Forte de Santo António (Calheta)

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 Nota: Se procura o forte nas Velas, veja Forte de Santo António (Velas).
Fajã Grande, Calheta: vista da zona balnear.

O Forte de Santo António localizava-se na Fajã Grande, no lugar de Santo António, na freguesia da Calheta, no concelho de mesmo nome, na costa sul da ilha de São Jorge, nos Açores.

Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cooperava com os fortes do Santo Espírito e o de São João Baptista.

História[editar | editar código-fonte]

Foi erguido no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714), entre 1708 e 1710.[1] Pode ser uma das estruturas que encontram-se referidas genericamente como "Os quatro Redutos do Porto da Calheta." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".[2]

A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa que se encontrava em grande ruína e abandonado desde longos anos.[3]

No Tombo de 1883, encontrava-se em ruínas, a tal ponto que não era possível identificar-lhe as canhoneiras. Na planta que o ilustra encontra-se por lapso referido como "Forte de São João Batista".[4]

Em 1876 (?) encontrava-se ocupado pela Câmara Municipal da Calheta, que para o seu local projetava erguer um mercado.[4]

Em 1912 foi finalmente cedido à Câmara.[4]

Em 1938, desocupado e em péssimo estado, foi entregue ao Ministério das Finanças.[4]

Em nossos dias restam apenas vestígios da antiga estrutura.

Características[editar | editar código-fonte]

Constituía-se num reduto de pequenas dimensões, de forma irregular e adaptado à morfologia do terreno, supostamente com quatro canhoneiras.

Referências

  1. PEREIRA, 1987:128.
  2. "Fortificações nos Açores existentes em 1710" in Arquivo dos Açores, p. 180. Consultado em 8 dez 2011.
  3. BASTOS, 1997:267.
  4. a b c d REZENDES, 2009. Consultado em 20 dez 2011.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BASTOS, Barão de. "Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados que se achão ao prezente inteiramente abandonados, e que nenhuma utilidade tem para a defeza do Pais, com declaração d'aquelles que se podem desde ja desprezar." in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV, 1997. p. 267-271.
  • CASTELO BRANCO, António do Couto de; FERRÃO, António de Novais. "Memorias militares, pertencentes ao serviço da guerra assim terrestre como maritima, em que se contém as obrigações dos officiaes de infantaria, cavallaria, artilharia e engenheiros; insignias que lhe tocam trazer; a fórma de compôr e conservar o campo; o modo de expugnar e defender as praças, etc.". Amesterdão, 1719. 358 p. (tomo I p. 300-306) in Arquivo dos Açores, vol. IV (ed. fac-similada de 1882). Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1981. p. 178-181.
  • NEVES, Carlos; CARVALHO, Filipe; MATOS, Artur Teodoro de (coord.). "Documentação Sobre as Fortificações Dos Açores Existentes dos Arquivos de Lisboa – Catálogo". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. L, 1992.
  • PEGO, Damião. "Tombos dos Fortes das Ilhas do Faial, São Jorge e Graciosa (Direcção dos Serviços de Engenharia do Exército)". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LVI, 1998.
  • PEREIRA, António dos Santos. A Ilha de São Jorge (séculos XV-XVIII): contribuição para o seu estudo. Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1987. 628p. mapas, tabelas, gráficos.
  • VIEIRA, Alberto. "Da poliorcética à fortificação nos Açores: Introdução ao estudo do sistema defensivo nos Açores nos séculos XVI-XIX". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. XLV, tomo II, 1987.
  • S. Jorge/Açores: Guia do Património Cultural. s.l.: Atlantic View - Actividades Turísticas, Lda, 2003. ISBN 972-96057-2-6 168p. fotos cor, mapas. p. 69.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]