Discussão:Brasilândia

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Redefinir o histórico da cidade de Brasilândia[editar código-fonte]

A história de Brasilândia começa no tempo da construção da Estrada de Ferro Noroeste Brasil – NOB, quando ela adentrou o  solo sul-mato-grossense no ano de 1914. Naquela época, Brasilândia era uma vila e não tinham nenhum traço urbanístico. O local era coberto por matas e cerrados e era habitada pelos indígenas Ofaié, que foram chamados pelos colonizadores inadequadamente de Xavante. A região toda pertencia a Santana de Paranaíba, e Três Lagoas ainda era apenas Distrito.

De acordo com o artigo publicado no ano de 1998 pelo historiador, mestre pela UFMS, Carlos Alberto dos Santos Dutra, os estudos até então realizados sobre a história do município, diziam que a empresa instalada na região pertenciam aos ingleses. Mas após anos de estudo, chegou –se a conclusão de que, na verdade, os donos das terras naquela época eram os americanos.

“Em 1919, a empresa norte-americana, conhecida na região como firma inglesa da marca Argola, The Brazil Land Cattle and Packing Company, adquiriu cerca de 800 mil hectares de terras na margem direita do rio Paraná. Anos depois, os americanos seguiram o exemplo dos campos da Vacaria do Sul, em que a empresa começou a importar gado bovino do tipo hereford e shourton européia. Depois houve a substituição dessas raças por gado da raça zebu, importado da região sudeste da Índia (Nelore), que tinha porte maior e mais resistente ao tempo e às doenças, e que depois, firmou-se na região como o produto de maior importância.

Após a Segunda Guerra Mundial, o então Presidente Eurico Gaspar Dutra, em meados de 1947 e 1948, tomou posse das terras de muitos estrangeiros entre eles foram os americanos da empresa Brasil Land. A desapropriação foi feita pela Superintendência das Empresas Incorporadas ao Patrimônio Nacional-SEIPAN, que se encarregou de promover, a partir de 1949, a distribuição de terras não exploradas economicamente, através de programa de colonização.

Quando ocorreu a incorporação, o Governador de Mato Grosso Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo, solicitou para que se procedesse à doação dessas áreas para promover colonização. Os pedidos foram veementemente negados pelo presidente Dutra. Considerando ser uma área extensa, de terras, manifesta interesse para a aquisição destas terras os Senhores Arthur Hoffig e Alberto Amin Madi, como sócios, proponentes compradores. O Governo, interessado na venda, realizou então a procedência.

Os sócios adquiriram milhares de hectares destas terras, mas Alberto Madi, não acreditando muito na produtividade dessas áreas e de seus valores férteis, resolveu negociar sua parte ao outro comprador, e assim o fez, vendeu – a, e daquela data em diante o Sr. Arthur Hoffig se tornou o único proprietário de toda essa área de terras. Várias firmas particulares foram criadas durante as vendas imobiliárias, uma delas foi Companhia Boa Esperança Comércio de Terras e Pecuária S/A (COTERP) inaugurada pelo Sr. Arthur Hoffig que com escritório em Panorama – SP, foi responsável pela documentação e divisão das terras para a construção da cidade.

O rio Paraná sempre foi a via de navegação mais utilizada pelas monções, em que nas antigas expedições, descendo e subindo os rios, trazia melhorias e progressos as margens de Mato Grosso. A partir de 1905 o rio já era utilizado constantemente pela Companhia de Viação São Paulo-Mato Grosso, que dava suporte comercial às principais cidades ribeirinhas do lado paulista e do lado mato-grossense. O povoado de Porto João André surgiu nessa época, na qual se tornou uma importante via de acesso à futura cidade de Brasilândia.

De acordo com os estudos realizados, o Censo de 1940 registrava neste porto, um pequeno povoado de Brasilândia, uma população de 147 pessoas na zona urbana. Através da ousadia do Sr. Arthur Höffig, o seu sonho começou a se tornar real em meados de 1957, quando doou parte de seu patrimônio para a composição de algumas ruas e uma praça central. Fincou –se no local mais alto da cidade uma cruz que passou ser conhecida como Cruzeiro, que marcou a fundação da religiosidade através de uma missa (campal) realizada pelo Padre João Thomes, do município de Três Lagoas.

