Dogmas da Igreja Católica

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No catolicismo, um dogma é uma verdade revelada sobre a Fé Absoluta.

Os dogmas têm estas características porque os católicos romanos confiam que um dogma é uma verdade que está contida, implícita ou explicitamente, na imutável Revelação divina ou que tem com ela uma "conexão necessária".[1] Para que estas verdades se tornem em dogmas, elas precisam ser propostas pela Igreja Católica diretamente à sua e à sua doutrina, através de uma definição solene e infalível pelo Supremo Magistério da Igreja (Papa ou Concílio ecuménico com o Papa[2]) e do posterior ensinamento destas pelo Magistério ordinário da Igreja. Para que tal proclamação ou clarificação solene aconteça, são necessárias duas condições:

  • o sentido deve estar suficientemente manifestado como sendo uma autêntica verdade revelada por Deus;[3]
  • a verdade ou doutrina em causa deve ser proposta e definida solenemente pela Igreja como sendo uma verdade revelada e uma parte integrante da católica.[3]

Mas, "a definição dos dogmas ao longo da his­tó­­ria da Igreja não quer dizer que tais ver­dades só tardiamente tenham sido re­veladas, mas que se tornaram mais cla­ras e úteis para a Igreja na sua progres­são na fé".[4] Por isso, a definição gradual dos dogmas não é contraditória com a crença católica de que a Revelação divina é inalterável, definitiva e imutável desde a ascensão de Jesus.

Os mais importantes dog­mas, que tratam de assuntos como a Santíssima Trindade e Jesus Cristo, "fo­ram definidos nos primeiros concílios ecuménicos; o Concílio Vaticano I foi o último a definir verdades dogmá­ti­cas (primado e infalibilidade do Papa)". As definições de dogmas "mais recentes estão a da Imaculada Conceição [...] (1854) e da Assunção de Nossa Senhora [...] (1950)".[4]

Dogmas Católicos[editar | editar código-fonte]

A Igreja Católica proclama a existência de muitos dogmas, sendo 49 o número dos principais. Eles estão subdivididos em 8 categorias diferentes:[3]

Dogmas sobre Deus[editar | editar código-fonte]

  1. A Existência de Deus: "A ideia de Deus não é inata em nós, mas temos a capacidade para conhecê-lo com facilidade, e de certo modo espontaneamente por meio de Sua obra." O dogma indica que a ideia de Deus não vem em nós, mas a capacidade de conhecê-Lo surge de maneira relativamente fácil e espontânea por meio da observação de Sua obra, como a criação e a ordem do universo.
  2. A Existência de Deus como Objeto de Fé: "A existência de Deus não é apenas objeto do conhecimento da razão natural, mas também é objeto da fé sobrenatural." Este explica que a existência de Deus não se restringe à razão natural, sendo principalmente uma questão de fé sobrenatural, indicando que vai além do conhecimento racional para envolver confiança e aceitação além do entendimento lógico.
  3. A Unidade de Deus: "Não existe mais que um único Deus." Esse dogma enfatiza o fato da existência de um único Deus, fato este que torna o catolicismo uma religião monoteísta.
  4. Deus é Eterno: "Deus não tem princípio nem fim." O quarto dogma diz que a ideia de que Deus é atemporal e além dos limites de espaço, não sendo sujeito às restrições temporais e espaciais que nós, humanos, experimentamos e concebemos. Indica que Deus transcende as categorias temporais e espaciais, não sendo limitado pelo início ou fim, nem pelas dimensões físicas.
  5. Santíssima Trindade: "Em Deus há três pessoas: Pai e Filho e Espírito Santo; e cada uma delas possui a essência divina que é numericamente a mesma." O quinto dogma descreve a doutrina da Trindade na teologia cristã, afirmando que em Deus, que é Uno, existem três Pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Cada uma dessas Pessoas compartilha a mesma e imutável Essência Divina, indicando uma unidade na divindade, mas uma distinção nas Pessoas da Trindade. Isso é um conceito fundamental na compreensão da natureza de Deus na fé cristã.

