Forte de Santo António (Vila Franca do Campo)

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O Forte de Santo António localizava-se na atual freguesia da Ribeira das Tainhas, concelho de Vila Franca do Campo, na costa sul da ilha de São Miguel, nos Açores.

Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

História[editar | editar código-fonte]

No contexto da instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767:

"13.° — Forte de Santo António em Villa Franca. Tem 8 canhoneiras e 3 peças de ferro boas; precisa 5."[1]

Ao final do século XVIII, a Relação dos Castelos e mais Fortes da Ilha de S. Miguel do seu estado do da sua Artelharia, Palamentas, Muniçoens e do q.' mais precizam, pelo major engenheiro João Leite de Chaves e Melo Borba Gato, informava:

"Forte de S. Antonio - Na extremid.e da V.a e da ultima praia, q.' lhe fica a direita, Oeste defend.a por tiros cruzados deste, e do dos Boeiros, auxillia a defença rectilinia deste, e he util como elle E ambos, p.a defender e entrada do Sueste p.a o Ilheo, como o de S. Franc.o e Real, p.a a do boquete do mesmo pelo NorOeste, e approveitando-se as suas vantagens, e construindo-se no Ilheo hu'a bataria então essenciais p.a reprimir o desembarque, q.' antes, o inimigo tentaria do que meter-se entre 2 fogos; e assim este merece a mesma attenção q.' aq.le em reedificar-se, e guarnecer-se: tem 8 canhoneiras e 3 peças desmontadas palam.ta e munições nada."[2]

A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa que dele "Apenas existem os vestígios".[3]

Desta estrutura subsistem apenas vestígios dos alicerces e parte de um troço de muralha sobre a rocha em que se erguia.[4]

Características[editar | editar código-fonte]

Constituía-se em um forte de pequenas dimensões, em cujos muros se abriam oito canhoneiras.

Referências

  1. JÚDICE, 1981:410.
  2. BORBA GATO, 2000.
  3. BASTOS, 1997:268.
  4. REZENDES, Sérgio, 2010:6

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BASTOS, Barão de. "Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados que se achão ao prezente inteiramente abandonados, e que nenhuma utilidade tem para a defeza do Pais, com declaração d'aquelles que se podem desde ja desprezar." in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV, 1997. p. 267-271.
  • BORBA GATO, João Leite de Chaves e Melo. "Proposta de Plano Defensivo de São Miguel, e Situação da Fortificação e da Artilharia da Ilha" (Arquivo Histórico Ultramarino). in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LVIII, 2000.
  • JÚDICE, João António. "Relatório do Engenheiro João António Júdice, sobre as fortificações da ilha terceira e da ilha de S. Miguel" (Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Papéis do Ministério do Reino, Maço 611). in Arquivo dos Açores, vol. V (ed. fac-similada de 1883). Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1981. p. 407-418.
  • NEVES, Carlos; CARVALHO, Filipe; MATOS, Artur Teodoro de (coord.). "Documentação sobre as Fortificações dos Açores existentes nos Arquivos de Lisboa – Catálogo". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. L, 1992.
  • VIEIRA, Alberto. "Da poliorcética à fortificação nos Açores: introdução ao estudo do sistema defensivo nos Açores nos séculos XVI-XIX". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. XLV, tomo II, 1987.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]