Eleição presidencial no Brasil em 1994

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1989 Brasil 1998
Eleição presidencial no Brasil em 1994
3 de outubro (turno único)
Candidato Fernando Henrique Cardoso Lula da Silva Enéas Carneiro
Partido PSDB PT PRONA
Natural de Rio de Janeiro, Rio de Janeiro Caetés, Pernambuco Rio Branco, Acre
Vice Marco Maciel
(PFL)
Aloizio Mercadante
(PT)
Roberto Gama
(PRONA)
Votos 34 364 961 17 122 127 4 671 457
Porcentagem 54,28% 27,04% 7,38%
Candidato mais votado no 1º turno por unidade federativa.

Titular
Itamar Franco
PRN

A eleição presidencial de 1994 no Brasil foi realizada em uma segunda-feira, 3 de outubro de 1994. Foi a segunda eleição presidencial do país após a promulgação da Constituição Federal de 1988. O sociólogo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) venceu no 1º turno o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 34 314 961 de votos contra 17 122 127 do oponente.[1]. O terceiro colocado foi o médico Enéas Carneiro, com 4 671 457 votos. Nesta ocasião houve a escolha de Presidente e Vice-Presidente, Governadores de Estado, Senadores (2 por Estado), Deputados Federais e Deputados Estaduais em todo o Brasil.

A disputa pela presidência contou com nove candidatos, dentre os quais, nomes da política e sociologia nacional, como Fernando Henrique Cardoso, Leonel Brizola (PDT), Enéas Carneiro (PRONA) e Lula. Este número poderia ser maior, caso Flávio Rocha (PL) não abdicasse de sua candidatura à presidência por conta do "escândalo dos bônus eleitorais" (posteriormente abandonaria a carreira política) e Caetano Matanó Júnior não tivesse a candidatura indeferida porque seu partido, o PTdoB (atual Avante), ainda não havia sido registrado no TSE, além de outros que também não tiveram seus partidos registrados, como Levy Fidelix, do PTRB e mais outros dois, de partidos que sequer viriam a ser registrados depois das eleições.[2] A campanha eleitoral foi marcada por vários acontecimentos importantes, como o lançamento de uma nova moeda (Real), a queda do Ministro da Fazenda Rubens Ricupero, a crise dos vices (suspeitas não comprovadas de corrupção sobre os vices de Lula e Fernando Henrique) e a virada nas pesquisas de intenções de voto.

O resultado desta eleição foi influenciado diretamente pelo Plano Real, um plano econômico elaborado por Fernando Henrique enquanto Ministro da Fazenda de Itamar Franco. O plano permitiu a acabar com a hiperinflação, estabilizando os preços, aumentando o poder de compra das famílias e permitindo o planejamento das ações governamentais sobre a economia e a sociedade, com a referência estável da moeda.

Contexto histórico[editar | editar código-fonte]

Governo Collor[editar | editar código-fonte]

Fernando Collor de Mello assumiu a presidência no dia 15 de março de 1990. O Brasil vivia uma forte crise econômica e sofria com uma inflação muito alta, mas a expectativa da população com o novo presidente era elevada. Collor herdou o alto índice inflacionário de 1764,8%, do governo presidencial antecessor de José Sarney. A política econômica de Collor foi de cunho neoliberal, e pretendia adotar a mínima intervenção do Estado nesse plano.[3]

Lançou o Plano Collor I, cujo objetivo era o combate à inflação herdada dos anos anteriores. Esse programa econômico previa a estabilização monetária a médio prazo, mas dependeria de algumas medidas impopulares, como o bloqueio dos ativos financeiros (movimentações da caderneta de poupança) acima de 50 mil cruzeiros. Em seguida, em 31 de janeiro de 1991, houve o Plano Collor II, que agravou as medidas anti-inflacionárias.[3]

Além dos aspectos propriamente econômicos, Collor ainda se caracterizou por ter dado início aos programas de privatização de indústrias ligadas ao setor primário, isto é, a indústria pesada (metalurgia e siderurgia), e por ter tentado dar maior flexibilidade à gestão pública dessas empresas, internacionalizando seus capitais.[4]

