Força Itália

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Força Itália
Forza Italia
Força Itália
Líder Vacante
Fundação 1994 (original)
2013 (refundação)
Sede Roma,  Itália
Ideologia Democracia cristã
Conservadorismo liberal
Liberalismo económico
Populismo de direita
Espectro político Centro-direita
Sucessor O Povo da Liberdade (2008-2013)
Afiliação europeia Partido Popular Europeu
Grupo no Parlamento Europeu Grupo do Partido Popular Europeu
Camera dei Deputati
54 / 630
Senado
42 / 315
Parlamento Europeu
7 / 73
Parlamentos Regionais
85 / 917
Presidentes Regionais
1 / 20
Cores Azul e Branco

Força Itália (em italiano: Forza Italia, FI) é um partido político de centro-direita.[1], que provém do antigo O Povo da Liberdade (PdL), renascimento da extinta Forza Italia (FI), ativo de 1994 a 2009. A sua ideologia inclui elementos de conservadorismo liberal,[2][3] democracia cristã,[2][4] liberalismo[5][6] e populismo.[7][8][9] A FI integra o Partido Popular Europeu[10] Silvio Berlusconi (antigo primeiro-ministro italiano nos períodos 1994–1995, 2001–2006, e 2008–2011) foi líder e presidente do partido até à sua morte em 2023, enquanto Antonio Tajani (ex-presidente do Parlamento Europeu, 2017–2019) era vice-presidente e coordenador nacional. Outro membro de destaque é Elisabetta Casellati (ex-presidente do Senado, 2018–2022).

O partido foi fundado, originalmente, em 1994, por Berlusconi, após os escândalos do Tagentopoli que arrasaram os velhos partidos tradicionais, como a Democracia Cristã e o Partido Socialista Italiano.[1]. A Força Itália foi vista, desde da sua fundação, como o sucessor indirecto dos velhos partidos da I República, pela sua linha europeísta, liberal, democrata-cristã e anti-comunista, além de ter sido extremamente crítica do processo que arrasou com os partidos tradicionais[1]. O partido rapidamente se tornou um dos grandes partidos do novo panorama político italiano, muito graças à forte influência de Berlusconi sobre diferentes meios de comunicação social e, também, graças à forte linha populista e personalista seguida por Berlusconi[1]. Em 2008, a FI juntava-se à Aliança Nacional e outros pequenos partidos de centro-direita para formar O Povo da Liberdade, mas, em 2013, Berlusconi decidiu refundar a Força Itália como partido independente[1], embora sem o sucesso da década de 1990[11]

Ideologicamente, desde a sua fundação em 1994, o partido seguiu uma linha liberal, conservadora liberal e democrata-cristã.[1][10], mas, ao contrário da década de 1990, o partido, actualmente, é um forte crítico da União Europeia, seguindo uma linha eurocéptica[12]. Recentemente, o partido voltou-se a reafirmar-se como defensor da Integração europeia, com Berlusconi a reatar relações com a chanceler alemã, Angela Merkel, e afirmando-se como europeísta e crítico do populismo[13]. O maior exemplo deste novo alinhamento europeísta da FI foi a eleição de Antonio Tajani, membro do partido, como presidente do Parlamento Europeu[14]. A Força Itália também se realinhou como um partido claramente conservador, ao defender que o casamento é apenas entre um homem e uma mulher e afirmar que a Itália deve proteger a sua identidade cristã[15][16]

Resultados Eleitorais[editar | editar código-fonte]

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

Câmara dos Deputados[editar | editar código-fonte]

Data CI. Votos % +/- Deputados +/- Status Notas
1994 1.º 8 138 781
21,0 / 100,0
113 / 630
Governo
1996 2.º 7 712 149
20,6 / 100,0
Baixa0,4
122 / 630
Aumento9 Oposição
2001 1.º 10 923 431
29,4 / 100,0
Aumento8,8
178 / 630
Aumento56 Governo
2006 2.º 9 045 384
23,6 / 100,0
Baixa5,8
140 / 630
Baixa38 Oposição
2008 1.º 13 629 464
37,4 / 100,0
Aumento13,8
272 / 630
Aumento132 Governo O Povo da Liberdade
2013 3.º 7 332 667
21,6 / 100,0
Baixa15,8
97 / 630
Baixa175 Oposição O Povo da Liberdade
2018 4.º 4 590 774
14,0 / 100,0
Baixa7,6
104 / 630
Aumento7 Oposição
2022 5.º 2 278 217
8,1 / 100,0
Baixa5,9
45 / 400
Baixa59 Governo

Senado[editar | editar código-fonte]

