Franklin Gomes Souto

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Franklin Gomes Souto, c.1910

Franklin Gomes Souto (Alegrete, 31 de março de 1844 - Alegrete, 26 de setembro de 1917)[1] foi um advogado, político e abolicionista brasileiro.

Origens e formação[editar | editar código-fonte]

Oriundo de família tradicional de militares e comerciantes portugueses radicados no Rio de Janeiro durante o século XVIII[2], Franklin Gomes Souto nasceu na cidade de Alegrete (Rio Grande do Sul) em 1844, em meio a uma disputa familiar por terras no atual município de Rosário do Sul. Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, São Paulo, na turma de 1861-1865[3].

Abolicionista e advogado[editar | editar código-fonte]

Como advogado na comarca de Alegrete na segunda metade do século XIX, Souto representou pro bono inúmeros escravos da região em processos de alforria[4]. Foi um dos primeiros abolicionistas a pleitear com sucesso a aplicação da lei de abolição do tráfico negreiro, formalmente em vigor desde 1831, para libertar escravos que tivessem viajado ao Uruguai. Estima-se que cerca de cem escravos tenham sido libertados graças a esse expediente[5].

Político e filantropo[editar | editar código-fonte]

Assinatura de Franklin Gomes Souto

Com a proclamação da República, Souto elegeu-se para a Câmara Municipal alegretense. Foi provedor da Santa Casa de Caridade de Alegrete em 1892 e 1893[6].

Franklin Gomes Souto era irmão de José Veloso Gomes Souto, administrador de Alegrete entre 1853 e 1856, e de Amaro Gomes Souto, primeiro Prefeito do Município de Rosário do Sul.

Referências

  1. "A Federação", Porto Alegre, 26 de setembro de 1917
  2. Seu avô paterno, Bernardo Gomes Souto, natural de Alcobaça (Portugal), foi um grande comerciante vinculado ao tráfico negreiro no Rio de Janeiro, e seus tio-avôs maternos José e Manuel Veloso Rebelo foram pioneiros da ocupação do Rio Grande do Sul (Cf "Os Juízes Almotacés e as redes familiares em Rio Pardo", de Ricardo Schmachtenberg)
  3. NOGUEIRA, Almeida. "A academia de São Paulo: Tradições e reminiscências". São Paulo, Saraiva, 1956.
  4. Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul. "Documentos da escravidão: Catálogo seletivo de cartas de liberdade". Porto Alegre, 2006.
  5. MATHEUS, Marcelo Santos. "Por ter ido ao Estado Oriental: guerra e fronteira nas Cartas de Alforria de Alegrete" (in Produzindo História a partir de fontes primárias). Porto Alegre, CORAG, 2010.
  6. vide http://santacasaalegrete.org.br Arquivado em 20 de maio de 2013, no Wayback Machine.