Euterpe precatoria

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Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Subclasse: Arecidae
Superordem: Arecanae
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
Subfamília: Arecoidae
Tribo: Areceae
Subtribo: Euterpeinae
Género: Euterpe
Espécie: E. precatoria
Nome binomial
Euterpe precatoria
Mart. 1842

O açaizeiro, açaí-do-amazonas ou açaí-solitário[1] (Euterpe precatoria) é uma espécie botânica de palmeira, nativa da América do Sul, especificamente da Amazônia. Está distribuída também por América Central, as Antilhas e por a bacia Amazônica.[2]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Caule solitário, de 3 a 20 m de altura e 4 a 23 cm de diâmetro;[3] pardo a gris com cicatrizes anulares; raízes de 3 dm compactas, escamosas; seus extremos antes de tocar o chão se recubram de uma substancia mucilaginosa clara. Coroa com 10 a 15 folhas,[2] com ráquis de 2 a 3,5 m de longitude,[4] compostas com 60 a 90 pínulas.[2] Os pecíolos formam embaixo de suas bases um envoltório verde ao final do caule de 1 a 1,5 m de longitude, do que se extrai o palmito.

Florescência com pedúnculo de 20 cm e ráquis de 40 cm de longitude, com 90 ráquilas. Frutos esféricos de cor preto violáceo e 1 cm de diâmetro com semente globosa.[2] O racemo pode apresentar mais de mil frutos.[4]

Usos[editar | editar código-fonte]

O mesocarpo fresco é a parte mais utilizada do fruto, de onde é extraído um líquido espesso chamado "vinho de açaí", amplamente consumido na Amazônia.[1] Dos frutos se extrai também óleo[5] e um corante preto para enfeitar o corpo nas cerimônias.[5] Os frutos desta planta são muito semelhantes aos açaís (Euterpe oleracea) e como eles são comestíveis e consumidos na forma de bebidas, doces e sorvetes.

Nas comunidades[5] o principal uso esta é como fonte de alimento, coletando os frutos para consumir como suco, "vinho", "leite", massa o subprodutos deles ou como fonte de palmito ou para obter a larva Rhynchophorus palmarum; mas também têm importantes usos medicinais e para elaborar artesanatos.[5]

Também é importante seu uso para a construção de moradias e para elaboração de diferentes elementos culturais e ferramentas ou utensílios domésticos. Os caules são utilizados muito na construção das moradias para fazer as paredes e para elaborar as tábuas das mesas e das prateleiras. Igualmente, se utilizam para fazer lanças para a caça de animais.[5] Um uso pouco frequente mas mencionado é a utilização dos estipes para erigir cercas.[4] Agora se usa o tronco como matéria-prima para fabricar polpa para papel.[5]

As raízes têm usos medicinais,[3][5] especialmente contra o dor muscular e as mordidas de serpente; também se utilizam para que o cabelo cresça bem e muito preto. Evita que as mulheres grávidas percam cabelo (Borchsenius et al. 1998[5]). La decocção das folhas se utiliza para aliviar o dor de peito.[3] As folhas e raízes ternas se maceram e bebem para curar a gripe.[5] As folhas se utilizam em ocasiões para cobrir as casas;[5] e o miolo é consumido como palmito.[2]

Referências

  1. a b Aguiar, Madalena Otaviano e Maria Sílvia de Mendonça 2003. Morfo-anatomia da semente de Euterpe precatoria Mart. (Palmae); Revista Brasileira de Sementes 25(1). Pelotas.
  2. a b c d e Galeano, Gloria 1992. Las palmas de la región de Araracuara. Estudios en la Amazonia colombiana. Bogotá: Facultad de Ciencias Naturales, Universidad Nacional de Colombia. Segunda Edición. p.p. 96-97.
  3. a b c Henderson, Andrew; Gloria Galeano & Rodrigo Bernal 1995. Field Guide to the Palms of Americas. Princeton University Press, Princeton, New Jersey. pp. 124.
  4. a b c La Rotta, Constanza Especies utilizadas por la comunidad miraña. Bogotá: Editorial Presencia; WWF-FEN. p.p. 293-294.
  5. a b c d e f g h i j Castaño Arboleda, Nicolás; Dairon Cárdenas López Dairon y Edgar Otavo Rodríguez (Eds.) 2007. Ecología, aprovechamiento y manejo sostenible de nueve especies de plantas del departamento del Amazonas, generadoras de productos maderables y no maderables. Instituto Amazónico de Investigaciones Científicas –Sinchi, Corporación para el Desarrollo Sostenible del Sur de la Amazonia - CORPOAMAZONIA. Bogotá, Colombia. 266 pág.

Ver também[editar | editar código-fonte]