Estação Ferroviária de Tomar

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Tomar
Estação Ferroviária de Tomar
panorâmica da estação de Tomar em 2019, incluindo (à direita) a desativada área de mercadorias
Identificação: 40154 TOM (Tomar)[1]
Denominação: Estação Satélite de Tomar
Administração: Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação: ES (estação satélite)[1]
Tipologia: C [3]
Linha(s): Ramal de Tomar (PK 14+731)
Altitude: 55 m (a.n.m)
Coordenadas: 39°35′54.42″N × 8°24′45.47″W

(=+39.59845;−8.41263)

Mapa

(mais mapas: 39° 35′ 54,42″ N, 8° 24′ 45,47″ O; IGeoE)
Município: border link=TomarTomar
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Lamarosa
Lisboa S.Ap.
  IR   Terminal
Carv. Fig.
Lisboa S.Ap.
  R   Terminal

Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
1 2
Serviço de táxis
Serviço de táxis
TMR
Equipamentos: Bilheteiras e/ou máquinas de venda de bilhetesTelefones públicos Sala de esperaParque de estacionamento Acesso para pessoas de mobilidade reduzida
Inauguração: 24 de setembro de 1928 (há 95 anos)
Website:

A Estação Ferroviária de Tomar (nome anteriormente grafado como "Thomar")[4] é a gare terminal do Ramal de Tomar, que serve a cidade de Tomar, no Distrito de Santarém, em Portugal. Entrou ao serviço em 24 de Setembro de 1928.[5]

Estação de Tomar, em 2008, com composição de passageiros (automotora da série 2240 em serviço regional) e o castelo ao fundo.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Fachada principal, em 2016.
Acesso à estação rodoviária contígua.

Localização e acessos[editar | editar código-fonte]

Esta gare situa-se junto à Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, no quadrante sudoeste da cidade de Tomar, distando do seu centro (Praça da República) menos de um quilómetro.[6]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Esta interface apresenta quatro vias de circulação, numeradas de I a IV, com comprimentos entre 207 e 230 m e todas, exceto a via II, acessíveis por plataformas de 215 m de comprimento e 90 cm de altura; em dados de 2022, não são oficialmente indicadas quaisquer vias secundárias,[3] numa configuração assaz reduzida em comparação com a de décadas anteriores.[7] O edifício de passageiros, projectado por Cottinelli Telmo em 1928, apresenta uma volumetria austera e uma formalização clássica, que se integrava na arquitectura tradicionalista e nacionalista do Estado Novo.[8] Situa-se ao topo da via,[9][10] já que esta foi concebida como estação terminal.[11][8]

Serviços[editar | editar código-fonte]

A estação é utilizada pelos comboios Regionais e InterRegionais da C.P.[12]

História[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Ramal de Tomar § História
Mapa dos caminhos de ferro em 1895, incluindo um projecto de Paialvo a Tomar.

Antecedentes, planeamento e inauguração[editar | editar código-fonte]

Em 1844, Benjamim de Oliveira, que foi um dos primeiros defensores da introdução do caminho de ferro em Portugal, propôs a construção de várias linhas, incluindo uma de Lisboa a Tomar; no entanto, estes projectos foram cancelados com a criação da Companhia das Obras Públicas de Portugal, que por seu turno, seria dissolvida após a Revolução da Maria da Fonte.[13]

Antes da chegada dos caminhos de ferro, as comunicações na região industrial compreendida entre Torres Novas, Tomar e Abrantes eram muito primitivas, sendo o principal meio de transporte as embarcações fluviais,[14] ao longo dos rios Nabão, Zêzere e Tejo.[15] Com efeito, durante a discussão do traçado da futura Linha do Norte, em Abril de 1857, a autarquia de Peniche defendeu que a linha férrea devia passar pela região litoral, uma vez que no interior já existiam os eixos fluviais.[15]

Em 1911, foi criada uma comissão regional para reivindicar a construção de uma linha de Tomar a Rio Maior, passando por Torres Novas.[16]

Em 18 de Julho de 1913, a autarquia de Tomar foi autorizada a construir um caminho de ferro a partir de Paialvo, na Linha do Norte,[17] tendo o projecto sido posteriormente alterado para Lamarosa.[11] Assim, este ramal entrou ao serviço em 24 de Setembro de 1928, originalmente com a denominação de Caminho de Ferro de Lamarosa a Tomar.[11] O edifício de passageiros foi construído em 1931.[8]

Projecto de ligação à Nazaré[editar | editar código-fonte]

Em 1913, a câmara dos deputados autorizara igualmente a instalação de um caminho de ferro de Tomar à Nazaré, passando pelo Entroncamento; no entanto, as obras não chegaram a ser iniciadas, uma vez que entretanto já tinha sido dada a concessão do Ramal de Tomar à autarquia.[18]

Em 15 de Novembro de 1926, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses apresentou ao estado uma proposta para construir um caminho de ferro de via estreita de Tomar à Nazaré, com um ramal para Leiria.[19]

Década de 1930[editar | editar código-fonte]

Em 7 de Maio de 1939, foi realizado um comboio especial de Lisboa a Tomar, para a festa anual de confraternização do antigo Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro.[20][21]

Estação de Tomar, em 1990.