Em maio de 1992, uma denúncia realizada pelo próprio irmão do presidente, Pedro Collor, estarreceu o Brasil. Na ocasião, o presidente foi acusado de estar envolvido diretamente com esquemas de corrupção ligados ao tesoureiro de sua campanha, PC Farias. Após uma CPI, as relações políticas de Fernando Collor de Mello e PC Farias foram consideradas suspeitas, então instalou-se um processo de impeachment do então presidente do Brasil. Durante esse período houve uma grande participação popular que apoiava a retirada de Fernando Collor de Mello do poder. Milhares de cidadãos foram às ruas, vestiram-se e pintaram-se de verde e amarelo para protestar contra Collor, enquanto outros preferiam usar preto. O coro popular exigia o afastamento do presidente de suas funções.[5]

Collor tentou se preservar renunciando, mas não deu certo. Seu impeachment foi consolidado, ele perdeu o cargo de presidente do Brasil e também seus direitos políticos por oito anos. Fato histórico, já que esse foi o nosso primeiro presidente eleito de maneira democrática após três décadas de governo Jânio Quadros, João Goulart, ditadura militar e transição para a democracia, sendo que foi afastado de maneira democrática e não por meios como golpes, por exemplo. Em 29 de dezembro de 1992, Itamar Franco foi oficialmente efetivado como presidente do Brasil.[5]

O vice-presidente, Itamar Franco, resguardou-se da situação manifestando não estar envolvido e desfiliando-se do partido do presidente, o PRN (atual Agir). Em 29 de setembro de 1992, Collor foi afastado provisoriamente da presidência e Itamar Franco assumiu. No Congresso, o impeachment foi aprovado por 441 a 38 votos e, no Senado, por 76 a 3.[5]

Governo Itamar[editar | editar código-fonte]

Empossado em dezembro de 1992, o novo presidente do Brasil teve como primeira missão realizar um plebiscito previsto pela Constituição de 1988. Na votação, a população iria decidir qual forma de governo deveria ser adotada no país. Ao fim da contagem, a República presidencialista acabou sendo preservada com mais da metade dos votos válidos.[6] Enquanto isso, as questões econômicas continuavam a alarmar a população como um todo.

No final de 1993, uma nova equipe econômica foi formada sob a liderança de Fernando Henrique Cardoso, sociólogo que então assumia o Ministério da Fazenda. No dia 28 de fevereiro de 1994, o governo anunciou o Plano Real, posto como mais uma tentativa realizada em prol da recuperação da economia e o combate imediato de nossas taxas inflacionárias.[7]

Influência do Plano Real[editar | editar código-fonte]

Em maio de 1993, o presidente Itamar Franco nomeou Fernando Henrique Cardoso para o Ministério da Fazenda. Em agosto houve a culminância de uma nova reforma monetária no Brasil, planejada desde o Governo Collor (1990-1992), com o lançamento do Cruzeiro Real. A inflação continuou em alta nos meses que se seguiram, levando a equipe do Ministério da Fazenda a elaborar um novo plano, eficiente e duradouro, o Plano Real. Utilizou-se de diversos instrumentos econômicos e políticos, sob comando de vários economistas, reunidos pelo então Ministro Fernando Henrique. A inflação registrada em moeda nacional continuava em ascensão, porém, a inflação na moeda escritural do governo (URV, que tinha paridade ao dólar) dava sinais de contenção. Com o apoio irrestrito do presidente Itamar Franco, o Ministro da Fazenda tornou-se o homem mais forte e poderoso do governo, com poder de limitar gastos públicos, e candidato natural à sucessão presidencial.[8][9][10][11]

Campanha Presidencial[editar | editar código-fonte]

Março[editar | editar código-fonte]

Fernando Henrique demite-se do Ministério da Fazenda para concorrer à Presidência da República, assumindo em seu lugar Rubens Ricupero. O presidente Itamar Franco não possuía candidato para as eleições de outubro, e a possibilidade de o Plano Real não avançar com outro presidente era muito grande. Outros planos haviam sido criados e usados anteriormente como arma eleitoral e não vingaram. Em ritual previamente acertado, Fernando Henrique aceita a candidatura oferecida pelo PSDB. Na despedida oficial do Ministério da Fazenda, ele apresentou a arte das notas da nova moeda, com previsão para entrar em circulação em 1º de julho.[8][12]

Se o partido coloca em minhas mãos a bandeira da vitória, eu vou empunhá-la!
— FHC em cerimônia no Congresso, previamente acertada pelo PSDB[13]

