Dinho Ouro Preto

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Dinho Ouro Preto
Dinho Ouro Preto
Dinho Ouro Preto em 2018.
Nascimento 27 de abril de 1964 (59 anos)
Curitiba, Paraná, Brasil
Ocupação
Carreira musical
Período musical 1982–presente
Gênero(s)
Instrumento(s) vocal, violão, guitarra, baixo
Gravadora(s) Abril, Excelente, Sony Music
Afiliações
Página oficial
www.dinhoouropreto.com.br

Fernando de Ouro Preto (Curitiba, 27 de abril de 1964), mais conhecido como Dinho Ouro Preto, é um cantor e compositor brasileiro. É o vocalista da banda Capital Inicial, irmão do músico Ico Ouro Preto, e meio-irmão do também músico Dado Villa-Lobos. Ele também é primo da atriz Maria Ribeiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Fernando de Ouro Preto nasceu em Curitiba, no Paraná, em 27 de abril de 1964. É filho do embaixador Afonso Celso de Ouro Preto e da embaixatriz Marília de Ouro Preto, que é historiadora. É bisneto do Conde de Afonso Celso (um dos fundadores e imortal da Academia Brasileira de Letras) e trineto do Visconde de Ouro Preto (32.º e último primeiro-ministro do Império do Brasil). Era o terceiro filho, depois de Ico e Ana. A carreira do pai fez a família se mudar para os Estados Unidos, Áustria e Suíça, antes de se fixar em Brasília. Em meio às viagens, conheceu, em 1974, outro filho de diplomatas, Dado Villa-Lobos, que mais tarde se tornaria seu meio-irmão.[1] Aos 11 anos, teve seus primeiros contatos com o rock através de Herbert Vianna e Bi Ribeiro, que mais tarde fundariam Os Paralamas do Sucesso.[2]

Saiu do Brasil e voltou aos 16 anos, quando a tribo punk começava a invadir as ruas de Brasília. Começou a participar de reuniões da chamada Turma da Colina, um lugar estratégico, de onde era possível ver toda a cidade. Em 1981, Afonso se casou com a mãe de Dado, Lucy, e ambos foram trabalhar na Guiné-Bissau, enquanto Marília se mudou para a França. O pai de Dado também saiu do país, então Dinho, Dado, seu irmão Luiz Otávio "Tavo" Villa-Lobos, e o irmão de Bi, Pedro Ribeiro, passaram a morar juntos no mesmo apartamento em Brasília.[1]

Dinho começou a namorar uma garota chamada Helena, que era irmã de Felipe "Fê" e Flávio Lemos, os quais eram integrantes da banda Aborto Elétrico. Lá, Dinho virou amigo de Renato Russo, vocalista da banda dos irmãos Lemos, Aborto Elétrico. Dinho se tornou fã incondicional da banda e amigo pessoal de todos os integrantes, frequentando ensaios e shows e conhecendo todas as músicas.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Quando o Aborto Elétrico se separou, em maio de 1983, os irmãos Lemos, com o guitarrista Loro Jones, pretendiam criar um novo grupo. Dinho compareceu a uma audição na casa de Fê, e após uma performance da canção "Psicopata", foi aceito como vocalista do Capital Inicial aos 19 anos. Três meses depois, fizeram seu primeiro show na Universidade de Brasília, no mesmo dia em que Dinho fez vestibular.[1] Um mês depois, fizeram um show no Circo Voador, Rio de Janeiro, e outro no Sesc Pompeia, São Paulo. Com o passar do tempo, o grupo decidiu se mudar de Brasília para São Paulo, onde todos residem até hoje.[3] Os pais de Dinho estavam fora do país e nada sabiam de sua carreira artística, só souberam que ele tinha se tornado músico quando ele e a banda já estavam fazendo sucesso.