Data CI. Votos % +/- Deputados +/- Status Notas
1994 Polo das Liberdades
36 / 315
Governo
1996
48 / 315
Aumento12 Oposição
2001 Casa das Liberdades
82 / 315
Aumento34 Governo
2006 1.º 8 202 890
24,0 / 100,0
79 / 315
Baixa3 Oposição
2008 1.º 12 678 790
38,0 / 100,0
Aumento14,0
141 / 315
Aumento62 Governo O Povo da Liberdade
2013 3.º 6 829 135
22,3 / 100,0
Baixa15,7
98 / 315
Baixa43 Oposição O Povo da Liberdade
2018 4.º 4 352 380
14,4 / 100,0
Baixa7,9
57 / 315
Baixa41 Oposição
2022 5.º 2 279 802
8,3 / 100,0
Baixa6,1
18 / 200
Baixa39 Governo

Eleições europeias[editar | editar código-fonte]

Data CI. Votos % +/- Deputados +/- Notas
1994 1.º 10 809 139
30,6 / 100,0
27 / 87
1999 1.º 7 913 948
25,2 / 100,0
Baixa5,4
22 / 87
Baixa5
2004 2.º 6 806 245
20,9 / 100,0
Baixa4,3
16 / 87
Baixa6
2009 1.º 10 797 296
35,3 / 100,0
Aumento14,4
29 / 72
Aumento13 O Povo da Liberdade
2014 3.º 4 614 364
16,8 / 100,0
Baixa18,5
13 / 73
Baixa16
2019 4.º 2 344 465
8,8 / 100,0
Baixa8,0
7 / 73
Baixa6

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f Fella, Stefano; Ruzza, Carlo (26 de junho de 2009). Re-inventing the Italian Right: Territorial Politics, Populism and 'post-fascism' (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781134286348 
  2. a b Nordsieck, Wolfram (2018). «Italy». Parties and Elections in Europe. Consultado em 18 de maio de 2018 
  3. Adami, Marina (30 de setembro 2021). «A Crowded and Complex Picture: Local Elections in Italy». Green European Journal. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  4. «Fantasma Salvini agita 'cespugli' di Forza Italia» (em italiano). Adnkronos. 2 de janeiro de 2020. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  5. Saini, Valentina (20 de julho de 2022). «La Liga, Forza Italia y el M5E abandonan a Draghi al no votar la moción de confianza» (em espanhol). La Voz de Asturias. Consultado em 4 de setembro de 2022 
  6. Tori, Manuel (5 de setembro de 2020). «Villa Certosa, la mansión de los escándalos de Silvio Berlusconi, foco de Covid entre los VIP italianos». El Español (em espanhol). Consultado em 4 de fevereiro de 2023 
  7. Woods, Dwayne (2014). The Many Faces of Populism in Italy: The Northern League and Berlusconism. The Many Faces of Populism: Current Perspectives. [S.l.]: Emerald Group. pp. 28, 41–44 
  8. The SAGE handbook of European foreign policy. Knud Erik Jrgensen, Åsne Kalland Aarstad, Edith Drieskens, Katie Verlin Laatikainen, Ben Tonra. London: [s.n.] 2015. 539 páginas. ISBN 978-1-4739-1443-8. OCLC 915156254 
  9. Heinisch, Reinhard (2021). Political Populism : Handbook of Concepts, Questions and Strategies of Research. Christina Holtz-Bacha, Oscar Mazzoleni 2 ed. Baden-Baden: [s.n.] 406 páginas. ISBN 978-3-7489-0751-0. OCLC 1286432010 
  10. a b «Parties and Elections in Europe». www.parties-and-elections.eu. Consultado em 14 de abril de 2016 
  11. «Not so forza any more». The Economist. ISSN 0013-0613 
  12. Mammone, Andrea; Parini, Ercole Giap; Veltri, Giuseppe A. (15 de maio de 2015). The Routledge Handbook of Contemporary Italy: History, Politics, Society (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781317487555 
  13. «"Silvio, pensaci tu". Merkel e Berlusconi, l'asse anti-populisti». Repubblica.it (em italiano). 18 de agosto de 2017 
  14. «Tajani: "Centrodestra vince se guida Forza Italia. Europa da cambiare, ma non in discussione"». Eunews (em italiano). 28 de junho de 2017 
  15. «Unioni civili sono legge: M5s si astiene. Lega e Fdi contro. Renzi: "E' un giorno di festa". Le destre: "Referendum" - Il Fatto Quotidiano». Il Fatto Quotidiano (em italiano). 11 de maio de 2016 
  16. «Esporre il crocifisso nelle aule consiliari, la mozione di Forza Italia - gonews.it». gonews.it (em italiano). 3 de julho de 2017