Egoísmo

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Casulo Egoísta

Egoísmo (ego + ismo) é o hábito ou a atitude de uma pessoa colocar seus interesses, opiniões, desejos, necessidades em primeiro lugar, em detrimento (ou não) do ambiente e das demais pessoas com que se relaciona. Neste sentido, é o antônimo de altruísmo.[1]

Egoísmo e egocentrismo[editar | editar código-fonte]

Um sujeito egoísta é aquele que se coloca no centro do seu universo. Diferente da cultura popular que defende que o egoísta acredita que "o mundo, inclusive as pessoas ao seu redor, foram criadas somente para ele", o egoísta, na verdade, é uma pessoa que prioriza a si mesmo em relação aos outros, mas não necessariamente desprezando-os. Um sujeito egoísta é aquele que acredita que, na sua perspectiva de ser, é mais importante do que os demais seres.

O egocentrismo caracteriza-se pela simples aplicação do egoísmo. Dada a definição psicanalítica de Ego, o egocentrista, priorizando o seu ego, está simplesmente a priorizar a sua razão sobre a razão dos terceiros, ignorando o ego dos outros.

A sociedade acabou por definir o egoísmo e o egocentrismo como características negativas numa personalidade, porém diferente disso, Ayn Rand demonstra no Objetivismo e no livro A Revolta de Atlas (Atlas Shrugged) que o ser egoísta contribui positivamente para a sociedade e pode muitas vezes, desfrutando de seu ego e do prazer que sente em ajudar as pessoas, agir de maneira semelhante ao altruísta, porém por puro interesse próprio.

Natural ou adquirido?[editar | editar código-fonte]

Há controvérsia se o egoísmo é uma característica natural humana ou se é um hábito adquirido, como um vício moral da pessoa.

A psicologia do desenvolvimento observa que a infância se caracteriza pela passagem de uma atitude naturalmente egocêntrica - em que a criança tem por referência seu organismo e suas necessidades - para uma atitude social e interativa. Deste modo, o egoísmo seria a recusa da pessoa em deixar essa fase infantil, uma luta por manter viva a fantasia do egocentrismo.

Naturalistas, como Richard Dawkins, postulam a base natural do egoísmo a partir da tendência dos replicadores do organismo se associarem apenas segundo o interesse de passar à próxima geração de organismos. É a hipótese do gene egoísta, ou seja, de que os mecanismos genéticos de reprodução agem com fins imediatos e egoístas. O altruísmo seria uma legítima construção da cultura humana.

Visão religiosa[editar | editar código-fonte]

Visão espírita[editar | editar código-fonte]

De acordo com o Espiritismo, o egoísmo é o pior dos vícios humanos, sendo os outros derivados dele.[2] É, junto com o orgulho, o maior obstáculo ao progresso da humanidade.[3] O egoísmo é uma das imperfeições mais difíceis de se desenraizar, pois deriva da influência da matéria sobre o espírito.[4] Além disso, o egoísmo de uma pessoa frequentemente provoca o egoísmo da outra.[4]

Para se combater o egoísmo, deve-se desenvolver a caridade, pois ela é a origem de todas as virtudes. O Espiritismo afirma que desenvolvê-la e combater o egoísmo deve ser o objetivo dos esforços de cada um, para proporcionar a própria felicidade neste mundo ou no futuro.[4]

Referências

  1. «Significado de Egoísmo». Significados. 11 de fevereiro de 2014. Consultado em 16 de julho de 2019 
  2. Kardec 1857, Questão 913.
  3. Kardec 1857, Questão 785.
  4. a b c Kardec 1857, Questão 917.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Kardec, Allan (2019) [1857]. O Livro dos Espíritos. Brasília: Federação Espírita Brasileira. ISBN 9788594662910 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]