Abril[editar | editar código-fonte]

As pesquisas de intenção de voto indicavam vitória de Lula (PT) com 40%, e pouco mais de 12% para Fernando Henrique (PSDB). Os tucanos procuraram acertar uma coligação pequena, de maneira a ajudar o PSDB ganhar votos onde não possuía força política e também que não comprometesse o futuro governo (no caso de vitória). Fernando Henrique abandonou o PMDB em 1988 junto com outros colegas para formar um partido com características diferentes, principalmente sem o fisiologismo típico do Governo Sarney.[8][12]

Maio[editar | editar código-fonte]

Ocorre a celebração da coligação entre PSDB, PFL (atual União Brasil) e PTB (atual PRD) para as eleições de outubro. Fernando Henrique buscava se fortalecer no Nordeste, onde o PFL poderia ajudá-lo na campanha, tentando evitar perder por falta de apoio e/ou por pequena diferença de votos, como ocorreu nas eleições de 1985, quando disputou a Prefeitura de São Paulo e perdeu para Jânio Quadros. A coligação PSDB/PFL foi muito criticada e FHC muito questionado sobre a ideologia do PFL (que teria sido base governista durante o regime militar). Nos estados da Bahia e do Maranhão a coligação foi composta por políticos inimigos. Sérgio Motta, José Serra e até mesmo o Presidente Itamar Franco eram contra a aliança com o PFL.

As pesquisas de intenção de voto indicavam vitória de Lula (PT) com 41%, e pouco mais de 17% para Fernando Henrique (PSDB). Anos mais tarde, FHC revelou que pensara em desistir no mês de maio porque achou que não seria possível angariar todos os votos que precisava para vencer, no tempo de campanha restante.[8][12]

Junho[editar | editar código-fonte]

Lula concedeu entrevista para explicar por que não apoiava o Plano Real, e alertou sobre a possibilidade de o plano estar sendo usado como mecanismo publicitário e arma eleitoral. O Partido dos Trabalhadores recusou-se a apoiar o Plano Real desde o seu começo; contudo, sua bancada apoiou as dotações orçamentárias para a saúde e educação previstas pela equipe econômica do governo.[8] No decorrer do mês surgiram denúncias de emendas parlamentares e aposentadoria especial irregulares contra o Senador José Paulo Bisol, candidato a vice-presidente pelo PSB em coligação com o PT. Aloísio Mercadante substituiu Bisol na chapa.[14] No final do mês, com a proximidade do lançamento da nova moeda e a perspectiva de redução da inflação futura, e possivelmente pela rejeição de Lula ao Plano Real, as pesquisas de intenção de voto deram empate técnico entre Lula (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) com cerca de 30% dos votos.[8][12]

[…] O PT tem uma avaliação de que esse plano econômico é um estelionato eleitoral […]
— Lula em entrevista[15]

Julho[editar | editar código-fonte]

A nova moeda é lançada e estabiliza os preços, tornando-se o mote da campanha de Fernando Henrique. A moeda de 50 centavos ganhou destaque na propaganda eleitoral na TV, com seu poder de compra de inúmeros produtos da cesta básica. Fernando Henrique toma café em público numa padaria do Rio de Janeiro e utiliza a nova moeda; muitos políticos o acompanham e até o abraçam. Muitos eleitores indecisos estariam decidindo pelo candidato do Plano Real, e Fernando Henrique assume a liderança nas pesquisas.[8][12]

Moedas da Unidade Real de Valor, lançadas em 1º de julho como Real.

Agosto[editar | editar código-fonte]

Uma pesquisa mostra que 70% dos eleitores de Lula se diziam favoráveis ao Plano Real. Na pesquisa do dia 30, Fernando Henrique possui 40% das intenções de voto, contra 22% de Lula. No dia 2 surgiram denúncias de esquema de corrupção com empreiteiras contra o Senador Guilherme Palmeira, candidato a vice-presidente pelo PFL. Marco Maciel substituiu Palmeira na chapa.[8][12][14] Posteriormente, vários veículos de comunicação perderam ação judicial movida pelo Senador Bisol e tiveram de indenizá-lo.[16][17]

O preço do pãozinho está comemorando o seu primeiro aniversário. Faz 1 mês que ele não muda. Feliz aniversário pãozinho! Bom começo Brasil!
— Campanha de FHC

 em 1º de agosto, no rádio e televisão

Setembro[editar | editar código-fonte]

