Diurideae

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Diuris pardina
Diuris pardina
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Orchidaceae
Subfamília: Orchidoideae
Tribo: Diurideae
(Lindl.) Endl. 1842
Género-tipo
Diuris Sm. 1798
Distribuição geográfica

Subtribos
Acianthinae
Caladeniinae
Cryptostylidinae
Diuridinae
Prasophyllinae
Rhizanthellinae
Thelymitrinae
Sinónimos
Ver texto

Diurideae é uma tribo de orquídeas (família Orchidaceae), composta, com poucas exceções, por espécies terrestres, presentes principalmente no Sudeste Asiático, Japão, Nova Zelândia e Austrália onde ocorre a grande maioria das espécies,[1] quase sempre em áreas restritas, frequentemente nos locais de climas mais amenos ou temperados. Não estão dispersas em grandes massas de terras contínuas, tratando-se portanto maiormente de espécies endêmicas.

Entre as Diurideae existem orquídeas com características extremamente diversas, tanto no que se refere à morfologia vegetativa como floral, às quais apresentam poucas qualidades em comum. As únicas características que todas apresentam são raízes ou caules tuberosos; flores usualmente com viscídio simples, polínias normalmente sem caudículos; e coluna sem asas apícais, constrita na base da antera.[2]

Publicação e sinônimos[editar | editar código-fonte]

  • Diurideae (Lindl.) Endl, Mant. Bot., Suppl. 2:21 (1842).

Tipo:

  • Diuris Sm.

Sinônimos:

  • Tribo Neottieae div. Diurideae Lindley, (1840)
  • Tribo Neottieae subtribo Diurideae (Lindl.) Bentham & Hook.f. (1853)

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Devido a variabilidade morfológica dos gêneros incluídos nesta tribo, desde sua criação houve diversas tentativas por Pfitzer (1882), Masnfield (1937 e 54), Dressler (1960 e 81), Brieger (1970), Szlachetko (1995), Clements (1995) e Jones (2001), entre outras, quanto à sua definição e circunscrição.

Em 2003, M.W.Chase et al. publicaram a mais recente revisão de Diurideae com base em genética molecular. Classificam Diurideae entre as quatro tribos da subfamília Orchidoideae. Neste trabalho incluem Diseae em Orchideae e Chloraeeae, Pterostylidinae e parte de Megastylidinae em Cranichideae.[3] As classificações anteriores mormente baseadas exclusivamente na morfologia, não levaram em consideração a possibilidade de evolução convergente dos gêneros e espécies de modo que muitos estavam classificados erroneamente.[4]

Cyrtostylis reniformis

Segundo os autores,[3] Diurideae é composta por sete subtribos divididas em dois clados,[4] um com três subtribos, Cryptostylidinae, Diuridineae e Thelymitrinae e o outro quatro, Acianthinae, Caladeniinae, Prasophyllinae e Rhizanthellinae. Este conceito substitui a classificação anterior em nove subtribos, publicada por Jones em 2001,[2] uma vez que a circunscrição de Thelymitrinae foi ampliada para conter as subtribos Lyperanthinae, e Drakaeinae, bem como parte de Megastylidinae, cujos outros gêneros passaram a ser classificados na tribo Cranichideae.[5]

Subtribos[editar | editar código-fonte]

A presente classificação divide Diurideae em sete subtribos e 37 gêneros:

Acianthinae[editar | editar código-fonte]

Caladenia roei

Acianthinae é composta por 164 espécies anuais geralmente terrestres, divididas por quatro gêneros do sudeste asiático e ilhas do pacífico caracterizadas por raízes com tubérculos, caules geralmente com apenas uma folha basal e inflorescências comportando apenas uma flor com grandes sépalas dorsais e grande labelo fixo e imóvel ou com mais de uma flor por inflorescência, mas então com folha tão larga quanto longa e plana, com polínias amarelas.[6] Gêneros:

Caladeniinae[editar | editar código-fonte]

Cryptostylis erecta

Caladeniinae caracteriza-se por serem as únicas plantas, cerca de trezentas e quinze espécies, a apresentar ao mesmo tempo todas as seguintes qualidades: serem compostas por sistema subterrâneo quase sempre formado por raízes com tubérculos carnosos, e por parte aérea anual formada por caules e ou folhas e inflorescências, recobertos por tricomas de células basais intumescidas.[7] Gêneros:

Cryptostylidinae[editar | editar código-fonte]

Drakaea thynniphila

Cryptostylidinae é composta por apenas vinte e quatro espécies, divididas por dois gêneros, um deles uni-específico, que caracterizam-se por serem as únicas plantas da tribo Diurideae cujas flores não ressupinam e tem o labelo fixo e imóvel.[8] Gêneros:

Diuridinae[editar | editar código-fonte]

Pyrorchis nigricans

Diuridinae é formada por plantas de sistema subterrâneo formado por raízes e tubérculos carnosos, e por sistema aéreo composto por caules, folhas e inflorescências, glabros ou raro recobertos por tricomas sem células basais intumescidas, e flores em cuja coluna o rostelo é praticamente livre.[9] São cerca de setenta e três espécies divididas por dois gêneros:

Prasophyllinae[editar | editar código-fonte]

Rhizanthella gardneri

Prasophyllinae é formada por plantas de sistema subterrâneo formado por raízes e tubérculos carnosos, e por sistema aéreo composto por caules curtos, uma folha cilíndrica caduca basal; e inflorescências glabras ou raro recobertos por tricomas sem células basais intumescidas, de flores em cuja coluna o rostelo é fundido, as polínias são amarelas, e de labelo é marcadamente diferente das pétalas e sépalas.[10] São cerca de cento e noventa e sete espécies divididas por três gêneros:


Rhizanthellinae[editar | editar código-fonte]

Genoplesium fimbriatum

Thelymitrinae[editar | editar código-fonte]

Thelymitra ixioides

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. R. Govaerts et al (2009). World Checklist of Orchidaceae. The Board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew. «Publicado na Internet» (em inglês) 
  2. a b Jones, David: (2001) Diurideae em A. M. Pridgeon, P. J. Cribb, M. W. Chase, and F. N. Rasmussen eds., Genera Orchidacearum, vol. 2, Orchidoideae part 1. Oxford University Press, Oxford, UK ISBN 0-19-850710-0.
  3. a b Chase MW, Cameron KM, Barrett RL, Freudenstein JV. (2003) DNA data and Orchidaceae systematics: a new phylogenetic classification. In: Dixon KW, Kell SP, Barrett RL, Cribb PJ, editors. Orchid conservation. Kota Kinabalu: Natural History Publications; 2003. pp. 69–89.
  4. a b Kores PJ, Molvray M, Weston PH, et al. (2001) A phylogenetic analysis of Diurideae (Orchidaceae) based on plastid DNA sequence data. American Journal of Botany 88:1903–1914.
  5. Stephen D. Hopper (2009). Taxonomic turmoil down-under: recent developments in Australian orchid systematics. Ann Bot.104(3): 447–455.
  6. Jones, David: (2001) Acianthinae em A. M. Pridgeon, P. J. Cribb, M. W. Chase, and F. N. Rasmussen eds., Genera Orchidacearum, vol. 2, Orchidoideae part 1. Oxford University Press, Oxford, UK ISBN 0-19-850710-0.
  7. Jones, David: (2001) Caladeniinae em A. M. Pridgeon, P. J. Cribb, M. W. Chase, and F. N. Rasmussen eds., Genera Orchidacearum, vol. 2, Orchidoideae part 1. Oxford University Press, Oxford, UK ISBN 0-19-850710-0.
  8. Jones, David: (2001) Cryptostylidinae em A. M. Pridgeon, P. J. Cribb, M. W. Chase, and F. N. Rasmussen eds., Genera Orchidacearum, vol. 2, Orchidoideae part 1. Oxford University Press, Oxford, UK ISBN 0-19-850710-0.
  9. Jones, David: (2001) Diuridinae em A. M. Pridgeon, P. J. Cribb, M. W. Chase, and F. N. Rasmussen eds., Genera Orchidacearum, vol. 2, Orchidoideae part 1. Oxford University Press, Oxford, UK ISBN 0198507100.
  10. Jones, David: (2001) Prasophyllinae em A. M. Pridgeon, P. J. Cribb, M. W. Chase, and F. N. Rasmussen eds., Genera Orchidacearum, vol. 2, Orchidoideae part 1. Oxford University Press, Oxford, UK ISBN 0198507100.
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