O Capital Inicial lançou seu álbum homônimo de estreia em 1986, com canções escritas ao longo de 3 anos de carreira. A banda então começou a ter um sucesso estrondoso, vivendo uma vida de excessos — sexo, drogas, festas — e discos compostos às pressas. Em 1993, após um show frustrante no Circo Voador, Dinho anunciou sua saída do Capital Inicial.[3] Dinho parou de trabalhar, passando noites em claro em shows e consumindo muita bebida alcoólica e drogas. Em algumas dessas festas que aconteciam em seu apartamento, alguém acabou levando certa quantia considerável de seu dinheiro, cerca de 20 000 dólares, deixando-o quebrado. Durante o hiato, Dinho decidiu estudar música, aprendendo a tocar instrumentos e buscando ser artista independente. Lançou dois álbuns em carreira solo, Vertigo, em 1994, e Dinho Ouro Preto, em 1995, sem sucesso.[2] Para ganhar dinheiro, procurava serviços em tradução e publicidade.[3]

Em março de 1998, Dinho e os ex-companheiros decidiram se encontrar para marcar uma série de shows em comemoração aos 15 anos de nascimento do Capital Inicial. Após a bem-sucedida turnê, dois meses depois receberam proposta para um novo álbum, e em novembro daquele ano lançaram o CD Atrás dos Olhos. O sucesso do disco levou a um show na série Acústico MTV, com o álbum resultante, em 2000, passando de um milhão de cópias vendidas e consagrando o retorno do Capital Inicial.[2]

Em 2012, lançou seu terceiro álbum solo, Black Heart, com todas as canções em inglês. O álbum conta apenas com regravações de bandas de rock.[4]

Em 2020, lançou seu quarto álbum solo, Roque em Rôu, com 12 regravações de bandas e artistas do rock brasileiro.[5] Algumas das regravações do disco são "Rolam as Pedras", de Kiko Zambianchi, "Metamorfose Ambulante", de Raul Seixas, "A Mais Pedida", dos Raimundos, e "Saideira", do Skank.[6]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

O primeiro casamento de Dinho foi com a modelo e produtora de moda Mary Stockler, que segundo o cantor "desandou por abuso de drogas. Então, traía e ela ficava sabendo. E eu também descobria [traições] dela"[1]. Também namorou mais uma produtora, Flávia Lafe.[7]

Em 1994, Dinho conheceu a arquiteta Maria Cattaneo em um evento da MTV Brasil. Passaram dez dias juntos, até ela ir para Gênova, onde estava de casamento marcado. Os dois continuaram em contato, e seis meses depois Cattaneo decidiu romper o noivado e se mudou para o Brasil. Dinho e Maria se casaram em 1995,[7] e o casal tem três filhos: Giulia (n. 1997), Isabel (n. 1999) e Affonso (n. 2003).[8]

Doenças e acidentes[editar | editar código-fonte]

Dinho Ouro Preto sofreu uma série de acidentes e doenças durante sua vida, o que lhe rendeu fama nas redes sociais. Por isso, em 2020, entrou nos assuntos mais comentados do Twitter, sendo chamado de "Highlander Tupiniquim," em alusão ao guerreiro imortal do filme dos anos 80.[9][10]

Em 10 de setembro de 2009, foi diagnosticado com gripe suína, tendo que cancelar dois shows em Natal e Sorocaba.[11]

Em 31 de outubro de 2009, o vocalista sofreu um acidente durante um show realizado em Patos de Minas, Minas Gerais. Dinho caiu de uma passarela com cerca de 3 metros de altura, sofrendo traumatismo craniano leve, mais a quebra de três costelas e a fratura de seis vértebras. O cantor foi socorrido e levado a um hospital na cidade mineira, de lá ele foi transferido para o Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista. Dinho foi internado na manhã de 1 de novembro na unidade de terapia intensiva do hospital.[12] Ficou 20 dias internado na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo e impossibilitado de cantar por seis meses, mas se recuperou.[8]

Em 16 de março de 2016, o vocalista foi diagnosticado com dengue e esteve internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.[13][14] Por causa disso, os shows que faria em São Carlos (SP) e Alfenas (MG), juntamente ao Capital Inicial, no final daquela semana, acabaram adiados. Dinho recebeu alta no dia 19 de março, após três dias no hospital.[15]

Em 25 de março de 2020, Dinho declarou estar diagnosticado com COVID-19.[16][17] Em sua postagem no Instagram, o cantor falou sobre os sintomas e fez uma comparação com o período em que foi diagnosticado com dengue, em 2016:[18] "o que 'to' sentindo me lembra a dengue que eu tive há alguns anos", disse o cantor.[19]

