Fitossociologia

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Fitossociologia é o estudo das características, classificação, relações e distribuição de comunidades vegetais naturais. Os sistemas utilizados para classificar estas comunidades denominam-se sistemas fitossociológicos. A fitossociologia visa obter variáveis quantitativas sobre as vegetações do planeta.

Originalmente, os estudos botânicos se restringiam apenas às coletas florísticas, onde as espécies de um dado local eram coletadas, ilustradas e descritas. Entretanto, para se comparar objetivamente a vegetação de duas ou mais áreas é preciso que variáveis numéricas sejam coletadas sobre cada indivíduo que ocorra nas unidades amostrais[1]. Na fitossociologia, para se obter variáveis comparáveis, é preciso se estabelecer unidades amostrais e um critério de inclusão. Todos os indivíduos que ocorrem nas unidades amostrais e atingem o critério de inclusão adotado têm variáveis alométricas registradas. Normalmente, se coleta como informação o diâmetro e altura das plantas que atingem o critério de inclusão estabelecido. Pelo diâmetro e altura se pode calcular a área basal de cada indivíduo, bem como seu volume. E pela número de indivíduos de cada espécie que ocorrem nas unidades amostrais, é possível calcular a frequência de cada espécie na comunidade. As unidades amostrais mais comuns são as parcelas e os pontos quadrantes[1]. As parcelas são uma figura geométrica (normalmente um quadrado ou retângulo) de área conhecida que é estabelecida na vegetação. Todas as plantas dentro da parcela que atingem o critério de inclusão adotado são, então, registradas. Já os pontos quadrantes são um método sem área fixa. Estabelece-se um ponto na vegetação e divide-se a área ao redor desse ponto e quatro quadrantes. Em cada um dos quadrantes, registra-se a planta mais próxima do ponto que atinge o critério de inclusão adotado. O número de indivíduos e a frequência de cada espécie amostrada, bem como suas áreas basais permitem o cálculo da tabela fitossociológica.

O objetivo da fitossociologia é o de atingir um modelo empírico da vegetação suficientemente exato através da combinação da presença e dominância de determinados táxons de plantas que caracterizam de forma inequívoca cada unidade de vegetação. De acordo com os fitossociólogos, o conceito de unidade de vegetação (ou vegetacional) pode exprimir conceitos bastante abstractos de vegetação (como o conjunto de todas as florestas de folha perene do Mediterrâneo Ocidental) ou então tipos de vegetação imediatamente reconhecíveis (como os sobreirais oceânicos de copa cerrada em dunas do Pleistoceno do sudoeste da Península Ibérica).

Tais unidades são denominadas sintaxa (singular sintaxon) e podem ser hierarquizadas num sistema denominado sinsistema ou sistema sintaxonómico. O acto de criar, melhorar ou ajustar é denominada de sintaxonomia.

Referências

Ligações externas

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  1. a b Moro & Martins, Marcelo Freire & Fernando Roberto (2011). Métodos de levantamento do componente arbóreo-arbustivo. Viçosa: Editora da Universidade Federal de Viçosa. p. 174-212. ISBN 9788572694063