Dogmas sobre Jesus Cristo[editar | editar código-fonte]

  1. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e filho de Deus por essência, sendo chamado em Isaías como "Deus Conosco" (Emanuel): "O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza divina com todas suas infinitas perfeições, por haver sido engendrado eternamente por Deus."
  2. Jesus possui duas naturezas que não se transformam nem se misturam: "Cristo é possuidor de uma íntegra natureza divina e de uma íntegra natureza humana: a prova está nos milagres e no padecimento." O dogma afirma que Cristo possui integralmente natureza divina e humana, evidenciada pelos milagres que realizou e pelos sofrimentos que enfrentou. Isso reflete a compreensão cristã da dualidade da natureza de Cristo.
  3. Cada uma das naturezas em Cristo possui uma própria vontade física e uma própria operação física: "Existem também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso." Esse dogma se refere à doutrina cristã da dupla vontade e operação em Cristo. Ela afirma que em Cristo há duas vontades e duas operações, tanto divinas quanto humanas, de maneira indivisível, não conversível, inseparável e não confusa. Isso destaca a compreensão da coexistência harmoniosa das naturezas divina e humana em Cristo, sem mistura ou divisão, uma doutrina que foi debatida e formalizada nos primeiros concílios cristãos.
  4. Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus: "O Pai celestial quando chegou à plenitude, enviou aos homens seu Filho, Jesus Cristo." O quarto dogma resume a crença cristã de que, quando chegou o tempo certo, o Pai celestial enviou seu Filho, Jesus Cristo, aos homens para cumprir um propósito redentor.
  5. Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e próprio sacrifício: "Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício." O dogma afirma que, na sua natureza humana, Cristo era simultaneamente sacerdote e oferenda, representando a união do sacerdócio e do sacrifício. Na sua natureza divina, com o Pai e o Espírito Santo, Cristo é visto como aquele que recebe o sacrifício, destacando sua centralidade no plano redentor.
  6. Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do sacrifício de sua morte na cruz: "Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre a ara da cruz em sua morte, para conseguir para eles o eterno perdão." Esse dogma refere-se à doutrina cristã da expiação e redenção por meio do sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Ele afirma que Jesus, por Sua própria vontade, ofereceu-Se como sacrifício a Deus Pai durante Sua morte na cruz. Esse sacrifício é entendido como a base para a obtenção do perdão eterno para a humanidade. Essa doutrina central na teologia cristã destaca o significado redentor da morte de Cristo como um ato voluntário para reconciliar a humanidade com Deus.
  7. Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso dentre os mortos: "ao terceiro dia, ressuscitado por sua própria virtude, se levantou do sepulcro." Esse dogma refere-se à crença cristã fundamental de que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos no terceiro dia após Sua crucificação. A afirmação destaca a ressurreição como um evento sobrenatural e central para a fé cristã, indicando que Jesus, por Seu próprio poder divino, superou a morte e emergiu do sepulcro. Essa ressurreição é considerada como prova da vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, e é um ponto central na mensagem cristã da redenção e da vida eterna.
  8. Cristo subiu em corpo e alma aos céus e está sentado à direita de Deus Pai: "ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu em Corpo e Alma." O dogma afirma que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos e ascendeu ao céu em corpo e alma. Ele destaca a crença na ressurreição corporal de Jesus, indicando que Ele não apenas retornou à vida espiritual, mas também fisicamente. A ascensão ao céu, por sua vez, enfatiza que Jesus subiu à presença divina, completando assim Sua missão terrena. Esses eventos são considerados elementos essenciais na narrativa cristã da redenção e da natureza divina de Jesus.