Discografia[editar | editar código-fonte]

Carreira solo[editar | editar código-fonte]

  • (1994) Vertigo
  • (1995) Dinho Ouro Preto
  • (2012) Black Heart
  • (2020) Roque em Rôu

Capital Inicial[editar | editar código-fonte]

Álbuns de estúdio[editar | editar código-fonte]

Álbuns ao vivo[editar | editar código-fonte]

DVDs[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Lopes, Marco Antônio (Janeiro de 2001). «Entrevista: Dinho». Editora Abril. Playboy Brasil (306): 41-55. ISSN 0104-1746 
  2. a b c Basso, Murilo (Abril de 2012). «Sem Se Endireitar». Spring. Rolling Stone Brasil (67): 68-69. ISSN 1980-1130 
  3. a b c Ortega, Rodrigo (Fevereiro de 2011). «As três vidas do Capital». BPP. Billboard Brasil (16): 48-54. ISSN 977-217605400-2 Verifique |issn= (ajuda) 
  4. «Dinho Ouro Preto faz releitura de Prince». Pernambuco.com. Consultado em 9 de março de 2012 
  5. «Dinho Ouro Preto vai de Raul Seixas a CPM 22 em álbum solo em que celebra o 'roque em rôu' do Brasil» 
  6. «Dinho Ouro Preto lança a versão completa do álbum "Roque em Rôu"». 10 de fevereiro de 2020 
  7. a b Noronha, Heloísa (Dezembro de 2000). «Ouro de Alto Quilate». Editora Abril. Nova (327) 
  8. a b «ISTOÉ Gente ::  Ele nasceu de novo Depois do grave acidente que o afastou dos palcos por quase seis meses, Dinho Ouro Preto conta da dificuldade que teve para voltar a cantar, mas agora, totalmente recuperado, chega a pedalar 20 km em 40 minutos  :: Celebridades». www.terra.com.br. Consultado em 27 de abril de 2022 
  9. «Dinho Ouro Preto entra nos trending topics ao listar todas as doenças que teve, de dengue a Covid-19: 'Highlander brasileiro'». Rolling Stone. 10 de julho de 2020. Consultado em 30 de abril de 2022. Cópia arquivada em 30 de abril de 2022 
  10. «Dinho Ouro Preto viraliza após listar doenças que já teve». UCSfm. 10 de julho de 2020. Consultado em 30 de abril de 2022. Cópia arquivada em 30 de abril de 2022 
  11. Mônica Bergamo (14 de setembro de 2009). «GRIPE LIGEIRA». www1.folha.uol.com.br. Folha de S. Paulo. Consultado em 30 de abril de 2022. Cópia arquivada em 30 de abril de 2022 
  12. «Família diz que Dinho Ouro Preto passa bem e agradece apoio de fãs». g1.globo.com. 1 de novembro de 2009. Consultado em 5 de julho de 2023 
  13. Paulo, Do G1 São (19 de maio de 2016). «Com dengue, Dinho Ouro Preto posta foto em hospital de SP: 'Que roubada'» 
  14. «Dinho Ouro Preto é internado com dengue». 19 de maio de 2016 
  15. «Após diagnóstico de dengue, Dinho Ouro Preto deixa hospital em SP. | Tempo FM 87,9 – Piquet Carneiro». FM Tempo. Março de 2016. Consultado em 5 de julho de 2023. Arquivado do original em 21 de janeiro de 2022 
  16. «Dinho Ouro Preto é diagnosticado com coronavírus e relata 'dor no corpo, febre e náusea'». 25 de março de 2020. Consultado em 5 de julho de 2023 
  17. «Dinho Ouro Preto desabafa: "Como se meu corpo estivesse em guerra" | Pop! Pop! Pop!». Veja São Paulo. 26 de março de 2020. Consultado em 5 de julho de 2023 
  18. «Dinho Ouro Preto pega coronavírus e web não perdoa: 'Tá em todas'». Entretenimento UOL. 26 de março de 2020. Consultado em 5 de julho de 2023 
  19. «Além de coronavírus, Dinho Ouro Preto já teve gripe suína e dengue». Folha de S.Paulo. 26 de março de 2020. Consultado em 5 de julho de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]