Faraó

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 Nota: Para outros significados, veja Faraó (desambiguação).
HIERÓGLIFO
O1
O29
Faraó
"a Grande Casa"
Os faraós são geralmente representados vestindo o toucado denominado nemes e uma saia
O faraó Tutancâmon

Faraó era a designação (título) atribuído aos reis (com estatuto de deuses) no Antigo Egito. Tem sua origem imediata do latim tardio Pharăo -onis, por sua vez do grego Φαραώ e este do hebraico Par῾ōh, termo de origem egípcia que significava propriamente "casa elevada", indicando inicialmente o palácio real. O termo, na realidade, não era muito utilizado pelos próprios egípcios. No entanto, devido à inclusão deste título na Bíblia, mais especificamente no livro do "Êxodo", os historiadores modernos adoptaram o vocábulo e generalizaram-no, um equívoco.[carece de fontes?] Seu adjetivo é o faraônico[1]. Seu trono se chama trono faraônico (não real) (anti-nobiliarquia), um faraó é diferente por exemplo do rei da espanha, haja visto isso até mesmo pelo seu adjetivo não ser o real e sim o faraônico. E pode ser súdito de um imperador por exemplo (apenas só por anexação - devido a sua natureza política); Devido ao que foi exposto acima se deduz que a posição de faraó, ainda que ele possa ser súdito ou soberano, não faz parte da nobiliarquia.

A imagem que o grande público tem, vem, em grande parte, daquela que nos é dada pelas grandes produções cinematográficas (pepluns) de Hollywood - os chamados filmes bíblicos dos anos 1950, nos quais o faraó aparece como um monarca todo poderoso que governa de modo absoluto, rodeado de uma corte de servos e obrigando uma multidão de escravos a construir monumentos em sua honra - como nos filmes Land of the Pharaohs (A Terra dos Faraós de Howard Hawks, 1955) ou em The Ten Commandments ("Os Dez Mandamentos" de Cecil B. DeMille, 1956).

Mas, ainda que muitos dos faraós tenham sido, sem dúvida, déspotas - a ideia da monarquia absoluta tem aqui os seus primórdios - a verdade é que este termo abrange uma grande variedade de governantes, de índoles e interesses diversos. Em cerca de três mil anos de tradição faraónica, passaram pelo trono do Egipto homens (e algumas mulheres) com aspirações bem diferentes. Desde os misteriosos construtores das pirâmides de Gizé, ao poeta místico Aquenáton, passando pelo lendário Ramsés II, encontramos toda uma diversidade de indivíduos que, no seu conjunto, governaram uma das mais influentes civilizações da história por um longo tempo.

História

É difícil determinar datas precisas na história dos faraós, já que os testemunhos desta época são escassos, além de virem de uma época em que a própria história estava nos seus primórdios (isto é, a escrita ainda estava nos seus inícios). A tradição egípcia apresenta Menes (ou Narmer, em grego) como sendo o primeiro faraó ao unificar o Egito (até então dividido em dois reinos). Segundo esta tradição, este seria o primeiro governante humano do Egipto, a seguir ao reinado mítico do deus Hórus. Documentos históricos, como a Paleta de Narmer, parecem testemunhar essa reunificação sob o faraó Menés, cerca de 3100 a.C, ainda que os egiptólogos pensem que a instituição faraónica seja anterior. Por isso, se fala também de uma dinastia 0.

Quanto ao último dos faraós, todos estão de acordo em dizer que se tratou de Cesarião (Ptolomeu XV), filho de César e Cleópatra VII, pertencente à Dinastia Lágida.

Estatuto e papel dos faraós

Mais que um simples rei, o faraó era também o administrador máximo, o chefe do exército, o primeiro magistrado e o sacerdote supremo do Egito (sendo-lhe, mesmo, atribuído carácter divino).

Em muitos casos, cabia ao faraó decidir, sozinho, a política a seguir. Na prática era frequente que delegasse a execução das suas decisões a uma corte composta essencialmente por:

HIERÓGLIFO
Y3A2
Escriba
  • Escribas, que registravam os decretos, as transações comerciais e o resultado das colheitas, funcionando como oficiais administrativos e burocracia de Estado.
  • Generais dos exércitos e outros oficiais militares, que organizavam as campanhas das guerras que o Faraó pretendesse empreender;
  • Um Tjati (Vizir), que funcionava como primeiro-ministro, e auxiliava o faraó nas mais variadas funções, da justiça as campanhas militares.
  • Sacerdotes, incumbidos de prestar homenagem aos deuses, no lugar do faraó;

De acordo com a mitologia egípcia, o próprio corpo do faraó era divino, já que o seu sangue teria origem no seu antepassado mítico, o deus Hórus.

O estatuto e papel do Faraó são, portanto, hereditários, transmitindo-se pelo sangue. Apesar do papel subalterno das mulheres nesta sociedade, os egípcios preferiram, por vezes, ser dirigidos por uma mulher de sangue divino (como Hatchepsut) que por um homem que o não seja (sendo interessante que até Hatchepsut é representada em esculturas ostentando uma farta barba, símbolo de masculinidade e sabedoria). As linhagens faraónicas nunca chegaram, contudo, a prolongar-se durante muito tempo, interrompidas que eram por invasores e golpes de estado.

Quando o reinado de um faraó perfizesse um longo número de anos (em geral, trinta anos), era comum organizar-se uma Festa-Sed, com o fim, ritual, de restabelecer o seu vigor, de forma a mostrar ao povo que o seu governante ainda era capaz de comandar os destinos da nação.

A Festa de Opet

A Festa de Opet, rituais celebrados para o rejuvenescimento do faraó e dos deuses, era realizada todos os anos. Estas celebrações podem ter sido criadas pelo faraó Amenófis III e ampliado por Ramsés II, onde a estátua do deus Amon-Rá era levada de Karnak a Luxor e retornava em uma barcaça.

As referências disponíveis sobre a festa de Opet datam do início do Novo Império e afirmam que a celebração começava no segundo mês da época das cheias do Nilo e se estendiam por 11 dias. Ao final do reinado de Ramsés II passa a ocupar 27 dias.

Durante a 18ª Dinastia o itinerário da festa se deslocou da terra para o rio. O rei se deslocava para Luxor a bordo de sua barca cerimonial e cada estátua era transportada numa embarcação parecida. No fim da festa, as correntes do rio Nilo os traziam de volta a Karnak. E quanto mais os Faraós fortaleciam seu poder, mais recursos canalizavam para construção de seus túmulos e estas construções eram feitas em boa parte na época das cheias do Nilo.

Roma, e depois

O Egito tornou-se numa província de Roma, sob a soberania de César Augusto, em 30 a.C., até 395. Desta data até 642, fez parte do Império Bizantino. É, depois, conquistado pelos muçulmanos da dinastia dos omíadas.

Dinastias faraónicas

Ver artigo principal: Lista de faraós

Esta é uma lista das diversas dinastias. Veja lista de faraós para uma lista de indivíduos que usaram o título.

Período arcaico: até 2686 a.C.

Império Antigo: 2686-2181 a.C.

Primeiro período intermédio: 2181-2040 a.C.

Império Médio: 2134-1782 a.C.

Segundo Período Intermediário: 1782-1570 a.C.

Império Tardio: 730-343 a.C.

Domínio Persa e Grego: 343-309 a.C.

Dinastia Ptolomaica: 305-30 a.C.

Ver também

Ligações externas

Wikcionário
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O Wikcionário tem o verbete Faraó.
  1. «Signficado do adjetivo faraônico». dicionarioweb.com.br. Consultado em 13 de março de 2015