Floresta ombrófila

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Floresta ombrófila no Parque Nacional da Serra da Bocaina, SP.

Floresta ombrófila é um tipo de vegetação tropical.

Terminologia[editar | editar código-fonte]

Floresta ombrófila às margens de tributário do rio Amazonas, próximo a Iquitos, Peru.
Floresta ombrófila (mata de araucárias) no Parque Nacional de Aparados da Serra, SC e RS.

A denominação "floresta ombrófila" foi criada por Ellemberg e Mueller-Dombois (1967)[1] como um sinônimo de "floresta pluvial" (Regenwald ou rainforest, em alemão e inglês), de Schimper (1898, 1903).[2]

Ambas, porém, têm o significado remetendo a "chuva". O termo "ombrófilo" é de origem grega (ombrós, "chuva" + phílos, e, on, "amigo"),[3] enquanto o termo "pluvial" tem origem latina (pluviale).[4] Eles caracterizam as fisionomias ecológicas tropicais e costeiras. Florestas ombrófilas têm chuvas intensas e constantes.

Outras denominações relacionadas incluem: "floresta úmida" (moist forest ou fôret humide, em inglês e francês) de Aubréville,[5], ou ainda, o antigo termo "mata virgem" (Urwäldern), de Martius.[6][7]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Trata-se de uma formação ribeirinha ou mata ciliar que ocorre ao longo dos cursos de água, ocupando os terraços antigos das planícies quaternárias. Tal formação é constituída por espécies vegetais com alturas variando de 5 a 50 metros, de rápido crescimento, em geral de casca lisa, tronco cônico e raízes tabulares.[carece de fontes?]

Nessa classe encontram-se muitas palmeiras no estrato dominado e na submata, havendo espécies que não ultrapassam os 5 metros de altura. Observam-se também algumas plantas não lenhosas na superfície do solo. Em contrapartida, a formação apresenta muitos cipós lenhosos e herbáceos, além de um grande número de epífitas e poucos parasitas.[carece de fontes?]

Tipos[editar | editar código-fonte]

Tipos, de acordo com o IBGE (2012):[8]

Floresta ombrófila mista (floresta com araucária)[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: floresta ombrófila mista

Este tipo de ecossistema florestal, também conhecido como "mata de araucária", é um tipo de vegetação do Planalto Meridional, onde ocorria com uma abrangência de 250 000 quilômetros quadrados, distribuída nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais.[carece de fontes?]

Esta floresta apresenta formações florísticas em refúgios situados nas Serras do Mar e da Mantiqueira, muito embora no passado tenha se expandido bem mais ao norte, porque a família Araucariaceae apresentava dispersão paleogeográfica que sugere ocupação bem diferente da atual. A composição florística deste tipo de vegetação é dominada por gêneros como Drimys, Araucaria (australásicos) e Podocarpus (afro-asiático), que sugerem, em face da altitude e da latitude do Planalto Meridional, uma ocupação recente a partir de refúgios alto-montanos.[carece de fontes?]

Floresta ombrófila mista aluvial[editar | editar código-fonte]

Este subtipo de floresta ombrófila mista caracteriza-se por formações ribeirinhas e ocupa sempre os terrenos aluviais, situados nos deflúvios das serras costeiras voltadas para o interior e nos planaltos dominados pela Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro), associada a outros tipos de vegetais.[carece de fontes?]

Além da araucária, também encontra-se o Podocarpus lambertii (pinheiro-bravo), que é típico desta altitude. No Sul do Brasil, é constituída principalmente pela Araucaria angustifolia, Luehea divaricata (açoita-cavalo) e Myrtus sp. (murta), no estrato emergente, e pela Sebastiania commersoniana (branquilho), no estrato arbóreo contínuo.[carece de fontes?]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Ellenberg, H. & D. Mueller-Dombois. 1967. Tentative physiognomic-ecological classification of plant formations of the Earth [based on a discussion draft of the UNESCO working group on vegetation classification and mapping.] Berichte des Geobotanischen Institutes der Eidg. Techn. Hochschule, Stiftung Rübel, Zürich 37 (1965-1966): 21—55, [1].
  2. Schimper, A. F. W. 1898. Pflanzen-Geographie auf physiologischer Grundlage. Fisher, Jena. 876 pp. English translation, 1903, [2].
  3. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 222.
  4. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 349.
  5. Aubréville A. 1957. Accord à Yangambi sur la nomenclature des types africains de végétation. Bois et Forêts des Tropiques 51, 23-27, [3].
  6. Martius, C. F. P. von. (1824). Die Physiognomie des Pflanzenreiches in Brasilien. Eine Rede, gelesen in der am 14. Febr. 1824 gehaltnen Sitzung der Königlichen Bayerischen Akademie der Wissenschaften. München, Lindauer, Brasiliana, Google Books.
  7. Martius, C. F. P. von (1943, 1951). A fisionomia do reino vegetal no Brasil. Tradução de E. Niemeyer e C. Stellfeld. Arquivos do Museu Paranaense, v. 3, p. 239-271, 1943, [4], [5]; Boletim Geografico, v. 8, n. 95, p. 1294-1311, 1951, [6].
  8. IBGE (2012). Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 2a ed. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: [7].