O Ministro da Fazenda Rubens Ricupero concede entrevista, ao vivo, ao Jornal da Globo. Momentos antes da entrevista, nos ajustes de câmera e microfone, o ministro admitiu um comportamento tendencioso do governo a favor de Fernando Henrique. A conversa com o jornalista Carlos Monforte era informal e foi captada pelas residências sintonizadas no canal privativo de serviço da Rede Globo. O fato ficou conhecido como o escândalo da parabólica.[18] O governador do Ceará, Ciro Gomes (PSDB), substituiu Ricupero no cargo, após sua renúncia. Mesmo com o abalo ético, Fernando Henrique atinge 46% das intenções de voto.[8][12]

No fundo é isso mesmo. Eu não tenho escrúpulos! Eu acho que é isso mesmo, o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde!…
— Rubens Ricupero, no dia 1º de setembro, nos estúdios de Brasília

 extraído do sinal aberto da TV Globo, disponível no YouTube

… um momento de fraqueza me levou a dizer palavras que não refletem o que penso, nem o que sinto…
— Rubens Ricupero, no dia 6 de setembro, ao deixar o Ministério da Fazenda

 Jornal Nacional, TV Globo

… A queda do Ministro Ricupero traz ao país inteiro a preocupação com o futuro do Real […] É preciso que todos os brasileiros se juntem para garantir o Real…
— FHC

 Campanha eleitoral de 6 de setembro, no rádio e televisão

Outubro[editar | editar código-fonte]

As eleições ocorreram durante a segunda-feira, 3 de outubro. O presidente Itamar Franco, ao sair de casa para votar, foi aplaudido nas ruas pelo combate e vitória sobre a inflação. Ao seu lado inúmeros políticos mineiros. Fernando Henrique votou pela manhã em São Paulo, repetindo inúmeras vezes o gesto-símbolo de sua campanha, a mão aberta; ao seu lado estavam familiares, amigos e políticos paulistas. Lula votou repetindo o gesto das eleições de 1989, beijo à cédula (não havia urna eletrônica e o voto era escrito em cédula de papel). Fernando Henrique Cardoso recebeu 34 350 217 votos contra 17 112 255 de Luiz Inácio Lula da Silva, vencendo-o no 1º turno. O PSDB elegeu inúmeros parlamentares e os governadores dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará.[1]

O candidato Enéas Carneiro (PRONA, incorporado ao PL em 2006) conseguiu 4 670 894 de votos em todo país, quase que o total de votos de Orestes Quércia e Leonel Brizola juntos. Enéas Carneiro ficou famoso nas eleições de 1989 por apresentar seu programa de governo e transmitir suas ideias de renovação política de maneira hiperdinâmica, além de dizer seu nome e número em apenas 15 segundos no horário político gratuito de rádio e televisão destinado ao seu partido. Concluía sempre de forma enfática dizendo o que se tornou um bordão: "Meu nome é Enéas, 56!"[19]

Candidatos[editar | editar código-fonte]

União, Trabalho e Progresso (PSDB, PFL, PTB)[editar | editar código-fonte]

Fernando Henrique Cardoso
Marco Maciel
Para presidente
Para vice-presidente
Senador por São Paulo
(1983-1992)
Senador por Pernambuco
(1983-1995)

Itamar Franco escolheu o seu ministro da Fazenda, Fernando Henrique, que relutava em candidatar-se. Como a possibilidade do plano não avançar com outro presidente era grande, ele acabou concordando em ser candidato.[20]

Além dele, outros sete candidatos disputaram a Presidência da República.[21] Seu principal concorrente foi Lula, que havia se tornado o favorito após o impeachment de Fernando Collor em dezembro de 1992. Até junho de 1994, o petista liderou todas as pesquisas de intenções de votos. Com a crescente aceitação popular ao Plano Real, que passou a vigorar em julho de 1994, FHC passou a liderar as pesquisas realizadas até a eleição. O plano e a estabilização dos preços tornaram-se a principal defesa de sua campanha.[21]