Considerando que a área originou-se de uma Companhia Americana Brazil Land Catle Co., o Sr. Arthur Hoffig determinou para que se fizesse um estudo, e que fosse dado a essa área de terras férteis um nome que lembrasse a sua origem, e assim procederam com a palavra Brasil, com a palavra Land, acrescentaram um sufixo ia, ficando Landia, e concluíram finalmente pela junção das duas palavras modificadas, mas com omissão de um L, ficando então Brasilândia, que foi elevada a distrito no dia 12 de julho de 1961, através da Lei 1.501/1961. E quanto a palavra Cattle, significando Gado, pecuária, destaca-se pela predominância e riquezas do rebanho existente no município.

O pequeno distrito começa tomar forma de cidade. O lugar aos poucos, passa a receber migrantes de várias partes do país, em função de sua atividade econômica predominante, ou seja, as fazendas de gado. Iniciando um período de melhor divulgação, foram surgindo maior número de pessoas interessadas a morarem na região, e logo tornou-se um lugarejo com boa população, surgindo homens com interesses voltados à política. Nessa época, os habitantes de Brasilândia votavam em Três Lagoas.

O local se destaca e chama a atenção da matriz Três Lagoas. Em dois anos, é apresentado um Projeto de Lei na Assembleia Legislativa do Estado visando a criação do município de Brasilândia. Em 14 de novembro de 1963, através da Lei nº 1.790/1963, é criado oficialmente o município de Brasilândia, sendo logo batizada de Cidade Esperança.

Mas a instalação definitiva do município se deu oficialmente no dia 25 de abril de 1965. Às 10:00 horas da manhã, onde foi inaugurada a primeira Câmara de Vereadores que teve sua posse os primeiros parlamentares Luiz Eugênio Primo, Manoel Ciriaco Neto, Paulo Simões Braga, Wilson de Arruda e João Carlos da Silva e o primeiro Prefeito, José Francisco Marques Neto.

De acordo com os registros da Prefeitura de Brasilândia, foram desmembrados 11.082 Km2 do município de Três Lagoas, sendo que esta perdeu a melhor parte das terras, já que a região faz exatamente a divisa com estado de São Paulo no rio Paraná.

Já na década de 1970, Brasilândia dá um salto no desenvolvimento com a instalação de uma indústria canavieira dando, impulso ao setor primário e secundário na região. A usina de Brasilândia Açúcar e Alcool Ltda (logo após, Energética Brasilândia, do Grupo José Pessoa e hoje chamada de Agrisul), deu início às suas atividades plantando 16 mil hectares de cana de açúcar e produzindo dois mil empregos, e com uma expectativa de produção de 74 mil litros de álcool.

Após a vinda desta empresa que deu uma alavanque na economia da cidade, além de outras atividades como a agropecuária, as olarias e o turismo do Porto João André. Outra conquista importante foi à chegada do Laticínio Brasilândia e de outras empresas agropecuárias de pequeno e médio porte que, consolidam o progresso inaugurado pelo pioneirismo de Arthur Hoffig, trilhado depois, pelo grupo Grupo Hofig Júnior (HJ) e diversos empresários.

Em 1978 Brasilândia já possuía um banco, o Banco Financial, um Cartório de Paz; tinha 46 casas comerciais, 30 escolas, sendo 26 na zona rural e dispunha até de cinema. A vila Debrasa, na qual se instalou a usina de cana –de – açúcar, tornou-se Distrito e hoje é um grande centro produtor a gerar divisas e empregos para o município. A criação da Comarca de Brasilândia deu-se em 18 de setembro de 1986, pela Lei nº 664/1986, e sua instalação em 11 de março de 1987.

O distrito de Xavantina emancipou-se e foi desmembrado de Brasilândia em 1987, reduzindo a área do município para 5.806,6 km2 (1,63% do Estado). Hoje o município leva o nome de sua padroeira, Santa Rita do Pardo. Os sonhos dos pioneiros, onde se incluem antigos moradores como Alfredo Coimbra, Antenor Fonseca, entre outros saudosos, até chegar a mega-empreendedores ilustres desses tempos se realizaram. Carlito Dutra (discussão) 23h43min de 17 de fevereiro de 2023 (UTC)[responder]