Forte da Povoação

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Povoação, Vila da Povoação.

O Forte da Povoação localizava-se na freguesia da Povoação, concelho da Vila da Povoação, a sudeste da ilha de São Miguel, nos Açores.

Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

História[editar | editar código-fonte]

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto no logar da Povoaçam." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".[1]

Ao final do século XVIII, a Relação dos Castelos e mais Fortes da Ilha de S. Miguel do seu estado do da sua Artelharia, Palamentas, Muniçoens e do q.' mais precizam, pelo major engenheiro João Leite de Chaves e Melo Borba Gato, informava:

"Forte da Povoação - No Destricto de V.a Franca, pouco mais de 3 legoas a Leste da V.a ficando o da Ribr.a Quente 2 ½ esta cituado em meio de hu'a pequena praia de ceixo miudo, e serve esta de porto do lugr: tem hu'a ruina em o flanco direito, Oeste, não tem portoens, as cazas abatidas; porem o mais em bom estado: tem 7 canhoneiras, e 7 peças desmontadas, palamenta, e muniçoens nada."[2]

A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 denomina-o de "Forte da Mãe de Deus', e informa que "Tem alojamentos em soffrivel estado". Sobre o estado geral da estrutura esclarece que se encontrava "Em soffrivel estado, mas aprezenta um rombo nas muralhas do lado do mar que não sendo tapado dará lugar a maiores ruinas.". E observa:

"Pode desde já desprezar-se como obra defensiva, pelas razões acima ditas. Entretanto, como os alojamentos do forte tem servido de cadeia civil e de habitação para o carcereiro, e as suas muralhas defendem a Villa da invasão do oceano, conviria q. fosse entregue á respectiva Camara M.al, para tratar da sua conservação como uma obra de utilidade para o Concelho."[3]

Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

Características[editar | editar código-fonte]

Constituiu-se em uma estrutura de pequenas dimensões, em cujos muros se abriam sete canhoneiras. Não foram localizados detalhes complementares sobre as suas edificações de serviço (Casa do Comando, Quartel de Tropa, Paiol de Pólvora) ou sua evolução.

Referências

  1. "Fortificações nos Açores existentes em 1710" in Arquivo dos Açores, p. 179. Consultado em 8 dez 2011.
  2. BORBA GATO, 2000.
  3. BASTOS, 1997:269.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BASTOS, Barão de. "Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados que se achão ao prezente inteiramente abandonados, e que nenhuma utilidade tem para a defeza do Pais, com declaração d'aquelles que se podem desde ja desprezar." in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV, 1997. p. 267-271.
  • BORBA GATO, João Leite de Chaves e Melo. "Proposta de Plano Defensivo de São Miguel, e Situação da Fortificação e da Artilharia da Ilha" (Arquivo Histórico Ultramarino). in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LVIII, 2000.
  • CASTELO BRANCO, António do Couto de; FERRÃO, António de Novais. "Memorias militares, pertencentes ao serviço da guerra assim terrestre como maritima, em que se contém as obrigações dos officiaes de infantaria, cavallaria, artilharia e engenheiros; insignias que lhe tocam trazer; a fórma de compôr e conservar o campo; o modo de expugnar e defender as praças, etc.". Amesterdão, 1719. 358 p. (tomo I p. 300-306) in Arquivo dos Açores, vol. IV (ed. fac-similada de 1882). Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1981. p. 178-181.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]