Além do PSDB, recebeu o apoio formal do Partido da Frente Liberal (PFL) e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). O candidato a vice-presidente foi escolhido pelo PFL, que indicou o senador alagoano Guilherme Palmeira, mas denúncias de um esquema de corrupção com empreiteiras forçaram sua substituição. Palmeira foi substituído pelo senador pernambucano Marco Maciel.[22] As candidaturas de FHC e Maciel tiveram como símbolo da campanha a mão aberta, que indicava as cinco prioridades em um eventual governo tucano: emprego, saúde, agricultura, segurança e educação.[23]

Frente Brasil Popular pela Cidadania (PT, PSB, PPS, PV, PCdoB, PCB, PSTU)[editar | editar código-fonte]

Luiz Inácio Lula da Silva
Aloizio Mercadante
Para presidente
Para vice-presidente
Deputado federal por São Paulo
(1987-1991)
Deputado federal por São Paulo
(1991-1995)

Em 1993, Lula percorreu o país na "Caravana da Democracia", viajando a 23 estados, com vistas a pavimentar sua segunda candidatura presidencial. Em seus discursos, focava nas necessidades dos pobres e afirmava que a classe política era descolada de suas demandas.[24] O candidato do PT comandou as pesquisas de opinião com folga até meados de 1994, quando o sucesso do Plano Real – que Lula menosprezava e classificava como estelionato eleitoral – fortaleceu a candidatura de Fernando Henrique Cardoso, ministro da Fazenda que foi lançado como o candidato governista.[25] No primeiro turno, FHC foi eleito com 54,3% dos votos, ante os 27% de Lula. A derrota avassaladora da candidatura petista era inconcebível dois anos antes, sendo a vitória de FHC atribuída ao sucesso do Plano Real.[26]


Nota: a tabela a seguir está organizada por ordem alfabética de candidatos.

Presidente Cargo político anterior Vice-presidente Coligação Número eleitoral Tempo de horário eleitoral
Candidato Partido Candidato Partido
Carlos Antônio Gomes
(Campanha)
  PRN Sem
cargo
político
anterior
Dílton Carlos Salomoni   PRN Sem
coligação
36
Enéas Carneiro
(Campanha)
  PRONA Sem
cargo
político
anterior
Roberto Gama e Silva   PRONA Sem
coligação
56 1 minuto e 16 segundos
Esperidião Amin
(Campanha)
PPR Senador
por
Santa Catarina
(1991-1999)
Gardênia Gonçalves PPR Sem
coligação
11 4 minutos e 12 segundos
Fernando Henrique Cardoso
(Campanha)
  PSDB Ministro
da
Fazenda

(1993-1994)
Marco Maciel   PFL União, Trabalho e Progresso
(PSDB, PFL, PTB)
45 8 minutos e 10 segundos
Hernani Fortuna
(Campanha)
  PSC Sem
cargo
político
anterior
Vítor Jorge Abdala Nósseis   PSC Sem
coligação
20
Leonel Brizola
(Campanha)
  PDT Governador
do
do Rio de Janeiro
(1991-1994)
Darcy Ribeiro   PDT Força do Povo
(PDT, PMN)
12 2 minutos e 45 segundos
Luiz Inácio Lula da Silva
(Campanha)
  PT Deputado
por
São Paulo
(1987-1991)
Aloizio Mercadante   PT Frente Brasil Popular pela Cidadania
(PT, PSB, PPS, PV, PCdoB, PCB, PSTU)
13 3 minutos e 45 segundos
Orestes Quércia
(Campanha)
  PMDB Governador
de
São Paulo
(1987-1991)
Iris de Araújo   PMDB Desenvolvimento do Brasil
(PMDB, PSD)
15 6 minutos e 30 segundos

Candidaturas indeferidas[editar | editar código-fonte]

Nota: a tabela a seguir está organizada por ordem alfabética de candidatos.

Presidente Cargo político anterior Vice-presidente Coligação Número eleitoral
Candidato Partido Candidato Partido
Aldenoura de Sá Porto   PBDDM Sem
cargo
politíco
anterior
Nina Maria Alexin   PBDDM Sem
coligação
19
Caetano Matanó Júnior   PTdoB Sem
cargo
político
anterior
Rafael Francisco   PTdoB Sem
coligação
70
Flávio Rocha   PL Deputado
pelo
Rio Grande do Norte
(1986-1994)
Jadihel Loredo Júnior   PL Sem
coligação
22
José Feliciano Coelho   PNSDC Sem
cargo
politíco
anterior
Geralda Feliciano Coelho   PNSDC Sem
coligação
??
Levy Fidelix   PTRB Sem
cargo
político
anterior
Cícero Alves Cavalcante   PTRB Sem
coligação
17
Walter Queiroz   PRN Sem
cargo
político
anterior
Dílton Carlos Salomoni   PRN Sem
coligação
36

