Fezes

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Nota: Este artigo de Biologia sobre fezes faz referência aos animais em geral. Para fezes derivada do corpo humano, veja fezes humanas. Se procura ainda o ato de "expelir" as fezes, consulte defecação.
Fezes de uma mula

Fezes ou excrementos é o material restante após a digestão e absorção dos alimentos pelo tubo digestivo dos animais, expelido pelo ânus (ou cloaca) no ato de defecar. A palavra faeces (em latim) é o plural para o significado de "resíduos". Não existe a forma singular da palavra em português.

O odor característico das fezes se deve a ação bacteriana. As bactérias produzem compostos tais como indóis, escatóis e tióis (compostos contendo enxofre), assim como o gás sulfeto de hidrogênio. Estes são os mesmos compostos responsáveis pelo odor da flatulência. O consumo de vários tipos de alimentos pode ser responsável pelo odor das fezes e flatulência. Comidas com certos tipos de condimentos podem modificar os processos digestivos alterando a flora bacteriana e aumentando a possibilidade de maior odor. Existem produtos especiais produzidos com o intuito de reduzir os odores das fezes.

Alguns tipos de fezes de animais podem ser usadas como fertilizantes (estrume), enquanto que outras, principalmente de ruminantes, podem ser usadas como uma fonte de combustível.

Em ciências

As fezes das minhocas ajudam as plantas a conseguirem nutrientes

Para os cientistas, as fezes (ou material fecal) podem fornecer informações importantes sobre a dieta e vida de um animal. Através de análise laboratorial, observando a consistência e odores das fezes, o cientista pode compreender o escopo de atividades físicas e metabólicas do animal, sendo que, em uma última análise, mais criteriosa podendo revelar claramente os hábitos alimentares de uma criatura.

As fezes podem ser usadas para obter mais informações, além dos hábitos alimentares e dieta dos animais. O DNA encontrado nas células intestinais e processos metabólicos de vários hormônios podem ser usados para identificar diferenças genéticas e stress respectivamente.

Coprofagia é a prática de comer fezes. Isto é raro, mas alguns herbívoros com uma dieta de alto teor de fibras/baixo teor de proteína (tal como os coelhos) comem as próprias fezes como sendo parte normal do metabolismo. As plantas em questão, que o animal consome são digerida em duas etapas, com o produto da primeira sendo re-engolido diretamente após a passagem pelo anus. Depois que o material é re-digerido, o material indigesto e não aproveitável pelo organismo será excretado normalmente.

Fezes fossilizados são conhecidas como coprólitos, e formam uma importante classe de objetos estudados no campo da paleontologia. As fezes fossilizadas de dinossauro são os exemplos encontrados na maioria das vezes.

Terminologia relacionada

Escatologia, ou Coprologia, é o estudo das fezes. Este termo não deve ser confundido com seu homônimo, Escatologia (filosofia), que é uma parte da filosofia que discute assuntos como o destino do reino humano ou o final do mundo.

Informalmente, as palavras "excremento", "cocô", "serviço" (sentido figurado), "merda", "bosta", e "caca" são usadas popularmente, vez ou outra, como sinônimo de fezes. Por exemplo, a palavra "merda" é o termo vulgar para fezes no Brasil.

Coprofilia, também conhecido como fecofilia, é uma atração sexual pelo material fecal. Coprofobia, também conhecido como fecofobia, é o medo de fezes ou excremento humano em geral.

Contaminação fecal

Bactéria fecal ampliada a 10,000x vezes

Um exame rápido para verificação se existe contaminação fecal em fontes de água ou solo é determinar a presença da bactéria Escherichia coli executados com a ajuda de procedimentos com ágar MacConkey ou placa de Petri. As bactérias E. coli se desenvolvem em colônias vermelhas nas temperatura de aproximadamente 43 °C (110 °F) durante a noite.

Enquanto quase todas variantes da bactéria E. coli são inofensivas, sua presença indica a contaminação fecal, e provavelmente uma grande possibilidade da existência de outros organismos mais perigosos.

Fezes humanas

Ver artigo principal: Fezes humanas

Nos seres humanos, as fezes podem ser expelidas de uma a três vezes ao dia; e dependendo do indivíduo e das circunstâncias, até mais vezes por dia. O endurecimento (ressecamento) das fezes pode causar interrupção prolongada na rotina digestiva, sendo conhecido como um estado de obstipação.

A matéria fecal humana pode variar significativamente em aparência, dependendo da dieta e saúde do indivíduo. Normalmente é semi-sólida, com uma camada de muco. Sua coloração marrom vem de uma combinação de bílis e células vermelhas (hemácia) mortas. Em bebês recém-nascidos, o material fecal é inicialmente amarelo/esverdeado, após o meconium. Esta coloração vem apenas da presença de bílis. Com o tempo, como o corpo começa expulsar do sangue o excesso de células vermelhas mortas, adquire sua aparência marrom característica, a menos que o bebê seja alimentado somente no peito, caso em que permanece macio, amarelo empalidecido, com cheiro não desagradavelmente, até que o bebê comece a comer quantias significativas de outro alimento. Durante a vida de um ser humano comum, ao menos uma vez pode ocorrer a existência de muitos tipos de fezes. Fezes variando de tonalidades e aparência entre o "verde" e às vezes "cor-de-barro" claro denotam uma diminuição de células vermelhas expelidas. A sobrecarga de bílis é muito rara, e não costuma ser uma ameaça a saúde. Alguns problemas mesmo com uma simples diarreia podem causar pequenos sangramentos nos vasos intestinais, tornando a coloração mais escura ou mesmo preta. Os alimentos às vezes também podem modificar a aparência das fezes. Alimentos normalmente não digeridos encontrados em fezes humanas costumam ser: sementes, pedaços de nozes, milho, e feijões, principalmente devido ao alto teor de fibras.

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