Filme da Treta

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Filme da Treta
Portugal Portugal
2006 •  cor •  91 min 
Género comédia
Direção José Sacramento
Roteiro Filipe Homem Fonseca
Eduardo Madeira
Elenco José Pedro Gomes
António Feio
Marco Horácio
Maria Rueff
José Raposo
António Melo
Joaquim Nicolau
Rui Paulo
Distribuição LNK Filmes
Lançamento 12 de Outubro de 2006
Idioma português

Filme da Treta é uma longa-metragem humorística portuguesa de 2006, produzido pela Sociedade Independente de Comunicação (SIC). Foi baseada na célebre peça teatral e televisiva Conversa da Treta.[1] O filme foi um sucesso de bilheteira, tendo sido um dos filmes portugueses mais vistos de sempre.[2]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

O filme é de teor humorista e satirizante, com um argumento marcado pelos trocadilhos e anedotas, continuando o estilo da peça de teatro no qual é baseado.[3] O filme adopta as mesmas personagens principais da peça, Zezé e Tóni, embora expanda o seu papel e o ambiente envolvente, dando a conhecer ao público a sua história e os membros das suas famílias.[3] O enredo inicia-se com Zezé a frequentar uma cabina de Peep show de um espectáculo, durante o qual a personagem tem uma visão apocalíptica, decidindo então abdicar das suas posses materiais e ingressar numa ordem religiosa, a Ordem dos Caracolários Descalços.[3] Durante a sua estadia no mosteiro, é visitado por Tóni, levando ambos a recordar as suas aventuras em comum, e o episódio que levou à entrada de Zezé na ordem religiosa, demonstrando ao mesmo tempo a força dos laços de amizade entre eles.[3] Entre as cenas recordadas pelas duas personagens, estão a a descoberta do caminho marítimo para Espanha montado num burro, lutas de galo, ao estilo oriental, com galos gays, a festa da feijoada com fados e tudo, as idas ao hospital, o mega engarrafamento, os filmes e o cinema, e Tóni no papel de Jim Morrinson.[3]

Retrato de António Feio, por Carlos Botelho.

Elenco[editar | editar código-fonte]

Produção[editar | editar código-fonte]

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

O filme consiste numa colagem de sketches humorísticos, tendo como principal fio à meada, as personagens de Toni, e Zezé, de «Conversas da Treta», que também foi passado pela SIC. A linguagem brejeira, mas sem palavrões, era uma marca do filme. Os personagens Zézé e Toni são baseados nos personagens holandeses [Van Kooten en de Bie], um alto menos esperto com botas de cowboy e o outro baixo, esperto e com bigode, ambos habitam num bairro degradado, Schilderswijk em Haia. As emissões holandesas foram transmitidas no princípio dos anos 80.[carece de fontes?]

O filme foi baseado na peça teatral Conversa da Treta, protagonizada pela dupla de José Pedro Gomes e António Feio, e que foi ao palco entre 1997 e 2000, com grande sucesso,[4] tendo sido depois adaptada ao rádio, à televisão[5] e de forma em livro.[6] A ideia de produzir um filme baseado na peça terá surgido num encontro entre os actores, António Feio e José Pedro Gomes, e o produtor Leonel Vieira, após o espectáculo A Treta Continua, no Coliseu de Lisboa.[3] Segundo José Pedro Gomes, já há algum tempo que ambos os actores tinham em mente realizar uma longa-metragem inspirada na peça teatral, devido ao sucesso obtido no teatro e na televisão.[7]

Elenco e equipa[editar | editar código-fonte]

As personagens principais, Zezé e Tóni, foram interpretados pelos actores José Pedro Gomes e António Feio, que já tinham protagonizado estes papéis na peça de teatro e na série televisiva.[3] O elenco contou igualmente com outras importantes figuras da televisão e cinema português, incluindo Maria Rueff, que interpreta a esposa de Zezé, José Raposo no papel da personagem Bifinhos, Marco Horácio como Zé Cágado, e António Melo como Galhetas.[7]

Os responsáveis pelo guião foram Filipe Homem Fonseca e Eduardo Madeira, ambos pertencentes à agência Produções Fictícias.[7] Eduardo Madeira também foi responsável pelo guião do filme cómico O Lampião da Estrela, e participou em várias séries de humor, como Os Contemporâneos, Estado de Graça e Donos Disto Tudo.[8] O filme foi realizado por José Sacramento,[9] que classificou o processo de adaptação de uma peça de teatro para o cinema foi «ingrato e difícil», embora tenha ficado satisfeito com o resultado, uma vez que foi baseado em «duas personagens muito cáusticas em relação à sociedade e com piadas mais evidentes e físicas e outras mais subtis e políticas.».[6]

