Linha Leste do Metrô de Fortaleza

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     Linha Leste do Metrô de Fortaleza

Construção da estação Nunes Valente
Dados gerais
Tipo Metrô
Sistema Metrô de Fortaleza
Local de operação Fortaleza, Ceará, Brasil
Terminais Início: Central-Chico da Silva
Fim: Papicu
Estações 4
Operação
Proprietário Governo do Estado do Ceará
Operador Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos
Dados técnicos
Comprimento da linha 7,3 km (4,54 mi)
Eletrificação 3000 V catenária
Mapa

Linha Leste do Metrô de Fortaleza
Edson Queiroz
Centro de Eventos
Bárbara de Alencar
Cidade 2000
Hospital Geral de Fortaleza
para Iate
Papicu
para Parangaba
Leonardo Mota
Nunes Valente
Luiza Távora
Colégio Militar
para Carlito Benevides
Central–Chico da Silva
Tirol–Moura Brasil
para Caucaia


 Nota: Para outras ferrovias com nomes semelhantes ou relacionados, veja Linha do Leste.

A Linha Leste (Tirol-Moura Brasil ↔ Papicu) será uma das linhas do Metrô de Fortaleza, no Brasil, administrada pela Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor).[1]

Uma vez totalmente concluída, atenderá á principal região financeira e comercial de Fortaleza, entre as estações Central–Chico da Silva no centro histórico da cidade e Edson Queiroz na avenida Washington Soares. Será uma linha metroviária subterrânea para transporte de passageiros, contando com 12,4 km de via dupla (11,1 km subterrâneos, 0,5 km de trecho em transição e 0,8 km em superfície), 13 estações (12 subterrâneas e 01 em superfície) e demanda prevista de 400 mil passageiros por dia. A integração com as demais linhas se dará pela Estação Central–Chico da Silva com a Linha Sul, na estação Tirol–Moura Brasil com a Linha Oeste e pela estação Papicu com a Linha Parangaba-Mucuripe e respectivo terminal Urbano de ônibus. O Material Rodante compreenderá 20 TUE’s (trem unidade elétrico), alimentados através de uma rede aérea de 3.000 volts em corrente contínua, com motor de tração do tipo indução, com controle de tração através de inversores estáticos.

Originalmente todo o trecho do Centro de Fortaleza ao bairro Edson Queiroz seria executado em uma única fase, entretanto devido a problemas de liberação de recursos houve uma rescisão do primeiro contrato e alterações no projeto para o barateamento da linha podendo, desta forma, conseguir um empréstimo junto a União.

No novo projeto o primeiro trecho que será executado terá 7,3 km de extensão e irá ligar o Centro de Fortaleza ao Papicu, com uma estação de superfície (Tirol-Moura Brasil) e outras quatro subterrâneas (Chico da Silva, Colégio Militar, Nunes Valente e Papicu). O empreendimento, após concluído, terá capacidade para transportar até 150 mil passageiros por dia. O tempo de viagem entre o Centro e o Papicu será de 15 minutos.[1]

Para concluir este trecho, estão disponíveis R$ 1 bilhão do BNDES, R$ 660 milhões do Governo Federal, além de R$ 186 milhões do Tesouro Estadual. A previsão é de que o trecho seja concluído em quatro anos contando a partir de 2019.[2]

Histórico[editar | editar código-fonte]

A ideia de construção da Linha Leste, a primeira a ser planejada e construída do zero não aproveitando nenhum traçado preexistente, surgiu no final da década de 2000 e início da década de 2010. Na época se almejava conseguir recursos aproveitando a liberação do Governo Federal para obras em cidades-sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014 e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).[3]

Em Maio de 2013 houve a abertura da licitação para a escolha da empresa ou consorcio responsável pela obra. A Linha Leste integrava, naquele ano, o Programa “Mobilidade Grandes Cidades”, do Governo Federal, que garantiu recursos da ordem de R$ 2 bilhões para a obra, sendo R$ 1 bilhão do Orçamento Geral da União e R$ 1 bilhão financiados pela Caixa Econômica Federal. O Governo do Estado do Ceará entraria com pouco mais de R$ 1 bilhão de contrapartida. Esses recursos estaduais também seriam usados para projetos, administração de obra, desapropriações e remoção de interferências.[4]

As obras começaram oficialmente em Novembro de 2013 e foram paralisadas em Março de 2015.

