Terminal Intermodal Corinthians-Itaquera

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 Nota: Este artigo é sobre a estação atual do Metrô e da CPTM. Para a antiga estação da CPTM, veja Estação Itaquera.
Corinthians–Itaquera
Terminal Intermodal Corinthians-Itaquera
Plataforma de embarque ao Metrô.
Uso atual Estação de Metrô Estação de metrô
Estação de trens metropolitanos
Proprietário Governo do Estado de São Paulo
Administração Metrô de São Paulo
CPTM (2000–atualmente)
Linhas Vermelha
Coral
Sigla ITQ
Posição Superfície
Serviços Acesso à deficiente físico Escada rolante Elevador Bicicletário
Informações históricas
Nomes antigos Corinthians Paulista
Itaquera
Inauguração 1 de outubro de 1988 (35 anos)
(Linha 3)
27 de maio de 2000 (23 anos)
(Linha 11)
Projeto arquitetônico Meire Gonçalves Selli e

Renato Viégas[1][2]

Localização
Coordenadas Estação Corinthians–Itaquera
Localização Avenida Projetada, 1900, Itaquera
Próxima estação
Sentido
Palmeiras–Barra Funda
Sentido
Corinthians–Itaquera
-
Corinthians–Itaquera
Sentido Luz
Sentido Estudantes
Corinthians–Itaquera

O Terminal Intermodal Corinthians–Itaquera é um terminal de transportes da cidade de São Paulo que congrega em um mesmo espaço uma estação do Metrô, uma da CPTM e um terminal de ônibus da SPTrans.

Estação de trem e metrô[editar | editar código-fonte]

A estação Corinthians–Itaquera tem esse nome por se localizar no bairro Itaquera, em São Paulo, nas proximidades da Neo Química Arena (antiga Arena Corinthians). Existe, ainda, conexão com o Poupatempo de Itaquera e com o Shopping Metrô Itaquera nas imediações. Está localizado na Avenida Projetada, 1900.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Conjunto Habitacional Padre Manuel da Nóbrega, implantado pela Cohab-SP na região de Itaquera.
Da direita para a esquerda:estação Corinthians Itaquera, Poupatempo Itaquera e Shopping Metrô Itaquera.
Mezanino da estação, com destaque para os painéis intitulados Catedral do Povo 1, de Gontran Guanaes Netto.
Vista da Faculdade de Tecnologia (Fatec) Itaquera, construída em área originalmente desapropriada pelo Metrô nos anos 1970.

Entre 1973 e 1976, um grupo composto por membros da prefeitura de São Paulo (DSV, Metrô, Cohab e Emurb), do estado (Fepasa, Transesp) e da União (Rede Ferroviária Federal S/A) discutiram o projeto da Linha Leste–Oeste do Metrô de São Paulo. Inicialmente previsto para alcançar ao leste Poá ou Suzano (através da mera conversão da linhas de subúrbios da RFFSA em metrô em superfície), o projeto final da linha acabou tendo seu terminal leste em Itaquera, com a construção de vias paralelas às da RFFSA.[4]

Para a implantação da Linha Leste–Oeste era necessária uma grande área para implantar o pátio de oficinas, manobras e manutenção do metrô, cujo projeto previa o uso de 772 mil metros quadrados. Assim, a Companhia do Metropolitano optou por implantar o pátio em uma área de glebas vazias à oeste do centro de Itaquera.[4]

A estação terminal projetada para o local era pequena, por conta da baixa demanda e da estação de transferência com a rede de trens de subúrbios da RFFSA ao leste ser concentrada em Tatuapé e Artur Arvim. Duas ações fizeram a Companhia do Metropolitano mudar os planos para Itaquera[4]:

  • A implantação de mais de 25 mil unidades habitacionais em Itaquera por parte da Cohab-SP (empreendimento Conjunto Habitacional Padre Manuel da Nóbrega);
  • O Projeto do estádio de futebol do Sport Club Corinthians Paulista, que previa uma capacidade máxima de 200 mil torcedores[5];

