Flor do Mal

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Flor do Mal
Flor do Mal
Álbum de estúdio de Zizi Possi
Lançamento 1978
Gênero(s) MPB
Idioma(s) Português
Formato(s) LP
Gravadora(s) Philips/Phonogram
Produção Luiz Roberto
Cronologia de Zizi Possi
Pedaço de Mim
(1979)

Flor do Mal é o álbum de estreia da cantora e compositora brasileira Zizi Possi, lançado em 1978,[1] pela gravadora Philips/Phonogram.[2]

Com gravações realizadas entre 1977 e 1978, o álbum reflete a transição da artista de Salvador para o Rio de Janeiro e sua ascensão na cena musical. Sob a coordenação de produção de Roberto de Santana, o repertório foi selecionado sem critérios rígidos, buscando se aproximar da imagem artística de Zizi.

O álbum apresenta tanto composições inéditas quanto regravações de artistas renomados, como Caetano Veloso e Ivan Lins, com uma abordagem diferenciada.

A recepção crítica ao álbum foi mista. Algumas análises elogiaram a voz e a performance de Possi, enquanto outras destacaram a falta de coesão entre as faixas.

Comercialmente, o álbum não alcançou grande popularidade entre o público.

Em entrevistas recentes, Possi demonstra não apreciar o disco: "Cinco pessoas me disseram o que eu teria de gravar e eu só obedeci. Pediram um tango, eu cantei. Um rock, eu cantei. Mas, na real, o que tinha da Zizi ali? Apenas a função".[3] A cantora também alegou que: "O disco não pintava o retrato da minha personalidade até porque, àquela altura, nem eu mesma sabia o que era. Estava lá a serviço de cantar".[3]

Produção e gravação[editar | editar código-fonte]

As gravações ocorreram entre 1977 e 1978, nessa época, tinha 21 anos e era uma recém chegada no Rio de Janeiro, após viver em Salvador por quatro anos, onde desenvolveu vários trabalhos, como: trilhas sonoras, jingles, aulas de educação artística para filhos de prostitutas, num projeto de recuperação social do governo da Bahia e participação em especiais da TV Aratu.[4][5] Os trabalhos tornaram-na conhecida e chamaram a atenção de Roberto Menescal que a convidou para lançar seu primeiro LP.[4][5]

A coordenação de produção ficou aos cuidados de Roberto de Santana.[6] Cinco pessoas pesquisaram o repertório entre outubro e janeiro,[7] sem nenhum critério rígido para a seleção.[8] Segundo Possi: "Pesquisamos muito. Cada vez mais a gente estava se aproximando de uma linha que vinha de encontro a minha imagem".[7]

Em entrevistas, Possi ressaltou a importância de uma "consciência nova", por esse motivo foram incluídas quatro canções inéditas e outras regravações (de artistas como Caetano Veloso, Ivan Lins, João Bosco e Paulo Cesar Pinheiro) com uma "roupagem" totalmente diferente.[7]

A música disco que estava em voga na época, faz-se presente em uma faixa que difere-se das demais.[7] Possi revelou que não impuseram-na a gravar no estilo e disse ser importante ter uma visão comercial: "No esquema em que a gente vive atualmente é importante tirar o lado comercial da coisa. Se você não se preocupa com isso não está se importando com o progresso do trabalho".[7] Ela também afirmou que: "é preciso que se enfrente a realidade tirando proveito dela".[7]

Lançamento e divulgação[editar | editar código-fonte]

A cantora chegou a se apresentar no programa de televisão Som 4, da TV Aratu, apresentado por Carlos Nunes. Na ocasião, cedeu entrevista ao apresentador e cantou algumas canções do álbum: "Sim, foi você", "Até Não Mais" e "Flor do mal".[9]

Recepção crítica[editar | editar código-fonte]

Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
Jornal do Commercio Favorável[10]
O Pasquim Mista[11]
Correio Braziliense Mista[12]

A recepção da crítica especializada foi, em maioria, mista. Raoul Saint, do Jornal do Commercio, qualificou-o como excelente e elegeu "Flor do Mal", Demônio de Guarda" e Magia" como seus destaques.[10]