A linha chegou ao ano de 2016 com obras completamente paradas e com apenas 1% de evolução[5][6] em virtude de reformulação do consórcio Cetenco-Acciona, executor original da obra. Para retomar o serviços, a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e o Governo do Estado trabalharam para garantir junto ao Governo Federal liberação dos recursos da licitação.[7][8][9] O estado do Ceará possui R$ 1 bilhão de financiamento para o metrô junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES). Além deste valor há mais R$ 1 bilhão, parte do Orçamento Geral da União (OGU). O BNDES condicionou a liberação de sua parte na obra se o Governo Federal liberar os recursos do OGU. Como a União não libera sua parte, foi feito o imbróglio.

Em Julho de 2017 o governador do Ceará, o petista Camilo Santana chegou a apesentar a linha Leste do Metrô ao presidente do China Development Bank (CDB), Hu Huaibang, que visitou Fortaleza.[10]

Sem o repasse de verbas a Seinfra iniciou as montagens de quatro máquinas tuneladoras, conhecidas popularmente como “tatuzões”, que serão usadas na construção dos túneis da Linha Leste. Estas máquinas chegaram ao estado em 2013 e estavam até então sem qualquer uso. A previsão do governo é que dois dos tatuzões fiquem prontos para entrar em operação até março de 2018, e os demais, seis meses depois. Em nota, a Seinfra informa que o objetivo da montagem é realizar “uma manutenção preventiva da forma mais adequada e econômica para o Estado”, além de “preservar a integridade dos equipamentos e a extensão da garantia”. Sem a previsão da liberação dos recursos, no entanto, as obras da Linha Leste continuarão paralisadas e sem qualquer perspectiva de retomada.[10][11]

Em Março de 2018, sem data para retorno das atividades, os canteiros das obras foram desfeitos. Localizados na Praça da Bandeira, conhecida como Praça do Cristo Rei, e na avenida Washington Soares, em frente ao Fórum Clóvis Bevilaqua, os canteiros foram desinstalados e os locais devolvidos à Cidade. Os dois espaços permaneceram acessíveis à população até o reinicio das obras.[12][13][14][15][16]

Com o avanço das obras diversas intervenções se iniciaram pela cidade, alterando o trânsito em vias da região central e em diversos trechos da Avenida Santos Dumont, provocando desvios e alterações de linha de ônibus.[17][18]

Em Outubro de 2020 foi anunciado pelo Governador Camilo Santana em visita ao canteiro de obras da Linha Leste que o único tatuzão em funcionamento atualmente no Brasil, já havia construído 700 metros de túneis a 34 metros de profundidade.[19][20] Essa é a primeira vez que um tatuzão é utilizado numa obra metroviária fora do eixo Rio-São Paulo. Em Brasília, o sistema foi construído de forma convencional enquanto em Salvador o pequeno trecho subterrâneo foi escavado no método NATM.[19]

Atualmente os trabalhos estão acontecendo no Centro de Fortaleza no eixo da Rua Castro e Silva. Já no bairro Aldeota ocorrem a construção das estações Colégio Militar e Nunes Valente. No bairro Papicu onde ficará a última estação do percurso estão sendo instalados os canteiros de obras e a construção de um terminal de ônibus provisório que abrigará as linhas do Terminal Papicu durante a construção.[20]

Características[editar | editar código-fonte]

As máquinas que irão construir os túneis são chamados de “shield”, ou tuneladoras, também conhecidas no jargão técnico como “tatuzão”. Para conhecer de perto essa tecnologia, o ex-governador do Estado, Cid Gomes, o secretário de Infraestrutura, Adail Fontenele, e o ex-presidente do Metrofor, Rômulo Fortes, visitaram quatro fabricantes desse tipo de equipamento. Eles foram adquiridas pelo Governo do Estado, através da Seinfra, ao preço de R$ 128,2 milhões. Os equipamentos foram fabricados pela empresa norte-americana The Robbins Company, que venceu uma licitação ocorrida em maio de 2012.

Os dois primeiros equipamentos, de um total de quatro, para a construção da linha realizaram testes em fábrica realizado entre maio e junho de 2013. Logo depois, os equipamentos foram embarcados para o Brasil chegando ao Porto do Pecém no final de julho de 2013. A distancia entre cada estação será de aproximadamente 900 metros. No total são treze estações que compõe a Linha Leste, essas são: Tirol-Moura BrasilCentral-Chico da Silva, Colégio Militar, Nunes Valente e Papicu. A estação Colégio militar foi a primeira a começar suas obras no dia 15 de agosto de 2014.