Assim, o projeto da estação Itaquera foi severamente modificado, prevendo-se uma nova integração do metrô com a rede da RFFSA ali, além do atendimento da demanda local proporcionada pelos empreendimentos da Cohab e do Corinthians.[4]

As obras da estação e pátio Itaquera foram iniciadas às 10h da manhã de 24 de janeiro de 1976, pela empresa Constran S/A.[6][7][8]

O prazo inicial para a inauguração da estação e pátio era de março de 1982.[4] Problemas financeiros, porém, atrasaram as obras que se arrastaram por quase toda a década de 1980. A estação Corinthians–Itaquera foi inaugurada inacabada (faltava concluir a parte destinada aos trens da CBTU-sucessora da RFFSA) em 1 de outubro de 1988. A cerimônia de inauguração foi atrapalhada por protestos de funcionários públicos contra o governo Quércia. Os protestos foram duramente reprimidos por homens não identificados no momento, que espancaram alguns manifestantes e até mesmo jornalistas enquanto que os homens da polícia militares presentes pouco fizeram para intervir no conflito.[9]

Dias depois, a imprensa paulista revelou que os agressores dos manifestantes eram assessores de segurança do Palácio dos Bandeirantes comandados pelo vice-prefeito de Barueri Antônio Carlos dos Santos (Tarzan), que também participou das agressões. O escândalo foi investigado na Assembleia Legislativa até ser arquivado por pressão de membros do governo Quércia.[10]

Apenas em 27 de maio de 2000 foi inaugurada a ala da estação destinada aos trens suburbanos, agora administrados pelo estado de São Paulo através da estatal CPTM. Por conta da realização das obras do metrô, grandes glebas e terrenos foram desapropriados e encontravam-se ociosos após a conclusão das obras da estação e do pátio. Para dar destinação a essas áreas e incentivar o desenvolvimento dos arredores da estação Corinthians-Itaquera, o Metrô cedeu uma área para a construção de uma unidade do Poupatempo, inaugurada em 18 de novembro de 2000[11], e alugou a parte restante de sua área por 40 anos para a implantação de um shopping center, inaugurado em 2007.[12][13] O sucesso do shopping center, o único em uma região com mais de meio milhão de habitantes e carente de lazer, foi tanto que a unidade local do fast-food McDonald's se tornou em pouco tempo uma das 10 maiores em número de vendas no mundo.[14]

Com a escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014, o esquecido projeto de construção do estádio do S.C. Corinthians Paulista é retomado. Com obras iniciadas em 2011, a Arena Corinthians foi inaugurada em junho de 2014 para a abertura da Copa do Mundo. Ao mesmo tempo, o estado resolve ampliar a ocupação nas áreas ociosas do metrô na região, implantando uma faculdade de tecnologia (FATEC) e iniciando as obras de um novo terminal de ônibus integrado ao complexo da estação (vide seção terminal).

Pátio Itaquera[editar | editar código-fonte]

Aberto na década de 1980, o pátio Itaquera possui 772 mil metros quadrados de área, divididos em 6 blocos[4]:

Bloco Tipo
A Oficinas de manutenção de trens
B/C Oficinas de materiais fixos/auxiliares, almoxarifado, administração, ambulatório e refeitório
D Subestação retificadora
E Torre de controle
F Edifício de operação
I Depósito de inflamáveis
Vista da região de Itaquera, com a gleba desapropriada pelo metrô. À esquerda, em primeiro plano, bloco A e bloco B/C do Pátio Itaquera do Metrô. Ao Centro, FATEC Itaquera, ao fundo Arena Corinthians e à direita Estação Corinthians-Itaquera e Poupatempo Itaquera.

Linha 11–Coral da CPTM[editar | editar código-fonte]

A Estação Corinthians–Itaquera é uma estação ferroviária que atende à Linha 11–Coral da CPTM.

A atual área estação da CPTM (que corresponde a uma plataforma central) foi construída pelo Metrô de São Paulo, permanecendo quase 12 anos inutilizada e sendo inaugurada em 27 de maio de 2000 para ser utilizada pelo Antigo Expresso Leste.