Roberto Moura do seminário alternativo O Pasquim chamou os músicos de "competentes", os "arranjos triviais mas corretos" e o repertório de "previsível para as pretensões do disco". Sobre essa última afirmação ele pontuou que o álbum parecia ter sido feito para agradar a classe A, em detrimento da capa que assemelhava-se as da revista Vogue.[11] Ele finda a resenha pontuando que deveria se levar em conta o talento e gostos da artista ao invés de priorizar o lado comercial.[11]

Outros veículos disseram que faltava unidade entre as faixas mas elogiaram a voz e a performance da intérprete.[12]

A respeito das críticas, a cantora considerou que os comentários foram: "sem grandes pesos positivos, mas com grandes esperanças positivas".[13]

Desempenho comercial[editar | editar código-fonte]

Comercialmente, não obteve popularidade significativa junto ao público.[13]

Lista de faixas[editar | editar código-fonte]

  • Créditos adaptados do LP Flor do Mal, de 1978.[14]
Lado A
N.º TítuloCompositor(es) Duração
1. "Demônio de Guarda"  Ivan Lins, Vitor Martins 2:44
2. "Flor do Mal"  Aécio Flávio, Tibério Gaspar 2:05
3. "Até Não Mais"  Kledir Ramil 3:05
4. "Jura Secreta"  Abel Silva, Sueli Costa 4:37
5. "Irmão Sol, Irmã Lua"  Aécio Flávio, Léo Vitor 3:07
6. "Vida Noturna"  Aldir Blanc, João Bosco 2:58
Lado B
N.º TítuloCompositor(es) Duração
1. "Um Toque de Amor"  Guilherme Lamounier 2:50
2. "Magia"  Livi, Roberto Menescal 3:20
3. "Sim Foi Você"  Caetano Veloso 3:56
4. "Memórias"  Aécio Flávio, Tibério Gaspar 2:24
5. "Meu Pobre Blues="  Sergio Sampaio 3:02
6. "Cão Sem Dono"  Paulo César Pinheiro, Sueli Costa 2:51

Pessoal e créditos[editar | editar código-fonte]

Fonte: [14]

Referências

  1. «Zizi Possi - Flor do Mal». iTunes. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  2. «FLOR DO MAL». Consultado em 16 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 20 de janeiro de 2015 
  3. a b Preto, Marcos (26 de maio de 1978). «Em pedaços». Revista Cult. Consultado em 17 de dezembro de 2021. Cópia arquivada em 17 de dezembro de 2021 
  4. a b Arrázóla, Ana Lúcia (1984). «Zizi Possi - Eu tenho alma de cantora». Alto Madeira: 27. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  5. a b «Johnny Alf, Zizi Possi e A Cor do Som encerram o Pixinguinha». Diário de Pernambuco: 26. 6 de agosto de 1979. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  6. Xavier, Luiz Augusto (4 de maio de 1978). «Música Popular: Zezé & Zizi». Diário do Paraná: 7. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  7. a b c d e f «Uma nova cantora da MPB». Correio de Notícias: 11. 6 de maio de 1978. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  8. «Uma nova voz: Zizi Possi». Correio Braziliense: 7. 26 de maio de 1978. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  9. Carlos, Nunes (1979). «Zizi Possi - Som 4 - TV Aratu (1979)». Som 4. TV Aratu. YouTube. Consultado em 16 de abril de 2024 
  10. a b Saint, Raoul (21 de maio de 1978). «Record's - Ponto Book». Jornal do Commercio: 6. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  11. a b c Moura, Roberto (7 de julho de 1978). «Pasquim Tiouvi: Zizi Possi - Flor do Mal». O Pasquim: 21. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  12. a b «Zizi Possi lança novo disco: Pedaço de Mim». Correio Braziliense: 23. 1 de agosto de 1979. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  13. a b «Zizi Possi lança disco na Oficina». Diário do Paraná: 6. 11 de agosto de 1979. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  14. a b (1978) Créditos do álbum Flor do Mal por Zizi Possi [LP]. Brasil: Philips Records (6349.365).