécum ABIMIP 2006/2007