Dogmas sobre a criação do mundo[editar | editar código-fonte]

  1. Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada: "A criação do mundo do nada, não apenas é uma verdade fundamental da revelação cristã, mas também que ao mesmo tempo chega a alcançá-la a razão com apenas suas forças naturais, baseando-se nos argumentos cosmológicos e sobretudo na argumento da contingência." O dogma afirma que Deus criou o mundo a partir do nada (criação ex nihilo). Essa verdade, central na fé cristã, é também considerada acessível à razão, que pode compreendê-la por meio de argumentos cosmológicos, especialmente o da contingência, que destaca a necessidade de um Criador diante da causalidade no universo. Isso destaca a harmonia entre a fé e a razão na compreensão da origem do mundo.
  2. Caráter temporal do mundo: "O mundo teve princípio no tempo." Esse dogma declara que o mundo teve um começo ou início no tempo. Ele reflete a crença de que o universo não é eterno, mas foi criado em algum momento do passado por uma causa primordial, frequentemente associada a Deus. Essa afirmação destaca a ideia de que o tempo, como o conhecemos, começou juntamente com a criação do mundo, e é uma crença fundamental na teologia cristã sobre a origem do universo.
  3. Conservação do mundo: "Deus conserva na existência a todas as coisas criadas." Esse dogma expressa a crença de que Deus sustenta e mantém todas as coisas criadas em existência. Ele reflete a ideia de que a criação não é apenas um evento do passado, mas que Deus continua a sustentar ativamente a existência de tudo o que foi criado. Esse conceito destaca a dependência contínua de todas as criaturas da providência divina e é uma parte fundamental da visão teológica da relação entre Deus e o universo na tradição cristã.

Dogmas sobre o ser humano[editar | editar código-fonte]

  1. O homem é formado por corpo material e alma espiritual: "O humano como comum constituída de corpo e alma." O dogma afirma que a natureza humana é composta de corpo e alma, refletindo a visão dualista de que os seres humanos têm uma dimensão material (corpo) e uma dimensão espiritual (alma). Essa compreensão é essencial na teologia cristã.
  2. O pecado de Adão se propaga a todos seus descendentes por geração, não por imitação: "Pecado, que é morte da alma, se propaga de Adão a todos seus descendentes por geração e não por imitação, e que é inerente a cada indivíduo." O dogma afirma que o pecado, considerado a morte da alma, é transmitido de Adão a todos os seus descendentes não por imitação, mas por geração. Isso significa que a predisposição para o pecado é inerente a cada indivíduo desde o nascimento, devido à queda de Adão e Eva, e requer a redenção pela graça divina.
  3. O homem caído não pode redimir-se a si próprio: "Somente um ato livre por parte do amor divino poderia restaurar a ordem sobrenatural, destruída pelo pecado." Este dogma afirma que apenas um ato livre do amor divino pode restaurar a ordem sobrenatural, que foi danificada pelo pecado. Ele destaca a necessidade de uma intervenção divina, realizada por meio do amor livre de Deus, para reestabelecer a relação harmoniosa entre Deus e a humanidade após a quebra causada pelo pecado.

Dogmas marianos[editar | editar código-fonte]

  1. A Imaculada Conceição de Maria: "A Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua concepção, foi por singular graça e privilégio de Deus onipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha de culpa original." Este dogma, conhecido como a Imaculada Conceição, declara que a Virgem Maria foi preservada do pecado original desde o primeiro momento de sua concepção, como um privilégio especial de Deus, em antecipação aos méritos de Cristo. Isso significa que Maria foi concebida sem a mancha do pecado original.
  2. A Virgindade Perpétua de Maria: "A Santíssima Virgem Maria é virgem antes, durante e depois do parto de seu Divino Filho, sendo mantida assim por Deus até a sua gloriosa Assunção." Este dogma, conhecido como a Virgindade Perpétua de Maria, afirma que Maria foi virgem antes, durante e depois do nascimento de Jesus, e permaneceu virgem até sua Assunção ao céu. Essa crença destaca a pureza e santidade contínuas de Maria ao longo de sua vida.
  3. Maria, Mãe de Deus: "Maria, como uma virgem perpétua, gerara a Cristo segundo a natureza humana e quem dela nasce, ou seja, o sujeito nascido, Cristo tem uma natureza humana e a natureza divina, ou seja, o Verbo. Daí que o Filho de Maria é propriamente o Verbo que subsiste junto à natureza humana; então Maria é verdadeira Mãe de Deus, posto que o Verbo é Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem." Este dogma, conhecido como a Maternidade Divina, ensina que Maria, como Virgem Perpétua, gerou a Cristo, possuindo uma natureza humana e divina. O Filho de Maria é o Verbo encarnado, tornando Maria a verdadeira Mãe de Deus, uma vez que o Verbo é Deus. Assim, Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.
  4. A Assunção de Maria: "A Virgem Maria foi assunta ao céu imediatamente depois que acabou sua vida terrena; seu Corpo não sofreu nenhuma corrupção como sucederá com todos os homens que ressuscitarão até o final dos tempos, passando pela decomposição." Este dogma, conhecido como a Assunção de Maria, afirma que, ao término de sua vida terrena, a Virgem Maria foi elevada ao céu de maneira imediata e que seu corpo não sofreu decomposição, como ocorre com todos os outros seres humanos. Essa crença destaca a singularidade e a santidade especial atribuídas a Maria.

