Discussão:Etnocentrismo

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De fato,o conceito de etnocentrismo acaba por estar relacionado com discriminaçao e preconceito. Mas a forma como aqui é explicado , leva a pensar que se trata dum exercício racional, voluntário ou semi-consciente. Na verdade, etnocentrismo vai muito além de pensarmos a nossa cultura (ou pais, etnia, grupo, etc,etc,…) como superior a outras, indicando até argumentos que o apoiam. Num sentido mais antropológico, o etnocentrismo descreve algo muito mais enraizado, profundo e inconsciente. Eu me amo Todos somos etnocêntricos, quer queiramos quer não. A maneira como vemos o mundo está diretamente relacionada com os conceitos, língua, costumes, ideias, teorias que a nossa própria sociedade desenvolve. Deste modo, ao olharmos o Outro enquanto ser de práticas diferentes, só o conseguimos aprender através dos nossos próprios conceitos e não através dos "dele". Quero com isto dizer que, mesmo quando não o queremos ser, é impossível (e esta é se calhar uma palavra que muitos antropólogos não usariam aqui) escaparmos a nossa própria identidade cultural, quando descrevemos, classificamos ou observamos outros grupos. É até bastante fácil de verificar este argumento; basta pedir a alguém que desenhe numa folha um mapa do mundo. Na maioria das vezes, a pessoa irá desenhar o mapa com a europa no centro(se for europeu, claro), o país de origem com muito mais detalhes e proporcionalmente maior do que deveria ser. Acontece até que outros continentes sejam desenhados com duas ou três linhas. Poderá ser dito que se deve ao fato de que quando estamos na escola, é dado ênfase ao nosso(naturalmente) mas o fato é que o que se pede, é um mapa do mundo na sua globalidade e somos de imediato levados a reproduzir não só o que conhecemos melhor mas também o que é "mais importante". Tenho noção que este é um argumento redutor mas quando se o experimenta pela 1ª vez, sentimos de fato que há muito que tomamos por garantido, real ou verdadeiro e que no final pode não passar de uma perspectiva. Existem outros exemplos, como a questão da tradução; é evidente na maior parte das traduções feitas em séries ou filmes, que o sentido que é dado a uma expressão pelo tradutor não corresponde ao que o intérprete ou autor pretende com a mesma. Ainda que as palavras estejam traduzidas corretamente, o que elas significam como um todo perde-se na tradução pelo simples fato de que quem traduz não ter experienciado em primeira mão o seu significado ou não o percebeu - muitas vezes uma boa tradução não implica a tradução de palavras mas antes transmissão de sentimentos ou ideias…Já Malinowski defendia q para qualquer estudo sobre o Outro ser significativo ou credível, teríamos sempre de primeiro viver como Ele… Com certeza mais exemplos se podem indicar no sentido de exemplificar como a maior parte das vezes não temos consciência de que o dizemos, fazemos, achamos ou pensamos é inevitavelmente parcial.o comentário precedente não foi assinado por Eusapiens (discussão • contrib.)

Caro Eusapiens, embora tenha apenas corrigido um texto antigo, e por isso mesmo, decidi colocar aí o seu nome. O verbete é um esboço fraco, mas não me parece parcial. O comentário é muito filosófico, mas próprio de quem apenas abstratiza - imagine-se um branco em África, junto com dezenas de etnias… O conceito é bem concreto! Só precisa ser desenvolvido. Abraços. --Rui Silva (discussão) 14h26min de 29 de Novembro de 2008 (UTC)