Estratarca

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Estratarca (em grego: στρατάρχης; plural: stratarchai) foi um título e ofício do Império Bizantino atribuído a generais bem sucedidos. Na atualidade corresponde ao posto de marechal de campo no exército grego.

Império Bizantino[editar | editar código-fonte]

Insígnia do estratarca durante o Reino da Grécia.

O termo teve origem no Império Bizantino, onde nos séculos IX-XI os estratarcas eram uma classe de altos funcionários encarregados das finanças militares e da administração, incluindo o heteriarca (comandante dos guardas mercenários), o drungário da frota imperial, o logóteta dos rebanhos que supervisionou o exército e a criação de cavalos nas fazendas, o Conde do estábulo e o protoespatário dos homens do imperador (basilikoi anthropoi).[1]

No final do século XI, este significado técnico foi esquecido, e o termo estratarca, juntamento com suas variantes tais como grande estratarca (megas stratarches) e panestratarca (panstratarches), passou a ser usado como um epíteto honorífico de generais importantes. Nesta utilização, é por exemplo, usado para descrever o famoso herói literário Digenis Acritas ou famosos comandantes do passado, tais como Belisário.[1]

Reino da Grécia[editar | editar código-fonte]

Na história grega moderna, o título moderno (transliterado stratarchis) mantém a última conotação, e foi utilizado oficialmente durante a guerra de independência grega pelos dois mais bem sucedidos comandantes gregos: Theodoros Kolokotronis na Moreia (Peloponeso) e Georgios Karaiskakis na Grécia Central. Desde então tem sido geralmente utilizado como uma dignidade similar a um marechal de campo. Nesta capacidade, o título foi concedido pela primeira vez ao rei Constantino I, em 1913, após as vitoriosas Guerras dos Bálcãs.[2]

Seu filho, o rei Jorge II, também recebeu em 1939 o título, de modo que todos os demais monarcas gregos o receberam até a abolição da monarquia em 1974. Além dos monarcas, apenas dois oficiais profissionais foram premiados com a classificação: o tenente-general Theodoros Grivas em 23 de outubro de 1862 por sua liderança na revolta que levou à destituição do rei Oto I e o general Alexandros Papagos em 28 de outubro de 1949 em reconhecimento dos seus serviços durante a guerra Greco-Italiana e a guerra civil grega; Grivas faleceu antes de receber o título pessoa.[2]

Referências

  1. a b Kazhdan 1991, p. 1962.
  2. a b Ekdotiki Athninon 1990, p. 221.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8 
  • Ekdotiki Athninon (1990). Universal Biographical Lexicon. Atenas: [s.n.]