Dados Operacionais[editar | editar código-fonte]

Acessibilidade e Segurança[editar | editar código-fonte]

O sistema foi concebido em consonância com as normas que garantem a acessibilidade para pessoas portadoras de necessidades especiais, tais como: rampas de acesso, elevadores é porta de embarque nas plataformas que deverão organizar de forma segura a disposição dos passageiros ao longo das plataformas, para o embarque e o desembarque nas composições, impedindo dessa forma a queda acidental de passageiros ao longo da via.

Sonorização de estações, CFTV é Sistema multimídia[editar | editar código-fonte]

O sistema de sonorização da estações provê orientação aos usuários por meio de mensagens e avisos originados no CCO, além de provê música ambiente para todas as estações. E um elemento muito valioso para a busca de pessoas e na evacuação da estação em caso de emergência como acidentes e incêndios, permitindo a orientação de usuários de forma adequada. O Sistema de CFTV (Circuito fechado de TV), permite a CCO o monitoramento em tempo real da movimentação de usuários nas plataformas, mezaninos e áreas de acessos das estações, permite também a seleção, gravação e armazenamento de imagens de uma ou mais câmeras de qualquer estação. O sistema multimídia tem por finalidade a veiculação de texto previamente gravadas ou digitadas originalmente no CCO, estas mensagens veicularão diretamente para os monitores de TV que estarão localizados nas plataformas, destinados a divulgação da multimídia operacional e comercial, podem ser veiculadas exclusivamente em uma estação, um grupo de estações ou todas as estações simultaneamente, o sistema multimídia permite a veiculação de informações operacionais, tais como: destinos de trens, horário de chegada da próxima composição além de outras informações e mensagens como o horário de funcionamento do metrô de Fortaleza, as integrações como os outros sistemas nos terminais intermodais, videos com informações turísticas, informações de utilidade publica como também publicidades.

Estações[editar | editar código-fonte]

A Linha Leste foi dividida em 2 fases. A primeira fase (em obras) contará com as estações Tirol-Moura Brasil, Chico da Silva, Colégio Militar, Nunes Valente e Papicu (com previsão de conclusão das obras para junho de 2023). As demais estações serão construídas em uma segunda fase (ainda sem previsão de execução).[21][22]

Estações da primeira fase[editar | editar código-fonte]

Linha Leste - Fase 1
Estação Inauguração Linha(s) Conexão Posição Bairro/Cidade Imagem
Central-Chico da Silva 28 de julho de 2013 (10 anos) Linha Leste
Linha Sul
Linha Oeste por meio da estação Tirol-Moura Brasil
Linhas do transporte coletivo de Fortaleza
Subterrânea
Centro
Fortaleza
Colégio Militar Em construção Linha Leste Linhas do transporte coletivo de Fortaleza Subterrânea
Centro
Fortaleza
Nunes Valente Em construção Linha Leste Linhas do transporte coletivo de Fortaleza Subterrânea
Aldeota
Fortaleza
Papicu 6 de julho de 2018 (5 anos) Linha Leste
Linha Nordeste
Terminal Papicu
Linhas do transporte coletivo de Fortaleza
Subterrânea (Linha Leste)
Papicu
Fortaleza

Estações da segunda fase[editar | editar código-fonte]

Linha Leste - Fase 2
Estação Status Linha(s) Conexão Posição Bairro/Cidade Trecho
Em projeto Linha Leste Linhas do transporte coletivo de Fortaleza Subterrânea Fortaleza Trecho 1 (Chico da Silva ↔ Papicu)
Luiza Távora Em projeto Linha Leste Linhas do transporte coletivo de Fortaleza Subterrânea Fortaleza Trecho 1 (Chico da Silva ↔ Papicu)
Leonardo Mota Em projeto Linha Leste Linhas do transporte coletivo de Fortaleza Subterrânea Fortaleza Trecho 1 (Chico da Silva ↔ Papicu)
HGF Em projeto Linha Leste Linhas do transporte coletivo de Fortaleza Subterrânea Fortaleza Trecho 2 (Papicu ↔ Edson Queiroz)
Cidade 2000 Em projeto Linha Leste Linhas do transporte coletivo de Fortaleza Subterrânea Fortaleza Trecho 2 (Papicu ↔ Edson Queiroz)
Bárbara de Alencar Em projeto Linha Leste Linhas do transporte coletivo de Fortaleza Subterrânea Fortaleza Trecho 2 (Papicu ↔ Edson Queiroz)
Centro de Eventos Em projeto Linha Leste Linhas do transporte coletivo de Fortaleza Subterrânea Fortaleza Trecho 2 (Papicu ↔ Edson Queiroz)
Edson Queiroz Em projeto Linha Leste Linhas do transporte coletivo de Fortaleza Subterrânea Fortaleza Trecho 2 (Papicu ↔ Edson Queiroz)