Tabela[editar | editar código-fonte]

Sigla Estação Inauguração Integração Plataformas Posição Notas
ITQ Corinthians–Itaquera 27 de maio de 2000 (CPTM) Linha 3–Vermelha do Metrô de São Paulo, Bilhete Único da SPTrans Laterais Elevada Construída pelo Metrô de São Paulo, com recursos do Governo Federal e do Governo Estadual de São Paulo, em 1988, e reformada/ampliada em 2000.

Linha 3–Vermelha do Metrô de São Paulo[editar | editar código-fonte]

Vista da Estação do Metrô e da Passarela de acesso a Arena Corinthians.

A Estação Corinthians–Itaquera foi inaugurada em 1 de outubro de 1988[3], sendo esta terminal da Linha 3–Vermelha do Metrô de São Paulo, no sentido Leste. Neste estação também há a ligação com o Pátio de Manutenção da Linha 3–Vermelha, o "Pátio Itaquera", ou "PIT".

A estação é elevada com duas plataformas centrais sobre o piso de distribuição e bloqueios, estrutura em concreto aparente e cobertura espacial metálica treliçada. Possui acesso adaptado para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Conta com uma área construída de 30.435 m² e possui uma capacidade de sessenta mil passageiros por hora/pico.[3]

Ela recebeu um dos dois primeiros elevadores para deficientes físicos do sistema metroviário, em 1993.[15]

Tabela[editar | editar código-fonte]

Sigla Estação Inauguração Capacidade Integração Plataformas Posição Notas
ITQ Corinthians–Itaquera 1 de outubro de 1988 (Metrô de São Paulo) 60 mil passageiros hora/pico Linha 11–Coral (Expresso Leste) da CPTM, Bilhete Único da SPTrans Centrais Elevada Estação com estrutura de concreto aparente.

Integrações[editar | editar código-fonte]

As estações Corinthians–Itaquera da Linha 3-Vermelha do Metrô de São Paulo e da Linha 11–Coral da CPTM possuem transferência tarifada entre si, exceto em horários especiais, de segunda a sexta das 10h às 17h e das 20h às 24h, aos sábados das 15h à 01h e aos domingos e feriados a integração gratuita é o dia todo.[16]

Há também a possibilidade de se transferir para o sistema de ônibus da capital paulista, da SPTrans, através do Terminal de Ônibus anexo à estação, utilizando-se o Bilhete Único ou o bilhete de integração Metrô-Ônibus.

Terminal de ônibus[editar | editar código-fonte]

Terminal Viário Urbano Itaquera
Uso atual Terminal rodoviário Terminal de ônibus urbanos
Administração SPTrans
Serviços Vermelha
Coral

Corredor Itaquera-Líder

Informações históricas
Inauguração sem previsão

Apresentado em 2011, o projeto do Terminal de ônibus urbano de Itaquera visa atender e alimentar uma futura rede de corredores de ônibus da SPTrans na Zona Leste (Corredores Radial Leste e Itaquera Líder). O projeto, de 18,5 mil metros quadrados de área construída, teve suas obras iniciadas em dezembro de 2013.[17] Apesar da previsão de conclusão para fins de 2016 e meados de 2021, as obras foram paralisadas diversas vezes por problemas financeiros.[18] Atualmente, suas obras estão paralisadas e sem previsão de conclusão.

Toponímia[editar | editar código-fonte]

A palavra Itaquera é de origem tupi-guarani e significa pedra dormente.[19] O nome Itaquera surgiu pela primeira vez em 1620.[20] Com o passar dos séculos, o nome se consolidou em 1920 como nome do distrito e de uma estação da Estrada de Ferro Central do Brasil ali existente desde 1875.[21] O projeto da estação de metrô foi implantado em local diferente da estação de trem (que era o centro do distrito). Por conta da falta de elementos geográficos para denominá-la, a estação de metrô foi chamada genericamente de Itaquera até o projeto do novo estádio do Corinthians ser apresentado.[4] Posteriormente, em projetos e mapas a estação passou a ser chamada de Corinthians Paulista.[4] Em 1 de outubro de 1988 a estação aberta com o nome de Corinthians–Itaquera. Com o fechamento da velha estação de Itaquera, em 2000[21], o antigo centro do distrito entra em decadência enquanto que o centro econômico do mesmo consolida-se no entorno do terminal do metrô e do estádio de futebol.[22]

