Estrela do Sul (diamante)

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Réplica do diamante Estrela do Sul. Coleção do museu Reich der Kristalle de Munique.

Estrela do Sul é um diamante de 128,48 quilates e um dos mais famosos do mundo[1].

Foi descoberto na vila de Bagagem, atual município de Estrela do Sul (Minas Gerais), em julho de 1853[2] e foi o primeiro diamante brasileiro a ganhar projeção internacional[3].

A pedra é classificada como VS-2 para transparência da cor rosa cobreada e também pode ser classificada como diamante tipo IIa [3].

História[editar | editar código-fonte]

Era usual nas minas de Bagagem, que o escravo que encontrasse um diamante de tamanho grande e o entregasse ao seu senhor era recompensado com a alforria e a oportunidade de trabalhar por salário. Além disso, o escravo poderia ser presenteado com roupas, ferramentas e em alguns casos com uma procissão em sua homenagem onde era coroado com flores. Tudo dependia do valor da pedra encontrada. Isso era feito para encorajar a honestidade entre os escravos. Também havia punições estabelecidas para aqueles que eram pegos escondendo diamantes de seus senhores[3].

A versão oficial é que o Estrela do Sul foi encontrado por uma jovem escrava chamada Rosa no Rio Bagagem. Ela o entregou a seu senhor Casimiro de Morais. Este em retribuição lhe alforriou e lhe prometeu uma pensão vitalícia. Logo depois Casimiro comicionou Bernardo de Melo Franco para a venda da pedra [4]. Este o vendeu para H. Helphen por 3000 libras esterlinas, um preço muito inferior ao seu real valor. O comprador o guardou no Banco do Rio de Janeiro registrando o valor de 30 000 dolares[2],[3].

No entanto existe a versão paralela de que este diamante na verdade foi encontrado pelo jovem escravo Marcos, namorado de Rosa. Mas eles pertenciam a senhores diferentes, portanto seu amor era impossível. Como o senhor de Rosa era melhor do que o de Marcos, ele deu a pedra a Rosa, porque tinha certeza de alforriá-la. Depois que ela fosse solta, eles planejavam uma fuga. Mas o senhor de Marcos desconfiou da conspiração e o torturou durante dias, mandando ele confessar que fora ele quem achou o diamante. O negro morreu sem confessar. O senhor de Marcos convicto de que o diamante era de fato seu, contratou advogados e iniciou uma demanda sensacional para reivindicar a joia. Mas ele perdeu a demanda[4].

O comprador H. Halphen e Associados de Paris levou a pedra para Europa e lhe deu o nome de Estrela do Sul. Anteriormente o seu nome era Casimira, em homenagem ao senhor da escrava Rosa[4]. A primeira exibição pública da pedra ocorreu em 1862 no Great London Exposition, logo em seguida, em 1867 foi exposta na International Exposition de Paris. Em ambas ocasiões o Estrela do Sul recebeu muita atenção[5].

Essa pedra foi posteriormente enviada para uma casa especializada em negociação de diamantes na India, onde foi iniciada a negociação de sua venda para um Marajá pelo preço de 110 000 libras esterlinas. Mas a negociação fracassou e o diamante retornou para Halphen e Associados[6].

Durante a estada do diamante na India, o príncipe Mallhār Rāo da família real de Gaekwad tomou conhecimento sobre a existência do Estrela do Sul. Ele nomeou E.H. Dresden de Londrês para comprá-lo, que realizou a compra por 80 000 libras. O Estrela do Sul esteve nas mãos da família Gaekwad por décadas. Mais tarde ele foi montado em um colar junto com também famoso diamante Dresden Inglês[7].

O Estrela do Sul foi posteriormente comprado por Rustomjee Jamsetjee de Mumbai, que vendeu para Cartier em 2002[7].

Disputa[editar | editar código-fonte]

Depois que o diamante foi comprado por Cartier, Sangrām Sihn, filho mais novo do Marajá Pratāp Sihn Gaekwad, alegou que o Estrela do Sul estava listado nos bens da herança da família Gaekwad, a qual é disputada judicialmente por vários membros a referida família, portanto, não poderia ter sido vendido. Sangrām Sihn anunciou que pretende rastrear como o diamante chegou até Cartier e tomar as medidas legais cabíveis[8].

Mesmo assim, a Casa Cartier o pôs a venda em 2004[9]

Referências

  1. http://famousdiamonds.tripod.com/starofthesouthdiamond3.jpg
  2. a b W. Jones (1880-04-11). "The Star of the South" (.pdf). History of Precious Stones (The New York Times). Retrieved 2008-11-02
  3. a b c d http://famousdiamonds.tripod.com/starofthesouthdiamond.html
  4. a b c CHAVES, Camilo, Caiapônia, Romance da Terra e do Homem do Brasil Central, 3ed, Editora Ituiutaba, 1998, 245p.
  5. "Star of the South Diamond-Famous Diamonds". InternetStones.com. Retrieved 2008-11-02.
  6. The Star of the South - Famous Diamond". Diamond Articles - The Diamond Library. Retrieved 2008-11-02
  7. a b http://famousdiamonds.tripod.com/dresdengreendiamond.html
  8. Rupera, Prashant (2007-03-28). "Gaekwad's Star of the South diamond sold". The Times of India. Retrieved 2008-11-02
  9. http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2004/09/16/ult34u104712.jhtm

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