Dogmas sobre o Papa e a Igreja[editar | editar código-fonte]

  1. A Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo: "Cristo fundou a Igreja, que Ele estabeleceu os fundamentos substanciais da mesma, no tocante à doutrina, culto e constituição." Esse dogma afirma que Cristo estabeleceu a Igreja, determinando seus fundamentos essenciais, incluindo doutrina, culto e organização. Essa crença destaca a autoridade e a fundação divina da Igreja Cristã por Jesus Cristo.
  2. Cristo constituiu o Apóstolo São Pedro como primeiro entre os Apóstolos e como cabeça visível de toda a Igreja, conferindo-lhe imediata e pessoalmente o primado da jurisdição: "O Romano Pontífice é o sucessor do bem-aventurado Pedro e tem o primado sobre todo o rebanho." Esse dogma sustenta que o Papa, como o Bispo de Roma, é o sucessor de São Pedro e possui a primazia sobre toda a Igreja. Essa crença destaca a autoridade papal como uma continuidade do papel de liderança atribuído a Pedro por Jesus Cristo.
  3. O Papa possui o pleno e supremo poder de jurisdição sobre toda a Igreja, não somente em coisas de fé e costumes, mas também na disciplina e governo da Igreja: "Conforme esta declaração, o poder do Papa é: de jurisdição, universal, supremo, pleno, ordinário, episcopal, imediato." Esse dogma afirma que o poder do Papa é de jurisdição, universal, supremo, pleno, ordinário, episcopal e imediato. Isso destaca a autoridade abrangente e suprema do Papa sobre a Igreja Católica, em termos de jurisdição, governo e direção espiritual.
  4. O Papa é infalível sempre que se pronuncia ex cathedra: "Sujeito da infalibilidade papal é todo o Papa legítimo, em sua qualidade de sucessor de Pedro e não outras pessoas ou organismos (ex.: congregações pontificais) a quem o Papa confere parte de sua autoridade magistral." O dogma afirma que apenas o Papa legítimo, como sucessor de Pedro, é o sujeito da infalibilidade papal. Isso exclui outras pessoas ou organismos aos quais o Papa possa delegar parte de sua autoridade magistral.
  5. A Igreja é infalível quando faz definição em matéria de fé e costumes. Esse dogma afirma que a Igreja é infalível ao fazer definições em questões de fé e costumes. Isso significa que, quando a Igreja declara algo como uma verdade de fé ou prática moral, essa declaração é considerada isenta de erro.