Décadas de 1950 a 1990[editar | editar código-fonte]

No âmbito do II Plano de Fomento, nas décadas de 1950 e 1960[22] a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses projectou a electrificação de vários troços, incluindo o Ramal de Tomar.[23]

Em Dezembro de 1992, a Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro realizou um serviço especial até Tomar, rebocado pela locomotiva a vapor 0187.[24]

Estação de Tomar, em 2015.

Século XXI[editar | editar código-fonte]

Em 2009, a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor realizou um estudo sobre o atendimento nos balcões de várias gares ferroviárias, tendo a estação de Tomar sido avaliada como medíocre.[25]

Em Janeiro de 2011, esta interface dispunha de quatro vias de circulação, todas com 210 m de comprimento; as plataformas tinham todas 215 m de extensão, e 90 cm de altura[26] — valores mais tarde[quando?] alterados para os atuais.[3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  3. a b c Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  4. GUIMARÃES, Vieira (2012) [1912]. A trilogia monumental de Alcobaça, Batalha, Thomar e o caminho de ferro. Tomar: Heart Books. 138 páginas. ISBN 978-989-98001-0-6 
  5. MARTINS et al, 1996:257
  6. «Cálculo de distância pedonal (39,59895; −8,41319 → 39,60352; −8,41507)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 20 de novembro de 2023 : 610 m: desnível acumulado de +9−5 m
  7. Sinalização da estação de Tomar” (diagrama anexo à I.T. n.º 28), 1971
  8. a b c MARTINS et al, p. 129
  9. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  10. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  11. a b c TORRES, Carlos Manitto (16 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1684). p. 91-95. Consultado em 9 de Dezembro de 2014 
  12. Comboios de Portugal (25 de setembro de 2016). «COMBOIOS REGIONAIS > Ramal de Tomar» (PDF). Consultado em 17 de novembro de 2016 
  13. AGUILAR, Busquets de (1 de Junho de 1949). «A Evolução História dos Transportes Terrestres em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1475). p. 383-393. Consultado em 17 de Novembro de 2015 
  14. ROCHA, p. 36
  15. a b SILVA et al, p. 295
  16. ROCHA, p. 21
  17. MARTINS et al, p. 252
  18. MARQUES, p. 111
  19. MARTINS et al, p. 256
  20. «Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro: A sua festa em Tomar» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1233). 1 de Maio de 1939. p. 238. Consultado em 17 de Novembro de 2015 
  21. Ornellas, Carlos de (16 de Maio de 1939). «O Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro e a recepção que proporcionou aos Combatentes a Cidade de Tomar» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1234). p. 249-252. Consultado em 17 de Novembro de 2015 
  22. MARTINS et al, p. 267-269
  23. SARAIVA e GUERRA, p. 167
  24. «Concurso Fotografico». Maquetren (em espanhol). 4 (33). Madrid: A. G. B., s. l. 1995. p. I-V. ISSN 1132-2063 
  25. «Estações de comboio de Vila Franca de Xira chumbadas pela DECO». O Mirante. 1 de Outubro de 2009. Consultado em 3 de Março de 2016 
  26. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. pp. 71–85 
Entrada lateral, em 2023.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • MARQUES, Ricardo (2014). 1914: Portugal no Ano da Grande Guerra 1ª ed. Alfragide: Oficina do Livro - Sociedade Editora, Lda. 302 páginas. ISBN 978-989-741-128-1 
  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. [S.l.]: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • ROCHA, Francisco Canais (2009). Para a História do Movimento Operário em Torres Novas. Durante a Monarquia e a I República (1862/1926). Torres Novas: Câmara Municipal. 221 páginas. ISBN 978-972-9151-72-9 
  • SARAIVA, José Hermano; GUERRA, Maria Luísa (1998). Diário da História de Portugal. 3. Lisboa: Difusão Cultural. 208 páginas 
  • SILVA, Carlos; ALARCÃO, Alberto; CARDOSO, António (1961). A Região a Oeste da Serra dos Candeeiros. Estudo económico-agrícola dos concelhos de Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 767 páginas 

Leitura recomendada[editar | editar código-fonte]

  • GUIMARÃES, Vieira (2012) [1912]. A trilogia monumental de Alcobaça, Batalha, Thomar e o caminho de ferro. Tomar: Heart Books. 138 páginas. ISBN 978-989-98001-0-6 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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