Eleições estaduais no Tocantins em 2010

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2006 Brasil 2014
Eleições estaduais no  Tocantins em 2010
3 de outubro de 2010
(Decisão em primeiro turno)
Candidato Siqueira Campos Carlos Gaguim
Partido PSDB PMDB
Natural de Crato, CE Ceres, GO
Vice João Oliveira Valderez Castelo Branco
Votos 349.592 342.429
Porcentagem 50,52% 49,48%
Candidato mais votado por município no 1º turno (139):
  Carlos Gaguim (76)
  Siqueira Campos (63)

As eleições estaduais no Tocantins em 2010 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições gerais em 26 estados e no Distrito Federal. Foram eleitos o governador Siqueira Campos, o vice-governador João Oliveira, os senadores João Ribeiro e Vicentinho Alves, além de oito deputados federais e vinte e quatro deputados estaduais.[1]

O processo sucessório tocantinense foi antecipado ante a cassação do governador Marcelo Miranda e do vice-governador Paulo Sidney por decisão do Tribunal Superior Eleitoral em 26 de setembro de 2009 graças a uma ação de impugnação de mandato eletivo impetrada pela coligação que apoiou Siqueira Campos.[2] Ao propor a ação, a coligação derrotada queria assumir o poder com assentimento judicial tal como ocorrera naquele mesmo ano na Paraíba e no Maranhão,[2] entretanto a intenção de Siqueira Campos de voltar ao Palácio Araguaia falhou graças ao entendimento da Justiça Eleitoral segundo o qual o sucessor do governador cassado deveria ser escolhido pela Assembleia Legislativa do Tocantins, pois a vitória de Marcelo Miranda em 2006 aconteceu em primeiro turno.[3]

Graças à tese descrita acima, os deputados estaduais elegeram Carlos Henrique Gaguim para governar o estado. Natural de Ceres (GO), ele começou sua carreira política pelo PTB ao eleger-se vereador em Palmas em 1992 e 1996. Diplomado em Administração de Empresas na Universidade Luterana do Brasil[4] com pós-graduação em Políticas Públicas e Soberania Nacional e em Políticas Públicas de Meio Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins,[4] Carlos Henrique Gaguim foi eleito deputado estadual em 1998 e ao migrar para o PMDB foi reeleito em 2002 e 2006. Presidente do legislativo estadual à época da cassação de Marcelo Miranda, foi escolhido governador a seguir.

Na eleição direta a vitória foi de Siqueira Campos. Nascido em Crato (CE), ele começou na política em 1964 como vereador em Colinas do Tocantins chegando a presidir a Câmara Municipal. Filiado à ARENA e ao PDS, elegeu-se deputado federal por Goiás em 1970, 1974, 1982 e 1986, quando já estava no PDC.[5][nota 1] Como parlamentar, lutou pela criação do Tocantins, estado onde foi eleito governador em 1988, 1994 e 1998, obtendo agora, via PSDB, o quarto mandato frente ao Palácio Araguaia tendo João Oliveira como vice-governador. Pouco antes das eleições de 2014, eles renunciaram aos mandatos entregando o poder ao deputado Sandoval Cardoso.[6][7]

Resultado da eleição para governador[editar | editar código-fonte]

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins, houve 692.021 votos nominais, assim distribuídos:[8]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Siqueira Campos
PSDB
João Oliveira
DEM
45
Tocantins levado a sério
(PSDB, DEM, PTB, PR, PSC, PV, PTN, PRB, PRTB, PMN, PTC, PTdoB)
349.592
50,52%
Carlos Henrique Gaguim
PMDB
Valderez Castelo Branco
PP
15
Força do povo
(PMDB, PP, PT, PDT, PPS, PSB, PSL, PSDC, PHS, PRP, PCdoB)
342.429
49,48%
  Eleito

Biografia dos senadores eleitos[editar | editar código-fonte]

João Ribeiro[editar | editar código-fonte]

Na eleição para senador foi reeleito o empresário João Ribeiro. Natural de Campo Alegre de Goiás, comandou o Sindicato dos Garimpeiros responsável pelos estados do Pará, Maranhão e Goiás. Eleito vereador de Araguaína pelo PDS em 1982 e deputado estadual pelo PFL goiano em 1986, alcançou a prefeitura de Araguaína em 1988. Eleito deputado federal pelo Tocantins em 1994 e 1998, afastou-se para auxiliar o governador Siqueira Campos como Secretário de Turismo, Secretário de Governo e Secretário de Justiça.[9] Eleito senador em 2002, renovou o mandato pelo PR este ano.[10] Sua morte levou à efetivação do suplente Ataídes Oliveira.

Vicentinho Alves[editar | editar código-fonte]

A segunda vaga senatorial foi entregue ao ex-governador Marcelo Miranda, porém sua votação foi anulada graças aos efeitos da Lei da Ficha Limpa e assim Vicentinho Alves herdou a cadeira. Nascido em Porto Nacional, elegeu-se prefeito de sua cidade natal pelo PDT em 1988, ano em que foi escolhido presidente da Associação Tocantinense de Municípios.[11] Derrotado na eleição para senador em 1994, foi eleito deputado estadual pelo PFL em 1998 e 2002, presidiu depois a Assembleia Legislativa do Tocantins. Aliado de Siqueira Campos, foi eleito deputado federal pelo PSDB em 2006, migrando para o PL no curso do mandato. Com a criação do PR, foi eleito senador pelo partido.[12]

Resultado da eleição para senador[editar | editar código-fonte]

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins, houve 1.341.660 votos nominais, assim distribuídos:.[8]

