Ernesto Frederico Scheffel

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Ernesto Frederico Scheffel
Nascimento 8 de outubro de 1927
Campo Bom, Rio Grande do Sul, Brasil
Morte 16 de julho de 2015 (87 anos)
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Ernesto Frederico Scheffel (Campo Bom, 8 de outubro de 1927Porto Alegre, 16 de julho de 2015) foi um pintor, restaurador e compositor brasileiro.[1]

Vida[editar | editar código-fonte]

Dois retratos

É descendente de imigrantes alemães, oriundos de Berghausen, na Vestfália. Aos oito anos de idade sua família mudou-se para o bairro Hamburgo Velho, em Novo Hamburgo, onde recebeu as primeiras noções de pintura a óleo sobre madeira.

Em 1941 iniciou os estudos na Escola Técnica Parobé, como aluno interno e bolsista, e no Instituto de Belas Artes, em Porto Alegre, tendo sido aluno de João Fahrion, Angelo Guido, Fernando Corona, José Lutzenberger, João Cândido Canal e Benito Castañeda, entre outros.[2] Em 1948 participou do II Salão Militar de Artes Plásticas, no Clube Militar do Rio de Janeiro, onde recebeu Medalha de Ouro.[3]

Evento na Fundação Scheffel, com obra do artista ao fundo.

Em 1950 viajou para o Rio de Janeiro, com bolsa de estudos por seis meses, mas acabou permanecendo por oito anos. Em 1958 ganhou o premio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Belas Artes. Em 1959, Scheffel viajou à Florença, na Itália. Quando retornou a Novo Hamburgo, teve problemas para trazer suas obras, por este motivo a prefeitura municipal instituiu em 4 de outubro de 1979, através do decreto legislativo 236/79, a Fundação Ernesto Frederico Scheffel, com autonomia jurídica e administrativa. Na fundação, suas obras estão em exposição permanente. O acervo é composto de 385 obras. [2][4]

Scheffel residiu na província de Lucca,na cidade de Fabbriche di Vergemoli, na aldeia de Vallico Sotto a 118 quilômetros de Florença, na Itália. Morreu aos 87 anos, em Porto Alegre, em decorrência de um câncer de via biliar.[5][2]

Arte[editar | editar código-fonte]

Seu estilo incorpora referências antigas e contemporâneas na construção das cenas e composições, mas a construção das figuras é principalmente acadêmica e classicista. Isso o afastou das vanguardas e também tem deixado sua obra bastante à margem do interesse da crítica recente.[2][6] Não obstante, é um consenso considerá-lo um dos principais nomes da arte gaúcha. Angelo Reinheimer, curador da Fundação, disse que "contribuir com a arte contemporânea não foi uma das preocupações de Scheffel, pelo contrário, buscou através da alta qualidade técnica imprimir um caráter atemporal à sua obra, passando ao largo dos modismos e das influências do seu tempo. Também cabe ressaltar, a enorme versatilidade de Scheffel tanto nas temáticas, como na diversidade técnica da sua obra".[7]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Um dos espaços da Fundação Scheffel.

Em 2004 o artista foi agraciado com o título de Cidadão de Novo Hamburgo.[8] Ao falecer em 2015 a Secretaria de Cultura de Novo Hamburgo organizou um concerto em sua memória e a Prefeitura decretou luto oficial.[9][10] A Fundação Scheffel desenvolve um diversificado trabalho de preservação do seu legado e é um importante centro cultural. Em 2018, comemorando os 40 anos da Fundação, a Câmara Municipal organizou "uma noite de homenagens e reconhecimento ao papel da instituição no fomento à expressão artística da cidade e na preservação da memória e do trabalho de um dos principais nomes das artes plásticas do país". Várias autoridades se pronunciaram com homenagens. A deputada estadual Regina Becker Fortunati destacou seu trabalho em diferentes frentes: "Além do reconhecido legado da obra, talvez tenha sido a preservação do patrimônio histórico da cidade o grande trabalho de Scheffel".[8] Jorge Luís Stocker Jr, arquiteto e membro do Conselho Estadual de Cultura, disse que "dificilmente se teria hoje em Hamburgo Velho um centro histórico tombado a nível nacional sem o papel essencial desempenhado pelo artista. Seu trabalho artístico é excepcional. Poucos conhecem a abrangência de sua arte, que além da pintura, expressava-se em diversas outras linguagens, como a música. A inclusão do seu acervo artístico no tombamento é um reconhecimento da qualidade de sua obra e da importância de tê-la reunida em um só local".[11]

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]