Dogmas sobre os sacramentos[editar | editar código-fonte]

  1. O Batismo é verdadeiro Sacramento instituído por Jesus Cristo: "Foi dado todo poder no céu e na terra; ide então e ensinai todas as pessoas, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo." Esse dogma se baseia nas palavras de Jesus Cristo aos apóstolos, onde Ele concede a eles todo poder no céu e na terra e os instrui a ensinar todas as pessoas, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Esse mandato é conhecido como a Grande Comissão e representa a missão apostólica de pregar o Evangelho e administrar o batismo como meio de incorporar as pessoas à comunidade cristã.
  2. A Confirmação é verdadeiro e próprio Sacramento: "Este Sacramento concede aos batizados a fortaleza do Espírito Santo para que se consolidem interiormente em sua vida sobrenatural e confessem exteriormente com valentia sua fé em Jesus Cristo." Esse dogma refere-se ao sacramento da Confirmação, que concede aos batizados a fortaleza do Espírito Santo. Isso os capacita a fortalecerem interiormente sua vida espiritual e a testemunharem corajosamente sua fé em Jesus Cristo publicamente.
  3. A Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados cometidos após o Batismo: "Foi comunicada aos Apóstolos e a seus legítimos sucessores o poder de perdoar e de reter os pecados para reconciliar aos fiéis caídos depois do Batismo." Esse dogma destaca que aos Apóstolos e a seus sucessores legítimos foi conferido o poder de perdoar e reter os pecados, permitindo a reconciliação dos fiéis que caíram em pecado após o Batismo. Isso está associado ao sacramento da Confissão ou Reconciliação na tradição cristã.
    O Sacramento da Confissão é enfatizado por um dos 43 dogmas.
  4. A Confissão Sacramental dos pecados está prescrita por Direito Divino e é necessária para a salvação: "Basta indicar a culpa da consciência apenas aos sacerdotes mediante confissão secreta." Este dogma destaca a prática da confissão secreta, onde os fiéis confessam suas faltas apenas aos sacerdotes. Indica que é suficiente revelar a culpa da consciência por meio dessa confissão para buscar o perdão e a reconciliação, conforme praticado no sacramento da Confissão na tradição católica.
  5. A Eucaristia é verdadeiro Sacramento instituído por Cristo: "Aquele que come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a vida eterna." Esse dogma se baseia nas palavras de Jesus registradas nos Evangelhos, especialmente em João 6:54, onde Ele afirma: "Aquele que come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a vida eterna." Essa declaração está relacionada à compreensão católica da Eucaristia, ensinando que a participação na comunhão, onde os fiéis recebem o Corpo e Sangue de Cristo, é um meio de obter a vida eterna. Essa prática é central na teologia eucarística da Igreja Católica.
  6. Cristo está presente no sacramento do altar pela transubstanciação de toda a substância do pão em seu corpo e toda a substância do vinho em seu sangue. Este dogma afirma que, no Sacramento da Eucaristia, Cristo está presente de maneira real e substancial. Através do processo de transubstanciação, a substância do pão torna-se o Corpo de Cristo, e a substância do vinho torna-se o Seu Sangue. Isso destaca a crença católica na presença real de Cristo na hóstia consagrada durante a celebração da Missa.
  7. A Unção dos enfermos é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo: "Existe algum enfermo entre nós? Façamos a unção do mesmo em nome do Senhor." Esse dogma afirma que a Unção dos Enfermos é um verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo. Isso significa que a prática da unção, quando realizada segundo os rituais sacramentais da Igreja, é reconhecida como um meio especial de graça e bênção para os enfermos, de acordo com o ensinamento cristão.
  8. Ordem é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo: "Existe uma hierarquia instituída por ordenação Divina, que consta de Bispos, Presbíteros e Diáconos." Este dogma estabelece a existência de uma hierarquia na Igreja instituída por ordenação divina. Essa hierarquia inclui Bispos, Presbíteros e Diáconos. A crença afirma que essa organização foi estabelecida por Deus para governar e orientar a comunidade cristã, garantindo uma estrutura de liderança que remonta aos tempos apostólicos.
  9. O matrimónio é verdadeiro e próprio Sacramento: "Cristo restaurou o matrimónio instituído e bendito por Deus, fazendo que recobrasse seu primitivo ideal da unidade e indissolubilidade e elevando-o à dignidade de Sacramento." Este dogma afirma que Cristo restaurou o matrimônio, que foi instituído e abençoado por Deus. Ele elevou o matrimônio à dignidade de sacramento, restabelecendo seus ideais originais de unidade e indissolubilidade. Essa crença destaca a visão cristã do matrimônio como um sacramento sagrado, com bases nos ensinamentos e ações de Jesus Cristo.