Candidatos a senador da República
Primeiro suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
João Ribeiro
PR
Ataídes Oliveira
PSDB
221
Tocantins levado a sério
(PSDB, DEM, PTB, PR, PSC, PV, PTN, PRB, PRTB, PMN, PTC, PTdoB)
375.090
27,96%
Marcelo Miranda
PMDB
Eudoro Pedroza
PT
151
Força do povo
(PMDB, PP, PT, PDT, PPS, PSB, PSL, PSDC, PHS, PRP, PCdoB)
340.931
25,41%
Vicentinho Alves
PR
João Costa
PSDB
222
Tocantins levado a sério
(PSDB, DEM, PTB, PR, PSC, PV, PTN, PRB, PRTB, PMN, PTC, PTdoB)
332.295
24,77%
Paulo Mourão
PT
Elvio Quirino
PCdoB
131
Força do povo
(PMDB, PP, PT, PDT, PPS, PSB, PSL, PSDC, PHS, PRP, PCdoB)
293.344
21,86%
  Eleitos
  Impugnado pela Lei da Ficha Limpa

Deputados federais eleitos[editar | editar código-fonte]

São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[13][14]

Representação eleita

  DEM: 2
  PMDB: 1
  PSDB: 1
  PDT: 1
  PP: 1
  PPS: 1
  PSB: 1
Número Deputados federais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
1570 Júnior Coimbra PMDB 69.372 9,53% Filadélfia  Tocantins
4555 Eduardo Gomes PSDB 49.455 6,79% Estância  Sergipe
1234 Ângelo Agnolin PDT 47.542 6,53% Palmeira das Missões  Rio Grande do Sul
1145 Lázaro Botelho PP 41.888 5,75% Loreto  Maranhão
2323 César Halum PPS 39.827 5,47% Anápolis  Goiás
4040 Laurez Moreira[nota 2] PSB 39.658 5,45% Dueré  Tocantins
2510 Irajá Abreu DEM 39.301 5,40% Goiânia  Goiás
2580 Dorinha Rezende DEM 38.233 5,25% Goiânia  Goiás

Deputados estaduais eleitos[editar | editar código-fonte]

Estavam em jogo 24 cadeiras na Assembleia Legislativa do Tocantins.[1]

Representação eleita

  PMDB: 6
  PR: 4
  PPS: 3
  PT: 3
  DEM: 2
  PSDB: 2
  PV: 1
  PTB: 1
  PSB: 1
  PP: 1
Fonteː[1]
Número Deputados estaduais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
15222 Sandoval Cardoso PMDB 27.072 3,66% Goiânia  Goiás
22022 Luana Ribeiro PR 25.888 3,50% Goiânia  Goiás
43123 Marcelo Lelis PV 24.556 3,32% Inhumas  Goiás
15123 Josi Nunes PMDB 24.405 3,30% Porto Nacional  Tocantins
23222 Eduardo do Dertins PPS 23.310 3,15% Cravinhos  São Paulo
13300 Solange Duailibe PT 20.940 2,83% São Miguel do Araguaia  Goiás
15700 Vilmar do Detran PMDB 18.464 2,49% Nazário  Goiás
15153 Iderval Silva PMDB 15.775 2,13% Anápolis  Goiás
15000 Eli Borges PMDB 15.685 2,12% Ipameri  Goiás
15111 José Augusto Pugliesi PMDB 15.415 2,08% Goiânia  Goiás
14000 José Geraldo PTB 15.119 2,04% Tiros  Minas Gerais
40100 Wanderlei Barbosa PSB 14.573 1,97% Porto Nacional  Tocantins
11610 Raimundo Palito PP 14.045 1,90% Exu  Pernambuco
22111 José Bonifácio PR 13.578 1,83% Tocantinópolis  Tocantins
22333 Amélio Cayres PR 13.227 1,79% Érico Cardoso Bahia Bahia
23200 Sargento Aragão PPS 13.159 1,78% Sertânia  Pernambuco
23400 Manoel Queiroz PPS 13.053 1,76% Praia Norte  Tocantins
25111 Toinho Andrade DEM 11.846 1,60% Porto Nacional  Tocantins
22223 Stalin Bucar PR 11.006 1,49% Tocantínia  Tocantins
25100 Osires Damaso DEM 10.413 1,41% Campinorte  Goiás
13613 Amália Santana PT 9.085 1,23% Itaberaí  Goiás
45555 Freire Júnior PSDB 8.319 1,12% Goiânia  Goiás
45115 Raimundo Moreira PSDB 8.204 1,11% Nazaré  Tocantins
13456 Zé Roberto PT 6.542 0,88% Pirenópolis  Goiás

Notas

  1. Além de vencer as quatro eleições mencionadas, Siqueira Campos foi eleito suplente em 1978 sendo efetivado com a morte de José de Assis num acidente de avião em Iturama (MG) no dia 14 de outubro de 1979.
  2. Após ser eleito prefeito de Gurupi em 2012, foi substituído por Osvaldo Reis.

Referências

  1. a b c BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  2. a b «Acervo digital de Veja». Consultado em 4 de setembro de 2015. Arquivado do original em 19 de novembro de 2013 
  3. «Acervo digital da Folha de S.Paulo». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  4. a b «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Carlos Henrique Gaguim». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  5. «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Siqueira Campos». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  6. «Por 7 mil votos, Siqueira Campos vence eleição para governador de Tocantins. (folha.com)». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  7. «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado João Oliveira». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  8. a b «Banco de dados do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  9. «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado João Ribeiro». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  10. «Senado Federal do Brasil: senador João Ribeiro». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  11. «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Vicentinho Alves». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  12. «Senado Federal do Brasil: senador Vicentinho Alves». Consultado em 4 de setembro de 2015 
  13. «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 4 de setembro de 2015. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013 
  14. «BRASIL. Presidência da República: Lei nº 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 4 de setembro de 2015