Referências

  1. a b «Sistema metroviário». Metrô de Fortaleza. Consultado em 6 de novembro de 2020 
  2. Online, O POVO. «Novo prazo para iniciar obras da Linha Leste previsto para junho». www.opovo.com.br. Consultado em 6 de março de 2018 
  3. G1, Do; Ceará, em Brasília e no (27 de fevereiro de 2012). «Dilma anuncia investimento federal de R$ 1,6 bi para metrô de Fortaleza». Ceará. Consultado em 6 de novembro de 2020 
  4. «Linha Leste: Licitação das obras civis começa nesta terça-feira (21)». Secretaria da Infraestrutura. 21 de maio de 2013. Consultado em 6 de novembro de 2020 
  5. «Em 3 anos, obra da Linha Leste do Metrô está apenas 1% concluída». Vídeos. 8 de novembro de 2016 
  6. «Após três anos, só 1% da Linha Leste do metrô de Fortaleza está pronto». O Globo. 6 de novembro de 2016. Consultado em 6 de novembro de 2020 
  7. «Metrô: obras da linha leste estão paradas desde 2015 - Cidade - Diário do Nordeste». Diário do Nordeste. Consultado em 6 de março de 2018 
  8. «Obras da Linha Leste do metrô estão paradas e sem previsão de retorno | Luminaço - Tudo em Aço para sua obra.». luminaco.com.br. Consultado em 6 de março de 2018. Arquivado do original em 4 de fevereiro de 2018 
  9. «Obras da linha leste do metrô de Fortaleza estão paradas há dois anos - AM 810 Verdinha - A Rádio do Seu Coração». AM 810 Verdinha - A Rádio do Seu Coração. 23 de setembro de 2017 
  10. a b «Obra da Linha Leste do Metrô de Fortaleza ainda sem previsão de reinício». Diário do Transporte. 23 de setembro de 2017 
  11. «'Tatuzões' do metrô de Fortaleza se deterioram e obra segue parada». G1 
  12. Online, O POVO. «Sem data para retorno de obras, canteiros do Metrofor são desfeitos». www.opovo.com.br. Consultado em 7 de março de 2018 
  13. «Sem obras do metrô, trânsito na avenida Santos Dumont será liberado». www20.opovo.com.br. Consultado em 7 de março de 2018 
  14. Online, O POVO. «Trânsito na avenida Santos Dumont é liberado nesta terça-feira». www.opovo.com.br. Consultado em 7 de março de 2018 
  15. Online, O POVO. «Trecho da Santos Dumont interditado desde 2014 terá trânsito liberado». www.opovo.com.br. Consultado em 7 de março de 2018 
  16. «Com obras inacabadas, tráfego na Avenida Santos Dumont é liberado». Ceará. 21 de dezembro de 2016 
  17. Lobo, Renato (28 de agosto de 2020). «Governo de Ceará faz intervenções para implantar a Linha Leste do Metrô de Fortaleza». Via Trolebus. Consultado em 6 de novembro de 2020 
  18. «Serviço de drenagem para implantação da Linha Leste altera trânsito na Aldeota neste fim de semana». Governo do Estado do Ceará. 28 de agosto de 2020. Consultado em 6 de novembro de 2020 
  19. a b Lobo, Caio (9 de outubro de 2020). «Tatuzão já construiu 700 metros de túnel da futura Linha Leste do Metrô de Fortaleza». Metrô CPTM. Consultado em 6 de novembro de 2020 
  20. a b «Governador e prefeito acompanham obras da Linha Leste do Metrô de Fortaleza». Governo do Estado do Ceará. 2 de outubro de 2020. Consultado em 6 de novembro de 2020 
  21. «Linha Leste – Seinfra inicia construção da Estação Colégio Militar». Metrofor. 7 de junho de 2019. Consultado em 22 de junho de 2019 
  22. «Linha Leste: obras da Estação Colégio Militar são retomadas». Diário do Nordeste. 6 de junho de 2019. Consultado em 22 de junho de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]