Eunice Michiles

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Eunice Michiles
Eunice Michiles
Eunice Michiles
Senadora pelo Amazonas
Período 12 de maio de 1979
até 31 de janeiro de 1987
Deputada federal pelo Amazonas
Período 1º de fevereiro de 1987
até 31 de janeiro de 1991
Deputada estadual pelo Amazonas
Período 1º de fevereiro de 1975
até 31 de janeiro de 1979
Dados pessoais
Nome completo Eunice Mafalda Berger Michiles
Nascimento 10 de julho de 1929 (94 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade brasileira
Progenitores Mãe: Edith Schwantes
Pai: Teófilo Berger
Cônjuge Darci Augusto Michiles
Filhos(as) Darcy Humberto Michiles
Partido ARENA (1974-1979)
PDS (1980-1986)
PFL (1986-1990)
PDC (1990-1991)
PL (1991–presente)
Religião Adventista do Sétimo Dia[1]
Profissão Comerciária, funcionária pública e professora

Eunice Mafalda Berger Michiles (São Paulo, 10 de julho de 1929) é uma professora e política brasileira que representou o Amazonas no Congresso Nacional. Foi a primeira mulher a ocupar um assento no Senado Federal pelo voto popular e a segunda depois da Princesa Isabel (senadora vitalícia por direito dinástico).[2][3][4]

Eunice Michiles enfrentou resistência por parte de seus colegas do sexo masculino, que não concordaram com os projetos de lei que ela propôs para assegurar direitos para as mulheres.[1]

Dados biográficos[editar | editar código-fonte]

Filha de Teófilo Berger, catarinense, e de Edith Schwantes, gaúcha, Eunice nasceu no distrito de Santo Amaro na capital paulista numa família de origem alemã.[5]

Comerciária, funcionária pública e professora primária, Eunice estudou no Colégio Adventista Brasileiro (atual UNASP) e em 1947 lecionou na Escola de Aplicação da Escola Normal Adventista de São Paulo e lá permaneceu um ano concluindo o curso normal. Após casar-se com Darci Augusto Michiles mudou-se para Maués, Amazonas, onde sua experiência em educação a fez lecionar e ocupar cargos de direção no Grupo Escolar Santina Filizola, no Ginásio de Maués, na Escola Normal e no Serviço Municipal de Educação (1958-1962).

Eunice Michiles, foi eleita vereadora na cidade em que vivia com quinhentos votos, sendo a vereadora mais votada no interior do Amazonas, ela disputou o pleito pelo PTB, porém, ela foi cassada na primeira sessão e teve os direitos políticos suspensos por dez anos, sendo visto como uma perseguição política no âmbito do Regime Militar de 1964.

Membro do diretório regional da ARENA foi eleita deputada estadual em 1974 e candidata a senadora em 1978 por uma sublegenda sendo eleita primeira suplente de João Bosco de Lima.[nota 1] Com a morte do titular logo no início da legislatura, deixou a Secretaria do Trabalho e Ação Social do governo José Lindoso e foi efetivada,[6] transferindo-se para o PDS com o retorno ao pluripartidarismo.

Cartaz de campanha Eunice Michiles em 1978 pela Arena. (acervo: Biblioteca Nacional).

No Senado Federal[editar | editar código-fonte]

Com sua posse finalmente a mulher chegou ao Senado Federal mediante um processo eletivo, visto que a Princesa Isabel foi senadora por direito dinástico durante o Império. Em 1990 chegam à Câmara Alta pelo voto direto as senadoras Júnia Marise (Minas Gerais) e Marluce Pinto (Roraima) e desde então pelo menos uma mulher obtém uma cadeira senatorial a cada eleição. A passagem de Eunice Michiles pelo parlamento foi marcada pela criação do Movimento da Mulher Democrática Social (MMDS) e pelo voto em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 1985.[7][8]

Eleita deputada federal pelo PFL em 1986,[9] integrou a Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição de 1988,[10] mas não obteve êxito ao disputar a reeleição pelo PDC em 1990. Eleita conselheira do Tribunal de Contas do Amazonas, foi vice-presidente do colegiado até aposentar-se por idade em 1999.

Residente em Brasília é mãe de Humberto Michiles, que foi deputado estadual, prefeito de Maués e deputado federal pelo Amazonas.[11] Tem mais três filhos.

Obras publicadas[editar | editar código-fonte]

  • A mulher e o planejamento familiar;
  • A evasão do ouro no Amazonas;
  • Uma nova alternativa econômica e social para o Brasil: a cultura do guaraná;
  • Uma visão feminina sobre problemas sociais.[10]

Notas

  1. Obteve 32.819 votos (Almanaque Abril 1986; p. 60).

Referências

  1. Souza, Michelle Rabelo de. (2017). Eunice Michiles e a política: uma história para contar (PDF). Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas 
  2. Ricardo Westin (7 de maio de 2019). «Primeira senadora tomou posse há 40 anos e foi recebida com flor e poesia». agenciasenado.com. Agência Senado. Consultado em 20 de setembro de 2019 
  3. BARBOSA, Henrianne - Eunice Michiles, a primeira senadora do Brasil. RR Donnelley Moore ISBN 8590682501.
  4. Direito de voto feminino completa 76 anos no Brasil; saiba mais sobre essa conquista Folha.com. (Fevereiro, 2008).
  5. Ofício de registro civil do subdistrito de Santo Amaro (15 de julho de 1929). «Talão do registro de nascimento de Eunice Mafalda Berger». Consultado em 9 de agosto de 2022 
  6. Posse de senadora será hoje (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 31/05/1979. Página visitada em 30 de agosto de 2011.
  7. «Senado Federal do Brasil: senadora Eunice Michiles». Consultado em 20 de setembro de 2019 
  8. Sai de São Paulo o voto para a vitória da Aliança (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 16/01/1985. Primeiro caderno, p. 06. Página visitada em 20 de setembro de 2019.
  9. «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 20 de setembro de 2019 
  10. a b BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia da deputada Eunice Michiles». Consultado em 20 de setembro de 2019 
  11. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Humberto Michiles». Consultado em 20 de setembro de 2019