Referências

  1. «Arquitetura das estações». Metrô de São Paulo - recuperado Internet Archive. 2005. Consultado em 6 de fevereiro de 2019 
  2. Alexandre Seixas e Renato Anelli (janeiro de 2008). «Arquitetura, cidade e transportes». Revista AU, edição 166. Consultado em 6 de fevereiro de 2019 
  3. a b c Metrô de São Paulo. «Estação Corinthians-Itaquera». Consultado em 2 de abril de 2019 
  4. a b c d e f g h PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (1979). Leste-Oeste: em busca de uma solução integrada. [S.l.]: Companhia do Metropolitano de São Paulo. 203 páginas 
  5. Douglas Nascimento (10 de setembro de 2010). «O primeiro projeto de estádio do Corinthians em Itaquera». São Paulo Antiga. Consultado em 2 de junho de 2019 
  6. «Amanhã começam obras em Itaquera». Folha de S.Paulo, Ano LV, edição 17118, página 11. 23 de janeiro de 1976. Consultado em 2 de junho de 2019 
  7. «Começaram ontem obras da linha 2 na Zona Leste». Folha de S.Paulo, Ano LV, edição 17120, página 19. 25 de janeiro de 1976. Consultado em 2 de junho de 2019 
  8. «Itaquera». Constran S/A. 1976. Consultado em 2 de junho de 2019 
  9. «Metrô em Itaquera é inaugurado com agressões a manifestantes». Folha de S.Paulo, Ano 68, edição 21732, Caderno Cidades, página C4. 2 de outubro de 1988. Consultado em 2 de junho de 2019 
  10. «Identificados mais 3 agressores na inauguração do metrô». Folha de S.Paulo, Ano 68, edição 21751, Caderno Cidades, páginas 4 e 5. 21 de outubro de 1988. Consultado em 2 de junho de 2019 
  11. «Governador Mário Covas inaugura Poupatempo Itaquera na Zona Leste da Capital». Portal do Governo do estado de São Paulo. 18 de novembro de 2000. Consultado em 2 de junho de 2019 
  12. «Estação Corinthians-Itaquera do metrô de SP terá shopping center». Folha Online. 31 de março de 2003. Consultado em 2 de junho de 2019 
  13. «Saiba mais sobre o Shopping Metrô Itaquera». Shopping Metrô Itaquera. Consultado em 2 de junho de 2019 
  14. Tatiana Vaz (Exame) (18 de julho de 2015). «Um dia em um dos maiores McDonald's do mundo: o de Itaquera». Huff Post Brasil. Consultado em 2 de junho de 2019 
  15. «Metrô inaugura elevador para deficientes físicos». Folha de S.Paulo (20 211). São Paulo: Empresa Folha da Manhã. 4 de outubro de 1993. p. 3-2. ISSN 1414-5723 
  16. Metrô de São Paulo
  17. «Obras de ampliação do Terminal Itaquera estão a todo vapor». SP Obras. 14 de março de 2014. Consultado em 2 de junho de 2019 
  18. «Obra do novo Terminal de Itaquera está parada». Gazeta da Zona Leste. 13 de abril de 2018. Consultado em 2 de junho de 2019 
  19. Imóveis (29 de agosto de 2010). «Nomes tupi-guarani são identidade entre bairros opostos». Folha de S.Paulo. Consultado em 2 de junho de 2019 
  20. D'ANDREA, Tiarajú. "Itaquera, muito além da Copa do Mundo". Le Monde Diplomatique Brasil. Número 57. Abril de 2012.
  21. a b Ralph Mennucci Giesbrecht (2001). «Itaquera». Estações ferroviárias do Brasil. Consultado em 2 de junho de 2019 
  22. Vivian Reis (8 de junho de 2018). «Quatro anos depois, estádio de Itaquera beneficiou shopping, mercado imobiliário e trânsito da região». G1. Consultado em 2 de junho de 2019