Debates televisionados[editar | editar código-fonte]

Nesta eleição três debates foram realizados,sendo dois promovidos pela Rede Manchete e um pela Band.[27]

Resultado[editar | editar código-fonte]

Candidato(a) Vice Primeiro turno
3 de outubro de 1994
Votação
Fonte: TSE
Total Percentagem
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) Marco Maciel (PFL) 34 364 961 54,28%
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Aloizio Mercadante (PT) 17 122 127 27,04%
Enéas Carneiro (PRONA) Roberto Gama (PRONA) 4 671 457 7,38%
Orestes Quércia (PMDB) Iris de Araújo (PMDB) 2 772 121 4,38%
Leonel Brizola (PDT) Darcy Ribeiro (PDT) 2 015 836 3,18%
Esperidião Amin (PPR) Gardênia Gonçalves (PPR) 1 739 894 2,75%
Carlos Antônio Gomes (PRN) Dílton Carlos Salomoni (PRN) 387 738 0,61%
Hernani Fortuna (PSC) Vítor Nósseis (PSC) 238 197 0,38%
Total de votos válidos 63 312 331 81,22%
Votos em branco 7 192 116 9,23%
Votos nulos 7 444 017 9,55%
Total 77 948 464 82,23%
Abstenções 16 834 339 17,77%
Eleitores aptos a votar 94 782 803 59,11%
População nacional estimada 160 260 507 100%
  Eleito
Apuração por unidade federativa      Fernando Henrique (25)      Lula da Silva (2)
Eleição Presidencial 1994
Partido Candidato Votos Votos (%)
  PSDB FHC 34 364 961
 
54,28%
  PT Lula 17 122 127
 
27,04%
  PRONA Enéas 4 671 457
 
7,38%
  PMDB Quércia 2 772 121
 
4,38%
  PDT Brizola 2 015 836
 
3,18%
  PPR Espiridião 1 739 894
 
2,75%
  PRN Gomes 387 738
 
0,61%
  PSC Hernani 238 197
 
0,38%
Totais 63 312 331  
… eu vou entrar no Palácio com muita esperança, não por entrar num palácio, mas por sentir que, palácios hoje, ou ouve muito de perto as ruas, ou são casas vazias…
— Fernando Henrique em entrevista após a vitória

 Retrospectiva 1994, Rede Globo

Por estado[editar | editar código-fonte]

