Eta Carinae

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Eta Carinae
Eta Carinae
Imagem do Telescópio Espacial Hubble mostrando Eta Carinae e a Nebulosa Homúnculo em volta da estrela.
Dados observacionais (J2000)
Constelação Carina
Asc. reta 10h 45m 03,6s[1]
Declinação -59° 41′ 04,3″[1]
Magnitude aparente -0,8 a 7,9[2]
4,47 (fevereiro de 2011) [3]
Características
Tipo espectral WR pe
Cor (U-B) -0,45
Cor (B-V) 0,61
Variabilidade Variável azul luminosa[2]
Astrometria
Velocidade radial -25,0 km/s[1]
Mov. próprio (AR) -7,6 mas/a[1]
Mov. próprio (DEC) 1,0 mas/a[1]
Detalhes
Massa 100–150[4] M
Raio 85–195 [5] R
Luminosidade 5 × 106 L
Temperatura 36 000–40 000 K
Idade <3 × 106 anos
Outras denominações
HD 93308, HR 4210, CD-59 3306, SAO 238429
Eta Carinae

Eta Carinae é uma estrela da constelação da Quilha, ou "Carina", em latim, que dista 7500 anos-luz da Terra. É visível no Hemisfério Sul, mas não no Hemisfério Norte. De tamanho muito grande (segundo a estimativa mais alta seu raio pode medir 0,9 unidades astronômicas), seu aspecto mais marcante é a variação de seu brilho em várias ordens de magnitude.

Quando foi pela primeira vez catalogada em 1677 por Edmond Halley, era uma estrela de magnitude 4, mas em 1843, após uma erupção que ejetou uma nuvem de poeira 500 vezes maior que o sistema solar[6], ficou mais brilhante, atingindo o brilho de Sirius, apesar de sua enorme distância. Depois disso (entre 1900 e 1940), a magnitude era apenas de 5. Em 2002, tinha magnitude 8, tendo de repentinamente ter dobrado o seu brilho entre 1998 e 1999.

Tudo indica tratar-se de uma sistema binário de estrelas muito próximas uma da outra. A estrela de menor diâmetro é a mais quente (30 000 °C) e a outra com o triplo do diâmetro é mais fria (15 000 °C), mas duas vezes mais brilhante. Este sistema estelar está envolto numa densa nuvem de gases e poeiras, que forma uma nebulosa 400 vezes mais extensa do que o Sistema Solar, conhecida como a Nebulosa de Eta Carinae (ou NGC3372). A perda de luminosidade deve-se, possivelmente, a uma consequência da aproximação máxima entre as duas estrelas, o periastro, altura em que a estrela menor encobre quase metade da maior. A diminuição de brilho é equivalente a 20 vezes o do Sol, mas brilhando como 4 a 5 milhões de sóis. O período de rotação das estrelas (uma em relação à outra) é de 5,5 anos.

O que torna Eta Carinae especial é o seu brilho muito instável e de forma extremamente rápida, devido à poeira e o encobrimento da estrela maior pela menor, ao contrário das outras estrelas visíveis a partir da Terra. Em 1830, brilhava tanto como Sirius (a estrela mais brilhante). Atualmente, só é visível em locais muito escuros, sendo o seu brilho muito baixo; há 40 anos atrás até era necessário um telescópio para a poder observar.

O astrônomo brasileiro Augusto Damineli, professor do IAG-USP, é um dos que afirmam que a estrela é uma variável pois a cada cinco anos e meio, segundo ele, acontece uma redução no seu brilho, já outros astrônomos não aceitavam essa teoria, no entanto em 1997, ocorreu uma nova redução do brilho, o fenômeno foi confirmado. Em 2003, graças aos registros de mais de 50 especialistas apoiados nas observações através de telescópios terrestres e em órbita, finalmente confirmou-se tratar-se mesmo de mais uma estrela variável do tipo SDOR - Estrelas de alta luminosidade binária, com variações entre 1 a 7 magnitudes, associadas e envoltas em material em expansão próprio das nebulosas.

Estrelas muito grandes como Eta Carinae esgotam seu combustível muito rapidamente devido à sua desproporcionalmente alta luminosidade. Espera-se que Eta Carinae possa explodir como uma supernova ou hipernova dentro de algum tempo nos próximos milhões de anos.

Ver também

Referências

  1. a b c d e «SIMBAD basic query result». SIMBAD. Consultado em 26 de março de 2011 
  2. a b «GCVS Query=Eta+Car». General Catalogue of Variable Stars @ Sternberg Astronomical Institute, Moscow, Russia. Consultado em 24 de novembro de 2010 
  3. Eduardo Fernández Lajús. «Optical monitoring of Eta Carinae». Universidad Nacional de La Plata 
  4. «Eta Carinae: New View of Doomed Star». Chandra X-ray Center. Consultado em 25 de abril de 2008 
  5. http://etacar.umn.edu/etainfo/basic/
  6. Canal Ciência, 04/04/2008

Ligações externas