Efeito Weinstein

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O produtor Harvey Weinstein em 2010

O efeito Weinstein é uma tendência mundial de pessoas trazerem a público acusações de abuso sexual perpetrados por homens famosos ou poderosos. O termo passou a ser usado para descrever o fenômeno em escala global a partir de outubro de 2017, quando veículos midiáticos divulgaram numerosos relatos contra o produtor de cinema Harvey Weinstein.[1][2]

Além de Weinstein, outras figuras públicas tiveram suas carreiras comprometidas após as alegações de assédio, como o ator Kevin Spacey,[3] o comediante Louis C.K.[4] e o diretor Brett Ratner.[5]

História[editar | editar código-fonte]

Em julho de 2016, a jornalista Gretchen Carlson, da Fox News, entrou com uma ação judicial contra o diretor da emissora, Roger Ailes, que culminou na demissão dele.[6] O fato encorajou jornalistas a investigar outros rumores de assédio, como a conduta de Weinstein e do comentarista político Bill O'Reilly. Revelações similares levaram O'Reilly a ser demitido em abril de 2017.[7]

Em 5 de outubro de 2017, o jornal The New York Times publicou os primeiros relatos de décadas de acusações de assédio sexual contra o produtor Harvey Weinstein. Em 10 de outubro, o jornalista Ronan Farrow publicou alegações onde Weinstein teria assediado 13 mulheres, e estuprado três.[8] Como consequência, Weinstein foi demitido de sua própria produtora, a The Weinstein Company; Harvey havia suprimido outros casos através de acordos de não divulgação, mas após a divulgação da história na mídia, cerca de 80 outras mulheres – incluindo várias atrizes famosas – vieram a público e também acusar Weinstein de assédio.[9]

Nos Estados Unidos o caso de Weinstein gerou comoção nacional, gerando debates nas mídias tradicionais e sociais.[10] Tanto homens quanto mulheres publicaram relatos de assédio sexual no ambiente de trabalho de inúmeras áreas, levando à queda de homens poderosos. No Twitter, a campanha #MeToo encorajou centenas de milhares de pessoas a contarem suas histórias.[11] Em 25 de novembro, a polícia de Los Angeles anunciou que tinha aberto investigação contra 28 acusações de assédio sexual, envolvendo grandes nomes da indústria do cinema e outras áreas.[12]

Em fevereiro de 2018, o ator sul-coreano Jo Min-ki foi alvo de acusações de assédio por várias alunas do curso de interpretação do qual ele era professor. O caso teve grande repercussão na mídia do país, na época em que o movimento #MeToo ganhava força na Coreia do Sul. No dia 9 de março, Min-ki foi encontrado morto por enforcamento em sua residência. Ao seu lado, estava uma carta de suicídio onde ele pedia perdão.[13][14]

Referências

  1. «Harvey Weinstein effect: Men are getting outed and some are getting fired as women speak up. And it's spreading.» (em inglês). USA Today. 25 de outubro de 2017. Consultado em 1 de fevereiro de 2018 
  2. «The Weinstein Effect: Avalanche of Allegations Usher in a New Era» (em inglês). HuffPost. 20 de dezembro de 2017. Consultado em 1 de fevereiro de 2018 
  3. «Kevin Spacey timeline: How the story unfolded» (em inglês). BBC News. 11 de dezembro de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  4. «Louis CK responds to allegations of sexual misconduct: 'These stories are true'» (em inglês). The Guardian. 11 de novembro de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  5. «Olivia Munn upset Brett Ratner still has ties to Hollywood following allegations» (em inglês). Entertainment Week. 18 de novembro de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  6. «Roger Ailes leaves Fox News in wake of sexual harassment claims» (em inglês). The Guardian. 22 de julho de 2016. Consultado em 24 de maio de 2018 
  7. «Acusado de assédio sexual, apresentador da Fox é demitido». Veja. 19 de abril de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  8. «From Aggressive Overtures to Sexual Assault: Harvey Weinstein's Accusers Tell Their Stories» (em inglês). The New Yorker. 23 de outubro de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  9. «HARVEY WEINSTEIN ACCUSERS: OVER 80 WOMEN NOW CLAIM PRODUCER SEXUALLY ASSAULTED OR HARASSED THEM» (em inglês). Newsweek. 30 de outubro de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  10. «A Long-Delayed Reckoning of the Cost of Silence on Abuse» (em inglês). The New York Times. 22 de outubro de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  11. «Campanha #MeToo expõe questão global do assédio contra mulheres». O Globo. 17 de outubro de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  12. «LAPD Has 28 Open Sex Crimes Investigations Of Hollywood And Media» (em inglês). Deadline. 25 de novembro de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  13. «Família de Jo Min-ki lamenta morte do ator coreano aos 53 anos». G1. 10 de março de 2018. Consultado em 10 de março de 2018 
  14. «Jo Min-ki: South Korean actor found dead after #MeToo allegations» (em inglês). BBC. 9 de março de 2018. Consultado em 10 de março de 2018