Distribuição e filmagem[editar | editar código-fonte]

O filme custou cerca de 800 mil Euros, tendo sido financiado por capitais privados.[6] Entre as várias empresas responsáveis pela produção encontram-se a operadora televisiva Sociedade Independente de Comunicação (SIC), e a Stopline, de Leonel Vieira,[6] que foi um dos produtores do filme.[10] Foi distribuído pela empresa LNK.[7]

As filmagens foram feitas em Lisboa, tendo durado cerca de quatro semanas.[6]

Recepção[editar | editar código-fonte]

O filme foi apresentado pela primeira vez no Optimus Open Air.[carece de fontes?] Segundo dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual, o filme foi visto por 278.956 espectadores,[11] tendo ficado em quinto lugar na lista dos vinte filmes portugueses mais vistos em quarenta anos.[9] Foi igualmente o filme português mais visto em 2006, tendo conseguido angariar, nos seus primeiros três meses de exibição, mais do que o triplo dos espectadores de todos os outros filmes feitos em território nacional nesse ano.[12]

José Pedro Gomes foi nomeado para o prémio de melhor actor na edição de 2007 dos Globos de Ouro, pelo seu papel no Filme da Treta,[13] tendo perdido para José Afonso Pimentel, pelo filme Coisa Ruim.[14]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Faz 6 anos que António Feio morreu». Rádio Comercial. 29 de Julho de 2016. Consultado em 30 de Janeiro de 2021 
  2. «"Tiro e Queda": Leonel Vieira grava novo filme em Viana do Castelo». MAG. SAPO. 21 de Junho de 2018. Consultado em 30 de Janeiro de 2021 
  3. a b c d e f g ««Filme da Treta» também estreia hoje em salas de cinema do Algarve». Barlavento. 12 de Outubro de 2006. Consultado em 30 de Janeiro de 2021 
  4. «José Pedro Gomes e António Machado estreiam "Filho da treta"». Observador. 13 de Setembro de 2016. Consultado em 30 de Janeiro de 2021 
  5. CARRASCO, Tiago (7 de Outubro de 2016). «O humor, os amores e a treta de António Feio». Observador. Consultado em 30 de Janeiro de 2021 
  6. a b c d e «"Filme da Treta" é para o público rir e saborear». Público. 2 de Outubro de 2006. Consultado em 30 de Janeiro de 2021 
  7. a b c d VITÓRIA, Ana (17 de Setembro de 2006). «António Feio e José Pedro Gomes juntos em palco "Filme da treta" em Outubro Dupla protagonista de vários êxitos teatrais». Jornal de Notícias. Consultado em 30 de Janeiro de 2021 
  8. «Humor de Eduardo Madeira no Cineteatro Messias». Câmara Municipal de Mealhada. 28 de Setembro de 2019. Consultado em 30 de Janeiro de 2021 
  9. a b CARDOSO, Joana Amaral (25 de Agosto de 2015). «Estes são os 20 filmes portugueses mais vistos em 40 anos e O Pátio das Cantigas está no topo». Público. Consultado em 30 de Janeiro de 2021 
  10. «Fotos: Antestreia de 'Tiro e Queda' na Alfândega do Porto». Lux. 28 de Novembro de 2018. Consultado em 30 de Janeiro de 2021 
  11. CARVALHO, Diana (28 de Dezembro de 2020). «'Variações' estreia em sinal aberto». Espalha Factos. Consultado em 30 de Janeiro de 2021 
  12. «'Filme da Treta' é um dos mais vistos». Jornal de Notícias. 30 de Dezembro de 2006. Consultado em 30 de Janeiro de 2021 
  13. ROSA, André; PEREIRA, Rita (Maio de 2015). «Especial Globos de Ouro - Antevisão dos Vencedores (Parte 1)». Fantastic TV. Consultado em 3 de Fevereiro de 2021 
  14. FELÍCIO, Cátia (Dezembro de 2010). «O menino que queria ser engraxador». Forum Estudante (230). Lisboa: Grupo Forum. p. 22. Consultado em 3 de Fevereiro de 2021 – via Issuu 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


Ícone de esboço Este artigo sobre um filme é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.