Francisco de Sá de Meneses, 1.º Conde de Matosinhos

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Francisco de Sá de Meneses,[1] primeiro e único conde de Matosinhos e senhor de São João da Foz, (Porto, c. 1510 – c. 1583) faz parte da nobreza de Portugal e foi um poeta português.

Biografia

Francisco de Sá de Meneses nasceu no Porto, cerca de 1510, no seio da família dos Sás, alcaides-mores do Porto desde o século XIV.

Era filho de João Rodrigues de Sá, "o Velho", poeta do Cancioneiro Geral, muito erudito, poliglota e tradutor de obras clássicas, e de Camila Noronha. Era irmão de Pantaleão de Sá de Meneses, capitão de Sofala, e primo do seu homónimo Francisco de Sá de Meneses, poeta épico que escreveu Malaca Conquistada.

Casou-se em primeiras núpcias com Ana de Mendonça, filha de Aires de Sousa, comendador de Alcanede, e em segundas núpcias com sua sobrinha-prima Catarina de Sá, filha de João Rodrigues de Sá, “o Moço”, vedor da Fazenda do Porto, comendador de Cristo e senhor de Aguiar.

Embora não fosse o primogénito, veio a herdar toda a casa e títulos de seu pai por ser, à morte deste, o filho mais velho vivo.

Por este motivo, Francisco de Sá foi alcaide-mor e capitão-mor do Porto, senhor de Aguiar de Sousa e Sever, de Bouças e dos quatro casais de Matosinhos, das comendas de Santiago do Cacém e Sines da Ordem de Santiago. Foi também camareiro-mor dos reis D. Sebastião I, D. Henrique I e Filipe I, capitão da guarda real dos dois primeiros monarcas, conselheiro de Estado e governador do reino em 1578. Posteriormente, será nomeado para o mesmo cargo, no Conselho de Governadores do Reino de Portugal, por disposição testamentária de D. Henrique I.

“1
Ó Rio de Lessa,
Como corres manço;
Se eu tiver descanso,
Em ti se começa.
2
Sempre socegados
Vão teus movimentos:
Não te turbam ventos,
Nem tempos mudados.
3
Corres por arêas,
E bosques sombrios:
Não te turbam rios,
Nem fontes alhêas.
(…)”

— Francisco de Sá de Meneses, 1.º conde de Matosinhos

Foi ainda provedor da Misericórdia do Porto e capitão-mor das fortalezas de S. João da Foz do Douro (que havia sido reconstruído a sua custa) e de Nossa Senhora das Neves de Leça de Matosinhos, reedificada pelo pai.

Em Dezembro de 1580, Filipe I deu-lhe o título de conde de Matosinhos (há quem afirme que tenha sido dado por D. Henrique I, mas não parece certo).

Faleceu por volta de 1583[carece de fontes?], sendo sepultado na igreja do Convento de Nossa Senhora da Conceição, em Leça de Matosinhos, sem deixar descendência.

O conde de Matosinhos foi um reconhecido poeta do seu tempo, deixando os seus poemas dispersos por cancioneiros da época. Compôs com mestria sonetos, redondilhas, elegias e oitavas. É o poeta cantador do Rio Leça, que notabilizou nos seus versos.

Referências

  1. Pela ortografia arcaica, Francisco de Sá de Menezes.