  Vitória de Fernando Henrique Cardoso
  Vitória de Luiz Inácio Lula da Silva
Estado[28] Eleitorado Abstenção % FHC % Lula % Enéas % Outros % Votos brancos % Votos nulos %
 Acre 263 162 56 769 21,57% 90 132 54,01% 39 656 23,76% 12 636 7,57% 24 461 14,66% 23 843 11,55% 15 665 7,59%
 Alagoas 1 156 990 177 923 15,38% 525 036 76,18% 84 929 12,32% 31 131 4,52% 48 069 6,98% 130 622 13,34% 159 280 16,27%
 Amapá 197 171 54 545 27,66% 76 397 59,11% 34 623 26,79% 11 727 9,07% 6 505 5,03% 6 777 4,75% 6 597 4,63%
 Amazonas 1 106 006 306 465 27,71% 419 742 60,50% 161 390 23,26% 59 444 8,57% 53 265 7,67% 47 272 5,91% 58 428 7,31%
Bahia Bahia 7 031 624 1 875 244 26,67% 1 951 179 52,40% 1 310 823 35,20% 164 451 4,42% 297 437 7,98% 717 319 13,91% 715 171 13,87%
 Ceará 4 006 533 881 748 22,01% 1 517 698 61,19% 669 425 26,99% 74 382 3,00% 218 908 8,82% 401 514 12,85% 242 858 7,77%
 Distrito Federal 1 062 247 147 069 13,85% 315 106 38,69% 364 541 44,76% 79 237 9,73% 55 554 6,82% 36 597 4,00% 64 143 7,01%
 Espírito Santo 1 710 729 294 919 17,24% 714 958 60,04% 331 798 27,86% 79 532 6,68% 64 534 5,42% 113 816 8,04% 111 172 7,85%
 Goiás 2 622 097 500 218 19,08% 1 171 550 67,48% 322 907 18,60% 93 314 5,37% 148 358 8,55% 199 622 9,41% 186 128 8,77%
 Maranhão 2 615 445 798 266 30,52% 785 417 62,25% 292 057 23,15% 72 687 5,76% 111 554 8,84% 349 663 19,24% 205 801 11,33%
 Mato Grosso 1 279 042 342 260 26,76% 495 956 64,29% 147 307 19,10% 40 304 5,22% 87 846 11,39% 69 570 7,43% 95 799 10,23%
 Mato Grosso do Sul 1 161 054 213 895 18,42% 512 527 63,59% 179 296 22,25% 49 527 6,15% 64 600 8,01% 64 704 6,83% 76 505 8,08%
 Minas Gerais 10 559 739 1 722 478 16,31% 4 536 780 64,82% 1 532 740 21,90% 478 926 6,84% 450 401 6,44% 958 568 10,85% 879 846 9,96%
Pará Pará 2 783 131 914 818 32,87% 809 793 54,53% 453 794 30,56% 115 955 7,81% 105 410 7,10% 220 796 11,82% 162 565 8,70%
 Paraíba 2 091 506 471 857 22,56% 761 876 63,05% 311 142 25,75% 44 088 3,65% 91 302 7,55% 219 564 13,56% 191 677 11,83%
 Paraná 5 746 397 1 002 593 17,45% 2 382 093 60,33% 898 231 22,75% 256 071 6,49% 412 155 10,43% 459 499 9,69% 335 755 7,08%
 Pernambuco 4 467 948 943 966 21,13% 1 381 756 53,81% 949 865 36,99% 99 061 3,86% 136 989 5,34% 475 211 13,49% 481 100 13,65%
 Piauí 1 631 161 363 008 22,25% 476 404 51,51% 296 077 32,01% 27 083 2,93% 125 360 13,55% 147 630 11,64% 195 599 15,42%
 Rio de Janeiro 9 129 373 1 385 814 15,18% 3 102 664 47,18% 1 689 772 25,69% 767 702 11,67% 1 016 170 15,46% 474 505 6,13% 692 746 8,95%
 Rio Grande do Norte 1 491 112 236 988 15,89% 606 681 64,29% 227 252 24,08% 41 383 4,39% 68 317 7,24% 171 304 13,66% 139 187 11,10%
 Rio Grande do Sul 6 296 021 746 740 11,86% 1 422 390 29,57% 1 610 379 33,48% 450 153 9,36% 1 327 538 27,59% 436 171 7,86% 302 650 5,45%
 Rondônia 692 067 211 747 30,60% 259 418 63,36% 89 838 21,94% 25 811 6,30% 34 395 8,40% 41 357 8,61% 29 501 6,14%
 Roraima 119 888 25 986 21,68% 60 693 71,64% 11 575 13,66% 7 313 8,63% 5 133 6,07% 4 112 4,38% 5 076 5,41%
 Santa Catarina 3 157 290 416 859 13,20% 789 001 33,20% 630 999 26,55% 162 721 6,85% 793 692 33,40% 189 151 6,90% 174 867 6,38%
 São Paulo 20 774 991 2 361 743 11,37% 8 679 287 55,74% 4 205 530 27,01% 1 380 690 8,87% 1 304 816 8,38% 1 087 432 5,91% 1 755 493 9,53%
 Sergipe 942 246 163 619 17,36% 270 984 47,37% 211 320 36,94% 32 999 5,77% 56 739 9,92% 94 294 12,11% 112 291 14,42%
 Tocantins 648 073 204 873 31,61% 234 699 68,03% 54 989 15,94% 12 566 3,64% 42 759 12,39% 50 943 11,49% 47 244 10,66%
Mundo Exterior 39 367 11 536 29,30% 14 744 55,23% 9 872 36,98% 563 2,11% 1 519 5,68% 260 0,93% 873 3,14%
Total 94 782 803 16 834 339 17,77% 34 364 961 54,28% 17 122 127 27,04% 4 671 457 7,38% 7 153 786 11,30% 7 192 116 9,23% 7 444 017 9,55%

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

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Ligações externas[editar | editar código-fonte]