Dogmas sobre as últimas coisas[editar | editar código-fonte]

  1. A Morte e sua origem: "A morte, na atual ordem de salvação, é consequência primitiva do pecado." Este dogma ensina que, na ordem de salvação atual, a morte é uma consequência original do pecado. Ele reflete a crença cristã de que a entrada da morte no mundo está ligada à queda da humanidade no pecado, como narrado no relato do Gênesis na Bíblia. A morte é vista como uma realidade que entrou na criação devido à desobediência humana.
  2. O Céu (Paraíso): "As almas dos justos que no instante da morte se acham livres de toda a culpa e pena de pecado entram no céu." Este dogma afirma que as almas dos justos que, no momento da morte, estão livres de toda culpa e pena de pecado, entram no céu. Isso expressa a crença na entrada dos justos na presença de Deus após a morte, desfrutando da plenitude da vida eterna no céu.
  3. O Inferno: "O inferno é uma possibilidade graças à nossa liberdade. Deus nos fez livres para amá-lo ou para rejeitá-lo. Se o céu pode ser representado como onde todos vivem em plena comunhão entre si e com Deus, o inferno pode ser visto como solidão, divisão e ausência do amor que gera e mantém a vida. Deve-se salientar que a vontade de Deus é a vida e não a morte de quem quer que seja. Jesus veio para salvar e não para condenar. No limite, Deus não condena ninguém ao inferno. É a nossa opção fundamental, que vai se formando ao longo de toda a vida, pelos nossos pensamentos, atos e omissões, que confirma ou não o desejo de estar com Deus para sempre." A Igreja reconhece que o medo da punição eterna também leva muitos à conversão, bastando, por exemplo, o arrependimento por medo do inferno para a validade de uma confissão.
  4. O Purgatório: "As almas dos justos que no instante da morte estão agravadas por pecados veniais ou por penas temporais devidas pelo pecado vão ao purgatório. O purgatório é estado de purificação." Este dogma ensina que as almas dos justos que, no momento da morte, possuem pecados veniais ou penas temporais devidas ao pecado, passam pelo purgatório. O purgatório é considerado um estado de purificação, onde as almas são preparadas para entrar no céu após serem purificadas de suas faltas veniais e penas temporais.
  5. O Fim do mundo e a Segunda vinda de Cristo: "No fim do mundo, Cristo, rodeado de majestade, virá de novo para julgar os homens." Este dogma afirma que, no final do mundo, Cristo voltará rodeado de majestade para julgar a humanidade. Isso reflete a crença cristã na segunda vinda de Cristo, onde Ele exercerá o juízo final sobre todos os seres humanos, determinando o destino eterno de cada indivíduo com base em suas ações e fé durante suas vidas.
  6. A Ressurreição dos mortos no Último Dia: "Aos que crêem em Jesus e comem de Seu corpo e bebem de Seu sangue, Ele lhes promete a ressurreição." Este dogma afirma que aqueles que creem em Jesus, participam do Seu corpo e sangue (na Eucaristia), recebem a promessa da ressurreição. Reflete a promessa cristã de vida eterna para aqueles que têm fé em Cristo e participam dos sacramentos, particularmente a Eucaristia, onde a comunhão com o corpo e sangue de Cristo é central.
  7. O Juízo Universal: "Cristo, depois de seu retorno, julgará a todos os homens." Este dogma ensina que, após o retorno de Cristo, Ele julgará todos os seres humanos. Reflete a crença cristã na segunda vinda de Cristo, quando Ele exercerá o juízo final sobre toda a humanidade, determinando o destino eterno de cada indivíduo com base em suas ações e fé durante suas vidas.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Catecismo da Igreja Católica (CIC), n. 88
  2. CIC, n. 889-891
  3. a b c "O que é Dogma?"[ligação inativa], do site Sociedade Católica
  4. a b Verbete "Definição dogmática", da Enciclopédia Católica Popular