Extrema-esquerda

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Extrema-esquerda, dentro do conceito da existência de uma esquerda e direita, é um termo empregado em muitos países da Europa e das Américas para designar correntes políticas situadas à esquerda dos partidos socialistas e dos partidos comunistas tradicionais.[1] Assim, pode aplicar-se genericamente a qualquer partido de esquerda mais radical do que os partidos comunistas criados a partir da III Internacional, ou aos movimentos revolucionários anticapitalistas. As vertentes de extrema-esquerda são mais favoráveis a Ditadura do Proletariado, defendendo um Estado provisório porém centralizador, de caráter marxista-leninista.

Embora geralmente defendam reformas radicais do sistema social, político e econômico, distribuição equitativa da riqueza e descentralização do controle dos meios de produção, não são necessariamente marxistas, ainda que frequentemente sejam relacionadas ao marxismo. Para certos setores da extrema esquerda, os partidos comunistas expressam a degeneração do regime soviético em capitalismo ditatorial de Estado ou se converteram em partidos burgueses, ao aceitar a participação no modelo parlamentar usual. Radicalmente oposta à extrema-direita no espectro ideológico, atualmente uma das linhas de atuação da extrema-esquerda é a oposição, de caráter internacionalista, às políticas de globalização financeira e ideológica.

A extrema esquerda visa a igualdade social e ao desmantelamento de todas as formas de estratificação social. Esquerdistas mais extremistas procuram abolir todas as formas de hierarquia, nomeadamente a distribuição desigual de riqueza e poder. A extrema esquerda procura uma sociedade em que todos têm oportunidades econômicas e sociais iguais e ninguém tem mais riqueza ou poder do que qualquer outra pessoa.[2]

A extrema esquerda tipicamente acredita que os sistemas desiguais devem ser derrubados pela revolução, a fim de estabelecer sociedades igualitárias, enquanto a centro-esquerda busca alcançar o igualitarismo dentro do próprio sistema democrático.[2] Nas sociedades que toleram dissidências, grupos de extrema-esquerda costuma participar no processo democrático para avançar seus objetivos.[3] As demandas da extrema-esquerda são de mudanças radicais para desmantelar sociedades desiguais, incluindo o confisco da riqueza que está concentrada em uma pequena elite e a redistribuição da riqueza de maneira igualitária.[2]

Extrema-esquerda em Portugal

Exemplo de grupos ou partidos supostamente pertencentes à extrema-esquerda em Portugal foram o Partido Comunista de Portugal (marxista-leninista) (PCP(m-l)), o Comité Marxista-Leninista Português (CM-LP), o Partido Trabalhista (PT), o Partido Comunista (Reconstruído) (PC-R) e a União Democrática Popular (UDP).

Extrema-esquerda no Brasil

Exemplo de grupos ou partidos supostamente pertencentes à extrema-esquerda no Brasil, mas que participam de eleições, são o Partido Comunista Brasileiro (PCB), Partido Comunista Revolucionário (PCR), a Insurgência, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), a Liberdade, Socialismo e Revolução (LSR), o Partido da Causa Operária (PCO), e a Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST).

Obviamente, grupos políticos como o Movimento Estudantil Popular Revolucionário, que são antirrevisionistas ou organizações e grupos de orientação libertária e anarquista também são exemplos da esquerda radical, que rejeitam o capitalismo e o poder representativo do Estado burguês na sua visão politica.

Ver também

Referências

  1. Segundo Serge Cosseron (Dictionnaire de l'extrême gauche, p. 20), a expressão se aplica a "todos os movimentos situados à esquerda do partido comunista".
  2. a b c Woshinsky, Oliver H., Explaining Politics: Culture, Institutions, and Political Behavior (Oxon, England, UK; New York, New York, USA: Routledge, 2008) pp. 145–149.
  3. Martin, Gus, Essentials of Terrorism: Concepts and Controversies (London: Sage Publications, Ltd., 2008) p. 28.

Bibliografia

Ligações externas

Referências

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